Capítulo 22 - O que podemos

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É de manhã e estamos ainda mais perto do torneio. Estou andando de um lado para o outro, olhando para os meus próprios sapatos em frente à sala do conselho estudantil. Não sei se devo simplesmente abrir a porta e entrar. Será que isso seria estranho? Fico pensando nisso repetidamente enquanto circulo por essa área, a ponto de começar a ficar enjoado. Acho que não devo continuar fazendo isso, a menos que eu queira deixar um "presente" no chão deste prédio. Mas... por que estou andando de um lado para o outro assim, afinal?

Me repreendo por um momento antes de pegar o celular e encarar a tela. Bem, preciso falar com o Phun sobre os problemas do orçamento que discutimos, senão vou ter problemas. O que eu devo fazer? Devo ligar para ele, em vez disso? Mas... eu meio que quero vê-lo...

Espera! O que eu estou pensando?! Isso é tão idiota! Dou um soco na minha própria cabeça com os nós dos dedos por ter um pensamento tão inadequado sobre o namorado de outra pessoa. Decido discar o número de Phun e apertar para chamar.

É maravilhoso o suficiente que sejamos amigos
Mesmo que só possamos estar próximos um do outro
Essa pessoa provavelmente não se importaria
Não é culpa sua ter se apaixonado por aquela pessoa primeiro
Eu tenho que continuar escondendo tudo
Para que você não veja pelos meus olhos [Música]

Caramba... que merda é essa música de espera no celular dele? Afasto o telefone da orelha imediatamente quando ouço a música. (Quem canta isso? Nunca ouvi falar.) Não tive muito tempo para pensar antes de ouvir a voz grave do Phun do outro lado da linha.

"Sim, Noh?"

Não seja tão educado assim! Você me deixa desconfortável!

"Onde você está?"

"Na sala do conselho estudantil. Onde você está? Quer que eu vá te encontrar?" Ele é sempre tão solícito. Dou uma risada para o telefone antes de olhar para a placa em cima da sala do conselho estudantil. 

"Te vejo em meio segundo."

Realmente, foi meio segundo até eu empurrar a porta e entrar na sala logo que desliguei. Phun fica surpreso ao me ver. (Ele ainda está segurando o telefone na orelha, heh heh.) Porém, ele não está sozinho na sala. Esqueci que essa não é realmente a sala dele. Tem o Fi (o presidente do conselho estudantil), o Bank (não sei o cargo dele), dois alunos do 1º ano, e... o Earn, o capitão da equipe de torcida. Todos estão olhando para mim.

"Ei? Noh! O que você está fazendo aqui?" Earn me cumprimenta antes de qualquer um. Phun sorri levemente enquanto guarda o celular. 

"Por que você não entrou direto?" Heh heh heh. Acho que o Earn já sabe por que estou aqui, depois de ouvir a pergunta do Phun.

Dou de ombros de brincadeira para o Phun antes de me virar e sorrir para o Earn, que parece estar contando itens de uma pilha enorme. Bem, acho que meus genes intrometidos estão se ativando. "O que é isso, Earn?! Essa sacola é enorme!"

"São lembrancinhas para o pessoal que vai estar nas arquibancadas." Ele me responde com um pequeno sorriso enquanto me mostra uma. Este ano, a lembrança é uma dog tag prateada com o nome da nossa escola. No verso, há um texto gravado que diz: "TODOS SÃO UM." É tão bonita!

"Isso é tãooo legaaaal! Eu quero uma! Posso pegar uma se sobrar?" Fico animado com as dog tags assim que as vejo, pois quero muito uma. (Muito mesmo.) Earn cai na risada, provavelmente porque estou grudado no braço dele como um gatinho.

Por que diabos o Phun está pigarreando? Acho que ele está ficando doente de novo.

"Você não precisa esperar sobrar, Noh." Earn me diz do nada. Como sempre, não entendo muito bem o que ele quer dizer. Solto o braço dele quando noto que está mexendo na sacola.

Love Sick  - A vida caótica dos garotos de shorts azuisOnde histórias criam vida. Descubra agora