5. Pijama de gatinhos

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Sai do banho enrolada na toalha, ao retornar pro quarto, avistei algumas peças de roupa sobre a cama e uma pomada para lesões, além de curativos

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Sai do banho enrolada na toalha, ao retornar pro quarto, avistei algumas peças de roupa sobre a cama e uma pomada para lesões, além de curativos. Peguei a roupa em mãos, tratava-se de um pijama que consistia em: calça e camiseta de algodão macio com estampa de gatinhos. Fofo pra caralho. Quer dizer que ele queria que eu durmisse na casa dele? Eu disse que não voltaria pra minha casa, então... talvez fosse isso.

Cheguei a conclusão que dormiria lá, com um certo frio na barriga. Nunca dormi em outra casa, que não fosse a minha - pra ver meu nível de solidão, não tinha uma porra de uma amiga pra fazer festinha do pijama. Mas ao menos, tinha o Fritz... e ele estava sendo tão atencioso. No fundo, percebia que a situação era bizarra, afinal ele havia acabado de matar uma pessoa... No entanto, eu enfiava na cabeça que ele fez isso pra me salvar.

Me enxuguei e passei a pomada sobre as áreas com hematomas. Vesti o pijama e fui pra frente da penteadeira, me olhar no espelho. Estranho... eu conhecia aquele pijama de algum lugar. Na hora, não me recordei, deixei pra lá. Notei que era um pijama usado, havia uma mancha na manga. Apesar disso, parecia limpo e cheirava bem.

Dei com os ombros e analisei meu rosto. Havia um corte na sobrancelha. Coloquei o curativo em cima e penteei meu cabelo curto e despontado. Peguei o celular, eram 3 horas da madrugada. Sai do quarto me preparando psicologicamente para reencontrar Fritz.

Desci as escadas e entrei na sala, Fritz estava sentado no sofá com o notebook no colo. Na enorme televisão passava um filme aleatório e antigo, com o volume baixinho. Parei na entrada, profundamente tímida, e reparei que ele estava de pijama. Devia ter tomado banho também pois o cabelo castanho claro estava úmido.

O pijama dele era cinza e simples, mas elegante. Até pra dormir ficava bonito. Me adiantei devagar e ele ergueu a cabeça, me olhou por cima da linha do notebook. A luz da tela iluminava o seu rosto liso e impecável.

- Como se sente? - perguntou.

- Tô melhor...

- A roupa serviu bem? É da minha irmã. Ela tem a sua idade e mora em Estocolmo, mas sempre vem me visitar e acaba esquecendo roupas na secadora.

- Sim, serviu. - me sentei ao seu lado, meio sem graça. Não sabia que ele tinha irmã. Olhei para a tela do notebook. - O que tá fazendo?

- Recuperando sua conta.

- Que?? - exclamei surpresa.

- Veja... - virou a tela na minha direção e depois passou o note para meu colo. - É possível recuperar, você só precisa completar esse formulário com seus dados.

Vi um longo formulário numa página do Youtube. Comecei a completar na mesma hora.

- Meu Deus! - exclamei de novo, ansiosa. - Se você conseguir, eu serei eternamente grata!!

Fritz ficou quieto me olhando, com um sorriso suave e terno, parecendo satisfeito em ajudar. Tive a impressão que estava na analisando, me admirando, me "estudando". Sentia seu olhar em cada espaço, era desagradável e instigante ao mesmo tempo. Cravei minha atenção no formulário e fingi que não percebi nada, mesmo começando a suar frio. Ele estava perto demais.

SERÁ RETIRADO 10/12Onde histórias criam vida. Descubra agora