BAILE TUDO ❤️‍🔥😏

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A balada estava em pleno vapor, e Sunsai se sentia fora de lugar, mas de uma maneira que ela nunca imaginara. O som da música, alta e pulsante, invadia seus sentidos, e ela tentava se acostumar com o frenesi ao seu redor. A atmosfera era totalmente diferente de qualquer coisa que já experimentara nas quadras olímpicas, onde a concentração e a pressão dominavam o ambiente. Mas ali, a sensação era de liberdade, algo que ela mal sabia que precisava. A multidão parecia dançar sem se preocupar com nada, e Sunsai sentiu uma estranha necessidade de deixar os medos e as tensões para trás, se perder na música. Ela se perguntava como seria se pudesse simplesmente existir naquele momento, sem o peso da expectativa e do julgamento. Talvez fosse uma boa ideia apenas relaxar um pouco. Não todos os dias tinha uma chance como aquela de se distanciar da pressão.

Flávia apareceu ao seu lado com um sorriso provocador, como se soubesse exatamente o que Sunsai estava pensando. Ela estava à vontade naquele ambiente, parecia natural estar ali, entre as luzes piscando e os corpos se movendo ao som da música. Sua presença era imponente, e Sunsai se sentiu por um momento como se fosse observada, como se estivesse sendo analisada. Flávia, com toda sua confiança, parecia ver a noite como mais uma oportunidade de mostrar sua liberdade. Ela, que sempre foi focada na competição, agora parecia se permitir vivenciar algo completamente diferente. Sunsai não sabia se aquilo era uma provocação ou apenas um convite para se soltar, mas de alguma forma, era como se Flávia estivesse desafiando Sunsai a se permitir ser mais do que uma atleta. Como se o ambiente da balada fosse um lugar onde elas poderiam se desarmar, onde as regras da competição não se aplicavam.

– Nossa, até que as baladas brasileiras são bem animadas, e está tocando de tudo, menos samba. É estranho, porque aqui, principalmente no Rio, é a terra do samba, do Zeca Pagodinho. Mas esse Bonde do Tigrão também é bom – Sunisa olhava ao redor, tentando se acostumar com a música alta.

– Olha a mini Regina George! Nossa, pensei que pessoas do seu nível não viessem para baladas, ainda mais as brasileiras. Bom, aqui não é pagode ou brega que se toca, nessas baladas ou bailes toca é funk. Novinha, aproveita um pouco comigo! – Flávia bate na bunda de Sunisa, estando meio bêbada.

— Ah, Flávia, você está dizendo que é só diversão, mas me parece que você está gostando de dar umas dicas. Cuidado, senão quem vai aproveitar a noite sou eu, não você.—Sunsai, com um sorriso travesso:

Porra, Sunisa, até que você tem um rebolado bom, hein? Isso sim é um gingado! Bom, eu sou sua rival, mas até aqui você leva o ouro. Me ensina esse movimento, baby, por favor! Eu preciso saber, dizem que vocês, asiáticas, arrasam em tudo – Flávia fica surpresa ao ver Sunisa rebolar até o chão.

Na balada, a música vibrava ao redor delas, um ritmo envolvente que fazia o corpo se mexer sem que pudesse resistir. Flávia e Sunisa estavam próximas uma da outra, o calor da multidão e o barulho das batidas se misturando com algo mais intenso entre elas. Olhares trocados, sorrisos discretos, mas cheios de intenção. Flávia, com a confiança que o álcool lhe dava, deu um passo à frente, enquanto Sunisa, sem dizer uma palavra, deixou o espaço entre elas diminuir. O ar parecia pesar, e no momento em que as mãos se tocaram, tudo ao redor pareceu desaparecer. Sunisa, com um movimento suave, levou Flávia para mais perto, seus rostos se inclinando lentamente até que, finalmente, os lábios se encontraram, um beijo curto, mas carregado de emoção e desejo reprimido. O tempo parou por um instante, e o mundo da competição, da rivalidade, ficou distante, deixando espaço apenas para a química que havia surgido entre elas naquela noite. Quando se afastaram, ambas sorriram, o silêncio momentâneo preenchido por uma tensão nova, um segredo compartilhado entre duas mulheres em um lugar onde tudo era permitido.

A balada estava em pleno auge, com a música alta e a pista de dança lotada, mas entre Flávia e Sunisa, o mundo parecia desacelerar. A tensão no ar era palpável, como se tudo ao redor fosse insignificante comparado àquele momento. Flávia, com um sorriso desafiador e o olhar de quem estava se divertindo com o perigo, se aproximou de Sunisa, que, dividida entre impulso e cautela, sentiu a energia crescer entre elas. Quando os corpos se encontraram e o beijo aconteceu, foi rápido, mas carregado de significado, deixando ambas com um sentimento de algo inacabado. Flávia parecia empolgada com a situação, enquanto Sunisa, confusa, não sabia o que fazer com o turbilhão dentro de si. O beijo as conectou de uma forma nova, algo que estava começando, algo que ambas não sabiam ao certo o que significava, mas que, de alguma forma, já as unia. O restante da balada continuava a acontecer, mas para elas, o beijo havia sido o começo de algo maior, algo que ainda precisariam desvendar.

– Até que, para uma menina, você está indo bem – diz Flávia, sorrindo, visivelmente feliz com o beijo

Nas Margens dos Girassóis:Onde histórias criam vida. Descubra agora