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▪︎ 𝗟𝗮𝗻𝗮 𝗚.

Hoje fui ver o Heytor na escola e o Jake foi junto. Ele até conversou comigo depois, dizendo que o advogado dele é ótimo e que me levaria para conversar com ele.

Ando muito pensativa esses dias, tentando entender por que o Jake está me ajudando tanto ultimamente. Por que ele está sendo gentil comigo agora?

Quando conheci o Jake, ele ainda não era famoso. Eu me tornei amiga da Mia porque tínhamos gostos parecidos e nos demos super bem. Um dia, ela inventou que eu deveria conhecer o Jake, e assim foi. Mas o que eu não esperava era que ele fosse tão escroto comigo.

A Mia pediu desculpas por ele, disse que ele andava estressado por causa dos treinos pesados... Mas ele precisava descontar em mim? Isso já passou, mas não consigo esquecer. Ele pode estar me ajudando agora, mas quando ele tira o dia para me irritar, tenho vontade de DAR FIM no Jake.

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Cheguei ao escritório do advogado do Jake, onde os dois já estavam me esperando.

— Bom dia, senhor Garcia. Bom dia, Jake. — Cumprimentei ambos com um aceno.
— Bom dia, Lana. Sente-se, por favor. — Disse o advogado, apontando para uma cadeira ao lado do Jake, onde me sentei.
— Trouxe todos os documentos que pedi? — O senhor Garcia perguntou.
— Sim, estão aqui. — Respondi, entregando os papéis.

Após cerca de 30 minutos, o senhor Garcia terminou de revisar os documentos, devolveu-os para mim e continuou.

— Lana, apesar de sua boa estabilidade financeira, você não conseguiria a guarda do seu irmão.
— Mas por quê, doutor? — Perguntei, frustrada.

— Sua mãe é casada, e isso tem mais peso aos olhos dos juízes e autoridades. Se você realmente quer ter chance de obter a guarda do Heytor, precisará se casar. Eu sei que parece absurdo, mas a lei privilegia casais. — Explicou ele.

Nesse momento, o secretário entrou, interrompendo.
— Desculpe interromper, mas o senhor Garcia tem uma reunião muito importante agora.
— Lamento, pessoal, preciso ir. — Disse o advogado, deixando eu e Jake na sala.

— O que você vai fazer, Laninha? — Perguntou Jake.
— Não faço ideia. — Respondi com um suspiro pesado, continuando. — Jake, isso é muito injusto. Eu tenho estabilidade financeira, fui eu quem criei o Heytor, mesmo sendo uma criança. Fui eu que fui a verdadeira mãe dele, e agora eles priorizam uma doente mental e um pedófilo só porque são casados e têm uma boa renda? Que se f**** eles também!

— Calma, Lana, nós vamos resolver isso. — Ele disse, segurando minha mão. — Você está disposta a fazer tudo para conseguir a guarda do Heytor?
— Óbvio! Eu preciso salvar meu bebê, tenho medo do que pode acontecer com ele.
— Então case-se comigo. — Ele disse de repente. — Nós já íamos fingir um namoro por conta das fofocas. Podemos ficar casados por alguns anos, só para você conseguir a guarda, e ainda melhora minha imagem.
— Jake, isso é loucura! Se fosse em outras circunstâncias, eu te insultaria, mas... as coisas mudaram, e, na verdade, eu preciso de você. Muito obrigada por tudo e me desculpe por ser tão desagradável com você. — Disse, abraçando-o.

— Está tudo bem, Lana. Agora vamos resolver isso. — Ele respondeu, e eu brinquei.
— Obrigada mesmo, mas isso não significa que eu não te odeio. Eu ainda te odeio.
— Ah, Lana... só você mesmo. — Ele disse, rindo.

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Alguns dias se passaram desde a conversa com o advogado. Logo que cheguei em casa, contei tudo para a Mia, e, como esperado, ela amou a ideia. Hoje é o dia em que vou ao cartório me casar. Eu e Jake já assinamos um contrato estabelecendo que ficaríamos casados por três anos. Achei muito tempo, mas era o necessário.

Estou usando um vestido branco que ganhei da Mia. Já o Jake está com uma calça sob medida e uma camisa branca. Tenho que admitir, ele está bonito.

Fomos juntos ao cartório, disfarçados com máscaras e chapéus, torcendo para que ninguém reconhecesse o Jake. Chegamos a uma sala privada, onde estavam o juiz, o advogado, a Mia e o Matias, que seriam nossas testemunhas. O juiz começou dizendo algumas palavras sobre a seriedade do casamento, e, depois, pediu que assinássemos os papéis.

— Podem colocar as alianças agora. — Disse o juiz. Jake colocou minha aliança e beijou minha mão. Fiz o mesmo.
— Agora podem se beijar. — Falou o juiz. Jake tomou a iniciativa, mas foi apenas um selinho.

Ao sair do cartório, Matias veio falar conosco. Quando contamos a ele que iríamos nos casar, ele festejou mais que a Mia, mesmo sabendo que era algo falso, ele adorou.

— Jake, vamos passar na minha casa para pegar minhas coisas. — Disse.
— Tudo bem. É muita coisa? — Ele perguntou.
— Todas as minhas roupas e alguns acessórios. — Respondi, e ele concordou.

Chegando em casa, fui à frente enquanto Jake estacionava o carro. De longe, percebi uma figura conhecida na porta de casa. Pela primeira vez, não era o Erick... era o... Não consigo dizer o nome. Fiquei paralisada, e algumas lágrimas começaram a descer. Como ele descobriu onde eu moro?

Dei alguns passos para trás e me esbarrei em Jake, que havia acabado de chegar. Ele segurou meu rosto com as mãos.

— Lana, por que você está assim?
— Jake, ele está aqui.
— Quem, Lana?
— O Thiago... ele está aqui. Estou com medo.
— Calma, ele não vai fazer nada. — Ele disse, me dando um selinho. Por que ele me beijou do nada? Depois ele me paga.

Jake então me puxou pelo braço e me levou na direção de Thiago...

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𝐎 𝐍𝐎𝐒𝐒𝐎 𝐀𝐂𝐎𝐑𝐃𝐎 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐒𝐀𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 Onde histórias criam vida. Descubra agora