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Heloísa

Dois meses se passaram e mil coisas aconteceram! Eu peguei meu diploma, minha marca decolou e estou fazendo roupas para pessoas que eu nunca imaginei que iriam me contratar. Meu pai foi preso, eu busquei o Berto para morar comigo novamente, Caio sumiu do mapa e tudo ficou bem novamente. Richard e eu estamos nos vendo todos os dias e não nos desgrudamos. Criei um carinho gigantesco pelo meu padrasto, pois ele literalmente me trata como filha e me dá tudo que meu pai não foi capaz de dar. Minha mãe e eu nos tornamos melhores amigas.

E o Lucca continua fã do Piquerez.

Ele entrou em um jogo com ele, e Richard cumpriu a promessa. É louco pensar que eu tenho um irmão mais novo ainda, mas já estou me adaptando. Ele, meu padrasto e Richard viraram inseparáveis, inclusive chega a ser engraçado que Richard, Geraldo e Piquerez têm um grupo no WhatsApp para falar sobre futebol, e eles marcam rolês entre eles sem a gente.

── Qual o seu maior medo? — Lucca perguntou, abraçando a perna de Richard. Eu me encostei, assistindo à cena com um sorriso bobo nos lábios. Richard é tão bom com crianças!

── Meu maior medo? Deixa eu pensar! — falou, fingindo estar pensativo, puxando Lucca para o seu colo. ── Acho que são monstros. Isso aí, tenho medo de monstros, Lucca! Pode rir.

── Como você namora minha irmã então? — perguntou Lucca, e eu arqueei as sobrancelhas, impressionada.

── Isso é porque você não a viu acordando de manhã. — rebateu Richard no mesmo tom, e eu fiz uma cara de ofendida.

── Ei? Vocês dois aí. Virou complô contra mim? — perguntei, e eles me encararam juntos, ao mesmo tempo.

Ver Richard com crianças aquece meu coração de uma forma surreal. Me faz fantasiar que futuramente realmente vamos criar uma família, ter um futuro, casar. Será que é muito doido da minha parte? Fazem sete meses que nos conhecemos e já estamos assim, planejando tudo. Inclusive vamos morar juntos no mês que vem, janeiro. Estamos em dezembro, férias se aproximando, festas de fim de ano também, e é o meu aniversário de vinte e um anos.

── Desculpa. — Lucca sorriu com aquele sorriso travesso dele, e eu cerrei os olhos.

── Eu quero sair. — resmunguei.

Nossa fofoca vazou, e eu pedi para Richard deixar quieto e não se pronunciar, dizendo nem que sim, nem que não. Ele também preferiu assim, disse que temia que eu levasse hate, e eu levei hate mesmo assim. No dia que acordei e vi minha cara estampada em uma página de fofoca e uns dez mil seguidores em um dia só, eu gritei. Literalmente gritei e acordei o colombiano que ainda estava dormindo.

── Vamos sair então. — Richard falou, levantando-se.

── Lucca, que doce você quer para mentir para a mãe que eu não te deixei sozinho? — brinquei com meu irmão mais novo, que fechou a cara.

── Para com isso, a gente leva ele. — Richard falou, e Lucca sorriu como resposta.

── Onde vamos? — perguntei.

── Jantar. — respondeu simplesmente. ── Quer comer o quê, cara?

── Hambúrguer.

em teu olhar, richard ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora