Capítulo 35 - Nós somos iguais

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Sexta-feira chegou, é o último dia útil da semana, então estou correndo para terminar minha lição de casa (copiando do Keng) com o Ohm (que está copiando do Palm). Estamos tão focados que mal prestamos atenção ao que está acontecendo ao nosso redor. Tivemos tantas tarefas para recuperar que chegamos à escola às 7 da manhã (eu liguei e acordei o Keng também para terminar essa tarefa de inglês. Esse resumo é terrivelmente difícil, e eu não estive exatamente focado nos meus estudos na última semana). Eu dou uma risada da minha própria situação, já que fui eu que me coloquei nessa.

"Merda, Palm. Acho que você escreveu essa frase errado. Pode me mostrar o que o Keng escreveu?" Ohm reclama enquanto folheia as páginas. Então, ele olha para o caderno do Keng, que está ao meu lado, por um momento antes de meu telefone tocar.

'Hail to our host! Wishing you lots of silvers. Wishing you lots of golds. Hail to our host!'

Mudar o toque do celular é um hobby meu (porque aparentemente tenho muito tempo livre). Ohm olha para mim enquanto sua mão ainda copia a lição de casa.

"Ótima maneira de fazer seu iPhone ficar brega usando esse toque." Vai se ferrar, eu gosto dele.

Eu dou de ombros, não dando atenção à zombaria dele. Verifico para ver quem está me ligando. Ah, é melhor silenciar isso.

"É sua mãe ligando, aposto." Meu amigo conhece minha situação bem demais. Não preciso dar uma resposta, já que ele já sabe.

"É melhor você atender agora ou vai sobrar para mim resolver suas merdas." Ohm grita para mim, mas meu telefone já ficou em silêncio. Um segundo depois, um toque diferente começa a tocar.

'Quit bragginggg, quit bragginggg, quit bragginggg Ohhh, ohhh, ohhh?'

Você me zoou pelo meu toque, mas esse aí faz parecer que seu LG Secret é bem vagabundo também!

Ohm me lança um olhar quando o telefone dele começa a tocar. Ele me empurra o aparelho sem verificar quem está ligando. "Atende você. É sua mãe. Não sou sua secretária."

"Ah, qual é. Eu só vou silenciar então." Digo enquanto procuro o botão para ignorar a chamada (como é que se usa esse troço?), mas Ohm me dá um olhar severo.

"Atende logo o telefone. É sua namorada. E eu tenho uma regra de que se uma garota ligar, tem que atender. Então, não, você não vai quebrar minha regra." Filho da mãe, você está mesmo usando essa regra idiota para me forçar a atender a ligação?! Faço uma expressão azeda enquanto olho para a tela do LG, que diz "Mãe do Noh". Bem, você é esperto, né?

Tá bom, eu vou atender.

"Oi, Yuri?" Decido atender a ligação dela, embora eu realmente precise terminar minhas tarefas antes de a aula começar. Ouço o tom animado e alegre da Yuri e não posso deixar de me perguntar se existe algo capaz de deixar ela estressada.

"Você está livre hoje à noite?" Eu já sabia. Solto uma risadinha silenciosa.

"Hoje à noite? Não tenho planos." Basicamente, já assumi que Ohm vai ficar e cuidar do clube. Quase perco o equilíbrio quando Ohm me dá um tapa na cabeça.

Yuri continua falando. "Vamos a algum lugar juntos. Quero procurar um presente de aniversário para o Tou-san. Você pode me ajudar a escolher?" Bem, aí está a razão para eu ir com ela. (Yuri chama o pai de 'Tou-san', já que ele é japonês.) Sei que, se eu deixar ela escolher um presente sozinha, há uma grande chance de o Tou-san acabar ganhando um peso de papel da Hello Kitty de aniversário.

"Claro, onde devemos ir?"

"Vamos nos encontrar em Siam depois da escola, Noh. Eu vou só dar uma volta por lá e espero você." Ela me diz antes de desligar. Devolvo o telefone para o Ohm, e ele assobia para mim, me provocando.

Love Sick  - A vida caótica dos garotos de shorts azuisOnde histórias criam vida. Descubra agora