Capítulo 21 - Ajudante

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Ultimamente, as coisas estão incrivelmente corridas pra mim na escola. Existe uma forma diferente de expressar o quanto estou ocupado, sem ficar repetindo "Sem tempo" o tempo todo? Se você souber de alguma, me avisa, porque preciso começar a usar novas palavras. Basicamente, estou super atarefado!

Com base no primeiro capítulo até o vigésimo, vocês provavelmente estão se perguntando se eu sou realmente o presidente do clube de música, né? Bom, nem eu acredito que consegui lidar com tanta loucura sozinho. O torneio de futebol está chegando e faltam apenas algumas semanas.

Mesmo tendo o título de Presidente do Clube de Música, eu só toquei numa banda ao vivo como membro do clube. Nunca toquei numa banda marcial antes, apesar de ter um pouco de conhecimento sobre isso. Estou ficando um pouco maluco, porque você não pode esperar que eu abrace esses projetos do nada. Não tenho outra escolha a não ser correr atrás dos veteranos e outros ex-alunos pra pedir ajuda.

Nossos horários de prática são bem intensos. Tem ensaio às 7 da manhã. Depois, os coitados têm que trazer o almoço até a sala do clube durante o intervalo. No fim da tarde, a prática vai até as 7 da noite (às vezes até 8 ou 9). Não tenho muito o que fazer no horário da manhã, além de checar se tudo está indo bem com os calouros quando eles tocam o hino nacional na frente do mastro. Não faço muito à tarde também (tipo, eu estava jogando Jenga outro dia), porque o Film está cuidando dos horários da tarde. Quanto à noite, aí sim eu preciso comparecer, porque sou eu que animo a galera, hahaha. (Eu acho, né.)"

Nossa sala do clube parece um verdadeiro caos hoje. Tem tanto barulho de diferentes instrumentos se chocando. (Será que isso algum dia vai virar uma música de verdade?) E ainda tem as nossas vozes brigando com os calouros quando eles não prestam atenção. Não me importo se nos acusarem de ser cruéis, é que realmente precisamos que o evento saia perfeito. De jeito nenhum vamos nos humilhar na frente das outras três escolas que estarão lá, então acredito que os membros do clube entendem por que estamos fazendo isso com eles. (Se não agora, daqui a dois ou três anos eles entenderão.)

"'P' Noh! Eles chegaram! O que a gente faz?!" Droga, ainda tô no meio das minhas explicações para os leitores. Por que você tinha que gritar e me interromper?! Você vai acreditar se eu disser que não preciso nem virar pra saber quem são? Tinha que ser o Per e o Knot, também conhecidos como os destruidores de janelas da nossa escola, já que eles usam as vozes altas e frenéticas como armas. Dou uma olhada na janela do Prédio F que já começa a ter algumas rachaduras aqui e ali.

"Mas que diabos vocês dois estão falando?" Eu me aproximo deles com uma expressão séria depois de dizer aos outros membros do clube para continuarem praticando e ignorarem esses dois. Vejo dois cachorrinhos nada fofos ofegando na entrada da sala, como se tivessem acabado de escapar de uma perseguição policial.

"P'Noh... a galera do Boss Pui... ofega*... ofega*..." Eu acho a tentativa do Knot de falar totalmente lamentável. Ele tenta dizer alguma coisa enquanto levanta a cabeça, mas acaba desabando no chão, lutando para respirar.

Agora é a vez do Per. "Boss Pui está... ofega*... ofega*..." Esse idiota consegue me dar ainda menos informação. Será que algum dia vou descobrir o que está acontecendo aqui hoje?!

"O quê? Ele estava correndo atrás de vocês dois? Então vou mandar vocês dois se entregarem para ele em troca dos 20 mil baht que precisamos pros tambores!" Eu só falei isso como uma piada. Não esperava que tanto o Per quanto o Knot se animassem e apontassem para mim como se o Donald Trump estivesse prestes a me demitir.

"Isso mesmo, P'! A Boss Pui entregou o novo conjunto de tambores no Edifício 2003." Caramba! Estou totalmente ferrado, não estou?! Estou prestes a desmaiar e me juntar ao Per e ao Knot no chão, mesmo sem ter corrido como eles.

Love Sick  - A vida caótica dos garotos de shorts azuisOnde histórias criam vida. Descubra agora