Quando cheguei em casa o Pixote e minha mãe já estavam lá, então me joguei no outro lado do sofá.
Pixote: Tá se sentindo uma borboleta voando solta por aí né minha parceira, tô de olho em tu. — Falou pra me provocar e eu ri, revirando o olho.
Milena: Tava por aí no beco com um gatinho.
Isabel: Que gatinho, garota? — Perguntou me jogando a almofada e eu ri.
Pixote: Essa anã de jardim brinca muito, parece até a mãe dela. — Falou e minha mãe deu um beliscão nele, me fazendo rir.
Isabel: Fica na sua, em.
Pixote: Vou colar lá na boca que preciso resolver um bagulho com o Bravo, se arrumem mais tarde que vou levar as feiosas pra jantar. — Falou e eu bati palminhas.
Milena: Ufa, desde que tô aqui nunca me levou pra canto nenhum. — Falei pra provocar e ele deu risada, saindo de casa.
Fui até a cozinha com minha mãe e ela colocou comida pra nós, então nos sentamos pra comer na mesa.
Milena: Mãe.... — Chamei sua atenção.
Isabel: Humm? Que cara é essa? — Perguntou colocando coca no meu copo.
Milena: O que você acha do Bravo? — Perguntei.
Isabel: O Pedrinho?
Milena: Sei lá como ele se chama, conheço como Bravo.
Isabel: Ele se chama Pedro... mas eu gosto muito dele, a mãe dele também é gente boa, considero muito ele. — Falou me olhando.
Milena: Que você gosta dele eu sei, mas queria saber o que você sabe dele, o que acha, sabe? — Perguntei curiosa.
Isabel: Eu vou fingir que não tô entendendo esse seu interesse todo, Milena... mas eu acho ele um garoto bom, responsável...
Milena: Ai mãe, não se faz de besta, você entendeu sim meu interesse... queria saber dele de outro jeito, entende?
Isabel: Se é o que eu tô pensando, então já fica sabendo que o Bravo pega as negas tudo, nunca vi assumir ninguém e o que tem de menininha pelo morro iludida por ele não tá escrito. — Falou e eu fiz careta.
Milena: Hummm, entendi, ainda bem que só quero uns beijinhos mesmo. — Falei dando de ombro.
Isabel: Aham, vou ficar quieta na minha. — Falou e eu comi minha comida, caladinha.
Depois daquele papo com a minha mãe, eu subi e fui tirar um cochilo, quando acordei já era noite e foi com a minha mãe me chamando, então tomei um banho, coloquei uma calça jeans, um cropped rosa de manga longa e uma sandália.
Fiz uma maquiagem simples, penteei meu cabelo e me enchi de perfume, ficando muito gata e cheirosa, como de costume.
Quando desci, meu padrasto e minha mãe já estavam prontos.
Pixote: Vou ter que levar vocês aqui no morro mermo, fiquei sabendo que a pista tá moiada.
Milena: Então bora que tô com fome. — Falei e fomos saindo.
Como sempre, na hora que passamos pelo portão de casa os vapores que faziam a segurança me comeram com os olhos, mas dessa vez eles só esqueceram que o patrão deles estava junto.
Pixote: Tô doido pra dar tiro no olho de vagabundo hoje. — Falou e eu e minha mãe rimos, mais ainda vendo os meninos disfarçarem.
O pixote era muito protetor, desde o dia que cheguei ele deixou claro que se alguém mexesse comigo era só falar com ele, que ia deixar claro pro morro todo que eu era intocável e que ninguém era doido.
Gostava dele de graça, nunca pensei!
Ri com meus pensamentos e logo entramos no carro, chegando mais no alto do morro, onde era o tal restaurante.
Nos sentamos na mesa e pegamos o cardápio, minha barriga chega roncou com o cheiro que estava ali.
Fizemos os nossos pedidos, e enquanto estavam sendo feitos nós ficamos de conversa fiada.
Quando nossos pratos chegaram nós começamos a comer, o clima tava todo ótimo, até eu olhar pra frente e ver uma moto parando, parecia loucura, mas eu já conhecia aquela moto, e quando olhei pra cara da pessoa tive certeza.
Era o Bravo, e na garupa a menina do dia do baile, ela desceu, entrou no restaurante e pelo visto estava no balcão pedindo algo.
Quando olhei pra frente, nossos olhares se encontraram e eu fechei a cara, vendo o Pixote e a minha mãe olharem pra trás pra verem o que eu tanto encarava.
Pixote: Cola aí cara, tá fugido? — Gritou em direção ao Bravo e tomou um beliscão da minha mãe.
Isabel: Para de gritar! — Falou.
Ele negou com a cabeça pro Pixote e quando a menina voltou pra moto, subiu e ele saiu cantando pneu.
Pixote: Aquele ali nem se fosse meu filho de sangue parecia tanto, o moleque é enjoado. — Falou rindo e minha mãe revirou o olho.
Isabel: Vocês acham lindo se gabar com piranha do lado, que nojo. — Minha mãe falou e eles ficaram naquela discussãozinha.
Senti uma coisa chata me incomodar, mas fiquei quieta e segui comendo a minha comida, torcendo pra ir pra casa logo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Perdição.
FanficA gente pode tentar escrever o nosso destino na nossa mente um milhão de vezes, traçar mil planos, imaginar tantas coisas... e no final, a vida nos dá um choque de realidade, mostrando que não temos o controle nem mesmo de nós, quem dirá do futuro.