Capítulo 27(Final)

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O sol já estava se pondo quando eu me sentei na sala de estar, tentando controlar a ansiedade que pulsava em meu peito. Meus dedos tamborilavam incessantemente sobre o braço da poltrona, enquanto meus olhos voltavam repetidamente para a tela do notebook em meu colo. Peter, que estava ao meu lado, observava-me com um sorriso encorajador. Ele já tinha recebido a notícia mais cedo naquele dia—aceito em Yale. Agora, era minha vez de descobrir o que o destino tinha reservado para mim.

— Você tem que abrir, querida! — minha mãe disse, quase que segurando a respiração, enquanto meu pai, sempre calmo, colocou a mão no ombro dela, tentando transmitir tranquilidade.Ela parecia mais ansiosa do que eu.

— Calma,amor, vai dar tudo certo — ele disse, o tom suave, mas eu sabia que ele também estava ansioso.

Eu abri o e-mail com mãos trêmulas, o coração batendo descompassado. Por um momento, tudo ao meu redor pareceu ficar em silêncio. O mundo parou. O tempo se estendeu infinitamente enquanto eu lia as primeiras linhas da mensagem. A tensão aumentava a cada palavra, a sala inteira aguardava, prendendo a respiração.

Finalmente, ergui os olhos da tela, meu rosto ainda inexpressivo. Todos me olhavam com uma expectativa quase palpável.

— Fui aceita... — minha voz saiu baixa, quase inaudível no começo, mas logo se transformou em um grito de alegria. — Fui aceita!

Um grito de felicidade preencheu a sala. Minha mãe praticamente pulou em cima de mim, me abraçando com toda a força que tinha. Ela chorava e ria ao mesmo tempo, o rosto molhado de lágrimas de pura felicidade. Meu pai, logo atrás, envolveu-nos em um abraço caloroso, sua voz emocionada sussurrando palavras de orgulho. Peter se juntou a nós, me levantando do chão e girando-me no ar, como se não acreditasse que, finalmente, todos os nossos esforços tinham dado frutos.

— Eu sabia que você ia conseguir! — ele exclamou, ainda segurando minha cintura, o sorriso em seu rosto tão radiante quanto eu jamais tinha visto.

— Nós conseguimos — corrigi, segurando seu rosto entre minhas mãos. — Yale... juntos.

Por um momento, tudo pareceu perfeito. Os meses de estudo, o medo, a incerteza—tudo desapareceu, substituído por uma alegria que parecia iluminar cada canto da casa.

Mais tarde, naquela mesma noite, eu ainda estava processando a notícia da minha aceitação em Yale quando a campainha tocou. Abri a porta e encontrei Laila com um sorriso meio triste. Eu sabia que ela estava esperando uma resposta de outra faculdade, então meu coração apertou só de vê-la ali, com aquela expressão.

— Laila! — eu a abracei forte, sentindo um nó na garganta. — Você recebeu a resposta?

Ela assentiu, e eu pude ver lágrimas se acumulando em seus olhos.

— Fui aceita na Northwestern — Laila disse, tentando sorrir, mas as lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto. Ela não precisava dizer mais nada. Aquilo significava que nossas vidas iam seguir caminhos diferentes.

Eu não consegui segurar as minhas próprias lágrimas. A ideia de ir para Yale sem Laila ao meu lado parecia impossível de aceitar. Ela sempre foi minha melhor amiga, minha confidente, a irmã que eu nunca tive.

— Eu... eu não acredito que a gente não vai ficar mais juntas — eu disse, minha voz falhando. — A gente faz tudo juntas. Como vou conseguir passar por tudo isso sem você?

— Ei,não pensa assim. — Laila limpou uma lágrima que escorria pelo meu rosto. — A gente vai continuar se falando todos os dias. Vídeo chamada, mensagens, o que for. Eu posso não estar lá fisicamente, mas nunca vou sair da sua vida. Nós somos irmãs, lembra? Isso nunca vai mudar.

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