Capítulo 4

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Isa estava sentada na secretaria ao lado da sala do pai. A ansiedade a dominava, e ela tentava manter a calma, mas a expectativa a deixava inquieta.

— Você já pode ir falar com ele — disse a mulher, saindo da sala do diretor e lançando um olhar compreensivo para Isa.

Com um último suspiro para se recompor, Isa se levantou e caminhou até a porta do escritório do diretor. Ela tocou a maçaneta e entrou, encontrando seu pai sentado atrás da mesa, com uma expressão séria.

— Oi, pai — disse Isa, tentando esconder seu nervosismo.

O diretor levantou os olhos e sorriu levemente.

— Oi, Isa. Sente-se, por favor — ele gesticulou para a cadeira à frente da mesa.

Isa se sentou e esperou que seu pai falasse. Ele parecia pensativo por um momento, antes de finalmente quebrar o silêncio.

— Tenho algumas coisas importantes para discutir com você. Primeiro, a conta da luz de casa está atrasada.

— Eu falei para você usar o banco digital — respondeu Isa, com um tom de leve frustração.

— Sabe muito bem que não confio nesses apps — disse o diretor, balançando a cabeça. — Segundo, creio que já soube que a minha escola está com uma guarda nova, certo?

— Sei, por que? — perguntou Isa, curiosa.

O diretor ajustou seus óculos e olhou fixamente para Isa.

— Quero que você comece a observar o dia a dia dela. Anote qualquer comportamento estranho ou qualquer coisa que pareça fora do normal.

Isa franziu a testa, intrigada.

— Por que você quer que eu faça isso? Qual é a importância dessa nova guarda?

O diretor inclinou-se para frente, seu olhar sério.

— Confio em você para essa tarefa. Apenas tome cuidado e não deixe que ela perceba que está sendo observada. Há algo que não está claro, e precisamos entender o que pode estar acontecendo antes que seja tarde demais.

Isa sentiu um calafrio, mas aceitou o desafio. Algo não estava certo, e ela estava determinada a descobrir o que era.

- O senhor esconde algo, pai? - questiona Isa.

O diretor franziu a testa e seu olhar se tornou mais rígido ao ouvir a pergunta de Isa.

— O que você quer dizer com isso, Isa? — perguntou ele, com um tom que misturava surpresa e uma leve ameaça.

Isa tentou manter a calma, apesar da mudança repentina na atmosfera.

— É só que você está sendo muito reservado sobre essa guarda nova. Parece que há algo que não está sendo dito.

O diretor respirou fundo e se recostou na cadeira, parecendo ponderar suas palavras.

— Existem questões que não estão ao seu alcance, Isa. Apenas faça o que te pedi e mantenha isso em sigilo. É importante para a segurança de todos.

A tensão na sala era palpável, e Isa percebeu que estava tocando em um assunto sensível. Ela assentiu, decidida a cumprir sua tarefa, mas com uma crescente sensação de inquietação.

— Entendido, pai. Vou começar a observar a nova guarda e te mantenho informado.

O diretor acenou com a cabeça, aparentemente aliviado pela resposta de Isa.

— Ótimo. Agora vá e faça seu trabalho com discrição. Precisamos lidar com isso com a máxima cautela.

Isa se levantou e saiu do escritório, sua mente girando com as implicações do que acabara de ouvir. Ela estava mais determinada do que nunca a descobrir o que realmente estava por trás do pedido de seu pai.

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