Capítulo 24

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Uma semana havia se passado desde que Mel entrou em coma. Todos os dias, eu ia ao hospital para ficar ao lado dela, esperando, rezando para que ela acordasse. As horas se misturavam, e o cansaço começava a pesar sobre mim. Meu rosto estava visivelmente abatido, com olheiras profundas, mas a ideia de deixar ela sozinha era insuportável.

A mãe dela, sempre atenciosa, se aproximou de mim uma tarde enquanto eu estava sentado ao lado da cama de Mel, segurando sua mão.

— Querido, você não quer dormir em casa hoje? Você já está aqui há muito tempo — disse ela, a voz suave mas preocupada.

Balancei a cabeça, recusando a oferta.

— Não, eu não posso. Preciso estar aqui quando ela acordar — respondi, minha voz saindo mais cansada do que eu pretendia.

Ela se sentou ao meu lado, colocando uma mão reconfortante no meu ombro.A mãe de Melissa,dona Regina,se mostrou uma pessoa muito atenciosa comigo.Admito fiquei com medo da reação dos pais dela  ao me verem aqui,mas para minha surpresa ambos me trataram bem.Até me agradeceram por ir ao resgate,o pai de Melissa,apesar da cara fechada é uma homem muito gentil.

— Você tem sido tão forte, Peter. Mas Mel precisa de você em boas condições. Você já fez muito. Deixe-nos cuidar dela um pouco. Vá para casa, descanse, recupere suas forças — insistiu, sua voz cheia de compreensão e carinho.

Olhei para Mel, deitada na cama, ainda tão quieta e imóvel. Meu coração se apertou, mas sabia que a mãe dela estava certa. Eu estava me desgastando, e se continuasse assim, não seria útil para Melissa quando ela finalmente acordasse.

— Eu... eu só não quero que ela acorde e eu não esteja aqui — disse, minha voz tremendo.

Ela sorriu gentilmente, seus olhos cheios de compreensão.

— Eu entendo. Mas prometo que vamos te avisar imediatamente se houver qualquer mudança. Você precisa cuidar de si mesmo para poder cuidar dela também.

Respirei fundo, sentindo o peso da semana passada cair sobre mim. Sabia que precisava descansar, mesmo que apenas por uma noite.

— Está bem. Eu vou para casa, mas volto cedo amanhã — disse finalmente, levantando-me com esforço.

Ela assentiu, um sorriso de gratidão em seus lábios.

— Obrigada. Isso vai ajudar muito. Nós vamos cuidar bem dela.

Inclinei-me sobre a cama de Mel, beijando suavemente sua testa.

— Eu volto amanhã, Mel. Prometo. Fique bem até lá — sussurrei, minha voz cheia de emoção.

Deixei o hospital, meu corpo exausto e a mente pesada, mas com uma pequena esperança renovada. Sabia que descansar era necessário, e que, ao fazê-lo, estaria mais preparado para estar ao lado de Mel quando ela mais precisasse de mim. A caminhada até minha casa foi longa, mas em meu coração, sentia a determinação de continuar lutando por ela, dia após dia, até que ela finalmente despertasse.


                           ♤♤♤

Passaram-se alguns dias,minha mãe começou a reabilitação a algumas semanas e já vejo mudanças.Ela está mais disposta e mais presente na vida de Lily.

Meu telefone tocou. Atendi rapidamente, reconhecendo o número de Laila.

— Alô? — perguntei, o coração acelerado.

— Peter...a Mel acordou. — disse a voz do outro lado da linha.

O alívio e a euforia tomaram conta de mim. Saí correndo de casa, quase sem pensar, e me dirigi ao hospital o mais rápido possível. Ao chegar, corri pelos corredores até o quarto de Mel. Quando entrei, a vi deitada na cama, com uma expressão apática no rosto. Laila estava ao seu lado, falando com ela.

Aproximei-me lentamente, meus olhos fixos em Mel. Peguei sua mão, lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

— Meu amor, você acordou! — disse, a voz embargada pela emoção.

Ela me olhou, surpresa e assustada. Rapidamente, tirou a mão da minha e se afastou.

— Quem é você? — perguntou, a voz tremendo de medo.

Aquelas palavras me atingiram como um golpe. Fiquei paralisado, incapaz de compreender o que estava acontecendo. Laila se levantou e veio até mim, sua expressão cheia de tristeza e compreensão.

— Peter, podemos falar lá fora? — ela pediu suavemente.

Assenti, ainda atordoado, e a segui para fora do quarto. No corredor, ela segurou minhas mãos, tentando me confortar.

— Mel está com amnésia. Os médicos disseram que isso pode durar algumas semanas, meses, ou até anos. Ela se lembra de coisas mais antigas, mas não lembra de você ...eu sinto muito,eu achei que quando ela te visse,pudesse lembrar...— explicou, a voz cheia de pesar.

As palavras dela me atingiram com força. A ideia dela não se lembrar de mim era devastadora. Eu havia esperado tanto por esse momento, e agora tudo parecia desmoronar.

— Mas... e se ela nunca se lembrar? — perguntei, a voz falhando.

Laila apertou minhas mãos, tentando transmitir força.

— Precisamos ser pacientes. Os médicos disseram que a memória dela pode voltar com o tempo. Eu tenho certeza que vai ser em breve.

Afundei no banco do corredor, sentindo o peso da situação cair sobre mim. A dor era esmagadora, mas sabia que não podia desistir. Mel precisava de mim, mesmo que ela não se lembrasse disso.

— Eu vou ficar ao lado dela. Não importa quanto tempo leve. Eu vou ajudá-la a lembrar de tudo — prometi, minha voz firme apesar das

Voltei para o quarto de Mel, ainda tentando processar tudo o que Laila tinha acabado de me contar. Ao entrar, encontrei ela deitada, ainda com aquela expressão apática, e Laila ao seu lado, segurando a mão dela.

— Mel, este é o Peter. Ele é um amigo muito importante seu— disse Laila suavemente, tentando fazer a situação parecer menos confusa para Mel.

Eu me aproximei novamente, tentando manter a calma, mesmo que meu coração estivesse em pedaços.

— Oi, Melissa — disse, tentando sorrir apesar da dor.

Mel olhou para mim com uma mistura de confusão e curiosidade. Era doloroso ver o vazio em seus olhos onde antes havia tanto amor e familiaridade.

Laila se levantou e veio até mim, colocando uma mão em meu ombro.
Senti as lágrimas começarem a se formar novamente.

— Porque...você está chorando?— Melissa perguntou preocupada.

— Não é nada,eu só estou aliviado em saber que você está bem.

Mel assentiu e olhou para fora da janela, parecendo perdida em seus próprios pensamentos.

Eu respirei e segurei a mão dela novamente, mesmo que ela a tenha tirado de mim antes.

— Eu sei que isso é confuso agora, mas eu estarei aqui para você. Todos os dias, até que você se lembre de tudo. Prometo — disse, minha voz firme e cheia de determinação.

Ela olhou para mim novamente, dessa vez com um leve toque de curiosidade nos olhos.

— Obrigada... Peter — disse ela lentamente, como se estivesse tentando se familiarizar com meu nome.

Laila apertou meu ombro, oferecendo apoio silencioso. Sabíamos que seria uma longa jornada, mas eu estava disposto a enfrentar tudo isso,só por ela.

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