Capítulo 11.

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Quando cheguei em casa já subi logo e só fiz tirar a roupa e escovar os dentes, estava morrendo de sono.

Meu domingo não teve nada também, apenas fiquei dentro de casa assistindo tudo quanto é filme com a minha mãe.

Na segunda, acordei bem cedo e me mandei pra escola, mesmo com toda preguiça do mundo.

As aulas foram normais, e na hora de ir embora eu e a Leticia fomos saindo juntas.

Leticia: Então quer dizer que vocês quase se beijaram? — Perguntou depois de eu contar o que tinha acontecido pra ela.

Milena: Sim, quase, mas só saiu um selinho. — Falei frustrada.

Leticia: Eu não conheço muito ele, só sei que é amigo do DG, mas nunca nem conversei.

Milena: Como pessoa minha mãe elogia muito, mas ela disse que nunca viu ele assumir ninguém e que as meninas do morro tudo pagam pau pra ele.

Leticia: Ainda bem que você só quer dar uns pegas né? — Perguntou e me olhou. — Ou não? — Arqueou a sobrancelha.

Milena: Claro né leticia, vou querer o que mais? Que ideia! — Falei revirando o olho e de papo em papo paramos na frente da casa dela.

Leticia: Vou entrar, me manda mensagem pra gente se encontrar mais tarde qualquer coisa. — Falou e me deu um beijo na bochecha.

Me despedi dela e segui meu caminho, que ainda tinha muita estrada.

Como eu sempre falo, quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece, porque foi só eu seguir meu caminho sozinha que o Bravo apareceu.

Bravo: Sobe aí pô, um sol de fuder. — Falou parando a moto do meu lado, mas continuei andando, fazendo ele ir devagarinho.

Milena: Deus me livre, essa moto não deve mais aguentar cada dia uma bunda diferente aí em cima.

Bravo: Qual foi? Aqui é só as selecionadas, parceira. — Falou e eu ri, revirando o olho.

Milena: Tá bom, parceiro. — Falei e ele riu.

Ficamos em silêncio e eu continuei andando, mas ele não saía do meu lado nem com reza braba, então me entreguei, não vou negar, sou a famosa maria gasolina.

Milena: Tá bom vai, quero chegar logo em casa e tá muito calor. — Falei cedendo.

Bravo: Sobe aí. — Falou e eu subi.

Não sei se ele fez pra me assustar, mas saiu andando igual um louco, 10x pior do que eu via ele andando.

Eu não tinha medo nenhum, só me cagava um pouco quando passava nos becos, mas ainda sim sentia uma adrenalina boa.

Quando ele passou reto pela minha casa eu estranhei, dando um beliscão na sua costela, mas ele seguiu mesmo assim.

Ele subiu até um lugar do morro que eu nunca nem imaginei que existia, tão alto que dava pra ver o rio de janeiro todinho.

Ele desceu da moto e eu desci também, sorrindo ao ver aquela paisagem.

Bravo: Gostou da corrida? — Perguntou me olhando.

Milena: Se era pra me assustar não conseguiu, eu gosto sentir uma adrenalina de vez em quando. — Falei dando de ombros e ele riu pelo nariz.

Bravo: Tu é malucona, né? Na moral mermo.

Milena: Por que, ué? Me acho normal. — Falei andando um pouco mais pra frente pra olhar aquela vista linda. — Mas por que você me trouxe aqui? — Perguntei me virando pra ele.

Bravo: Tava a fim de subir aqui e quis subir com você, ué. — Falou tirando o cigarro do bolso e acendendo.

Milena: Apaga isso, odeio o cheiro. — Falei indo dar um tapa no cigarro, mas ele desviou.

Bravo: Na real vou apagar mermo, tô interessado em outros bagulhos. — Falou jogando o cigarro longe e se aproximando.

Na hora que ele colocou a mão na minha nuca eu já tremi, senti de novo aquela sensação de coração disparado, e diferente da outra vez, dessa o nosso beijo finalmente saiu.

Coloquei meus braços ao redor do seu pescoço e colamos os nossos lábios, numa sintonia perfeita, nossos lábios encaixaram de um jeito que parecia até que era ensaiado.

Ele apertou minha cintura com uma mão, e com a outra puxou meu cabelo pra trás, deixando meu pescoço com livre acesso e dando beijinhos ali, me fazendo arrepiar.

Milena: Pa... para... — Falei tentando resistir e me soltando.

Bravo: Qual é? Tava ruim, pô? — Perguntou me olhando e eu sorri, negando.

Milena: Claro que não, tava bom, muito bom. — Falei dando um selinho nele.

Bravo: Então vem aqui. — Falou me puxando e me beijando de novo, me deixando quase sem ar.

Milena: Sabia que eu ia conseguir te dar uns beijinhos, meu ego não ia ficar ferido nem ferrando. — Falei me soltando dele e rindo.

Bravo: Bobona, mané. — negou com a cabeça. — Nunca neguei que tu era gostosa pô, só que o paizão deixou bem claro que não queria nenhum dos moleque perto de tu, por isso o sigilo é tudo. — Falou acendendo outro cigarro.

Milena: Besteira dele, eu não ligo dele saber de nada não, não vejo nada demais ficar com quem eu quero. — Falei e ele assoprou a fumaça na minha cara, me fazendo tossir.

Bravo: Besteira nada, ele tá é certo, moleque nenhum daqui presta, o papo é esse, ele só quer teu bem, tá ligada?

Milena: Mas eu quem tenho que fazer minhas escolhas, ué. — Falei me sentando numa pedra que tinha ali.

Bravo: Chuto que tu não tem nem 18 anos milena, quer saber o que é melhor pra tu como? — Perguntou me encarando.

Milena: Tenho 16, mas me acho muito ciente pra minha idade. — Falei pegando meu celular e vendo uma mensagem da minha mãe.

Bravo: Eu acho também, as mina da sua idade aqui do morro são tudo pra frente, ou tá grávida, ou de cabeça raspada. — Falou negando com a cabeça e eu ri.

Milena: Bom, agora que consegui os beijinhos que eu queria, acho melhor você me levar pra casa. — Falei me levantando e pegando minha mochila.

Bravo: Ah, sou um objeto então, é isso mermo? — Perguntou tirando onda comigo. — Tô valendo nada mermo, essas mina só quer pegar e jogar fora. — Falou negando com a cabeça.

Milena: Melhor eu fazer antes de você, né? — Falei rindo.

Bravo: Tá certa. — Falou apagando o cigarro e me puxando. — Esse beijo só me deixou com mais vontade de tu, então na melhor nós se tromba. — Falou e me deu um chupão no pescoço.

Peguei a câmera do celular na hora pra olhar.

Milena: Ah não, como vou chegar em casa com isso no pescoço? — Perguntei brava.

Bravo: Passa maquiagem, dá nem pra ver. — Falou e foi indo pra moto, me fazendo segui-lo.

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⏰ Última atualização: Aug 09 ⏰

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