Capítulo 2.

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Quando cheguei lá embaixo, encontrei um homem alto e forte, sentado na mesa com a minha mãe.

Parei um pouco, mas voltei a andar quando ele acenou pra mim e minha mãe sorriu.

Pixote: E aí, pô, tudo beleza contigo? — Perguntou me olhando e minha mãe veio até mim, me abraçando de lado.

Isabel: Esse é o meu marido, filha. Sempre te mandei foto minha com ele, mas riscando o rosto por questão de segurança, mas agora não precisa mais disso. — Falou apreensiva.

Milena: Eu sou a filha da sua mulher, caso ela nunca tenha te falado de mim. — Dei um sorriso sínico.

Pixote: Tá malucona, essa mulher falava de tu o dia todo, eu que não aguentava mais já. — Falou de boca cheia e minha mãe deu um tapa no braço dele.

Isabel: Tem que aguentar mesmo, e você, abusada, não fala isso. Você sabe muito bem que eu nunca te esqueci nem por um minuto, filha. — Falou me olhando e eu cortei o clima.

Milena: Hummm, e o que tem pra comer aqui? — Perguntei olhando ao redor.

Pixote: Esse bolo de chocolate que sua mãe fez tá responsa, prova aí. — Falou puxando a cadeira do seu lado e eu fui até lá, meio desconcertada, mas me sentando.

Olhei pra minha mãe que tinha um sorriso de canto a canto nos lábios e senti que, no fundo, ela jurava que eu me comportaria totalmente o oposto, virando a cara pra ela e até mesmo pro marido dela.

Mas eu não faria isso, como já disse, não guardo mágoa nenhuma da minha mãe, e o cara, pelo menos, pelo visto, a trata muito bem.

Coloquei um pedaço de bolo na boca e saboreei, indo nas nuvens. Quando abri os olhos, os dois me olhavam apreensivos, como se quisessem ouvir algo.

Pixote: Depois manda tua mãe passar no mercado contigo pra comprar uns bagulho, porque aqui nessa casa é só coisa de comida saudável, não aguento mais essas maluquices da tua mãe. — Negou com a cabeça se levantando e eu segurei o riso.

Eles se despediram e ela voltou pra mesa.

Isabel: O que você achou dele? Ele é muito bom comigo filha, me trata muito bem, só tirando essa vida toda errada que ele leva, ele é uma pessoa muito boa. — Falou se sentando.

Milena: Achei feio, mal educado e grosso. — Falei enfiando mais um pedaço de bolo na boca e vi ela arregalar os olhos.

Isabel: Tá falando sério? Por que isso, Milena?

Milena: Ai, eu tô brincando, mulher! Vai chorar, é? — Perguntei dando risada e me levantando.

Isabel: Abusada, muda nunca né? — Falou e eu dei de ombros.

Milena: Você poderia me levar no mercado como ele disse, né? Tô em fase de crescimento, não quero ter que ficar comendo só coisa saudável não. — Fiz cara de nojo e ela riu.

Isabel: Bora logo então, que eu já te apresento o morro e desço lá embaixo pra ver o negócio da sua escola, é bem pertinho, aqui na entrada do morro mesmo. — Fala pegando uma carteira em cima do sofá.

Milena: Precisa ter pressa não, quero uns dias de férias ainda. — Falo arrumando o cabelo na frente de um espelho gigante que tinha ali.

Isabel: Vai nessa achando que você vai me enrolar! — Falou me puxando pelo braço e eu bufei, saindo de casa com ela.

Perdição.Onde histórias criam vida. Descubra agora