CAPÍTULO 03: No limite da Escuridão

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Após alguns dias do assassinato de Anthony Greengrass, sua filha mais nova, continuavam a frequentar seu túmulo quase todos os dias. Deixando sempre lágrimas cair ao lembrar da fatídica noite em que perdeu seu pai. O túmulo ficava no fundo do  jardim da mansão, o túmulo estava cercado por flores, plantas e árvores que antes eram constantemente cuidadas. Agora, com poucos cuidados, as plantas murchavam gradualmente.

Willam Harris, o comensal que as havia mandado de volta para casa naquela terrível madrugada frequentava a mansão. Ele chegava à passar cerca de até duas horas conversando com a viúva, Adorabella. Enquanto suas filhas, Astoria e Daphne, não sabiam sobre o conteúdo de suas conversas constantes e discretas. Elas tentaram diversas vezes ouvir o que discutiam, mas todas as tentativas foram infrutíferas e acabaram desistindo.Willam, quando visitava a mansão, tentava conversar com as meninas, especialmente com Astoria, mas recebia apenas respostas curtas e ríspidas. Astoria permanecia quieta e distante de Harris, que com persistência, tentava começar uma amizade, segundo suas palavras.

Em uma certa noite que parecia apenas mais uma, após várias noites sem dormir, Astoria finalmente conseguiu adormecer. Contudo, ao amanhecer, acordou e percebeu que sua irmã mais velha, Daphne, não estava no quarto. Estranhando a ausência, decidiu procurar Daphne, já que ela sabia que sua irmã não costumava acordar antes que o sol entrasse pela janela.

Ao descer as escadas lentamente, quase chegando à sala principal da mansão, onde seu pai havia tido sua vida arrancada de si, Astoria ouviu um grito desesperado vindo do andar de baixo. Ao chegar ao local, encontrou apenas uma fumaça preta que desapareceu rapidamente. Seu coração acelerou e, correndo até a grande janela aberta, viu Daphne correndo desesperada e suja de lama.

Astoria tentou seguir sua irmã, mas Daphne desapareceu rapidamente de sua vista. Cansada e ofegante, Astoria sentiu um frio cortante e sua visão começou a turvar. Um sussurro incompreensível em seu ouvido fez com que sua visão se apagasse.

Astoria despertou, sentindo dor e cansaço. A luz solar forte fazia seus olhos doerem. À sua frente, uma figura loira conversava com um homem de cabelos castanhos. Pensou que fosse Daphne, mas ao ver melhor, reconheceu sua mãe, Adorabella, com seus olhos azuis sempre desapontados e apavorados. Adorabella estava vestida com uma camisola grande e um manto azul claro. O homem ao seu lado era Willam Harris.

Ambos conversavam, mas a dor de cabeça e a tontura de Astoria impediram-na de ouvir claramente. Quando notaram que Astoria estava acordada, cessaram a conversa.

— Astoria! Minha filha, como você se sente? — perguntou Adorabella, com um tom arrastado e trêmulo, enquanto seus olhos demonstravam preocupação. — Willam lhe encontrou caída e toda suja. O que aconteceu?

Adorabella parecia genuinamente preocupada, algo que Astoria não estava acostumada a perceber em sua mãe.

— Eu não sei, mãe. Acordei e Daphne havia sumido do quarto, então...

Sua fala travou quando a dor de cabeça voltou com intensidade, e a lembrança de Daphne correndo desesperada não saía de sua mente.

— Mãe, o que aconteceu? Daphne... eu a vi correndo...

Adorabella interrompeu-a bruscamente.

— Não precisamos mais falar dela. Ela decidiu fugir. Não a mencione mais nesta casa, entendeu?

Astoria ficou confusa. Como sua mãe poderia não se importar com a filha? O que havia acontecido? Por que Willam estava ali? Por que Daphne estava fugindo?

— Mas mãe...

— "Mas" nada, Astoria.

Willam permaneceu em silêncio, observando as duas.

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