39. Fragmentados

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O cenário estava crítico, não bastou Fritz impiedosamente tirar a vida do detetive, como teve a coragem de empurrar o corpo sem vida de volta pro porta-malas e fechar

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O cenário estava crítico, não bastou Fritz impiedosamente tirar a vida do detetive, como teve a coragem de empurrar o corpo sem vida de volta pro porta-malas e fechar.

Puta que pariu! Ele ia manter Maverick morto no bagageiro??

- Vem, Chelsea. A nevasca tá impossível! - chamou através dos flocos de neve que atingiam seu rosto pálido.

Tremendo de pânico e de frio, corri para dentro do automóvel e me joguei no banco passageiro. Fritz fez o mesmo, sentou ao banco motorista e ligou o aquecedor.

- Você vai deixar ele no carro?? - perguntei com a mandíbula batendo.

- Claro, não posso largar o cadáver no caminho. - exclamou como se fosse óbvio.

- Meu Deus, Fritz... - murmurei, não haviam mais palavras pra expressar meu horror.

Era abominável seguir viagem daquele jeito. Primeiro porque tínhamos um corpo no porta-malas, e segundo porque a tempestade de neve estava intensa. Mesmo assim, Fritz jogou a maleta com dinheiro no banco traseiro e deu partida pela estrada escorregadia.

Com a visibilidade reduzida, eu previa um acidente ocorrendo a qualquer instante.

- Você vai nos matar assim! - exclamei olhando pra ele, que dirigia ignorando todos os perigos.

- Eu só quero alcançar um hotel. Vamos ser obrigados a dar uma pausa, torcer para que ninguém nos reconheça.

Eu ainda abraçava a mim mesma, com a sensação incessante de insegurança e medo. O parabrisa estava a mil e não era o suficiente para vencer o acúmulo de neve nos vidros. Preferi me calar, era melhor deixar ele se concentrar na direção. Permaneci impaciente e perturbada até finalmente, após alguns minutos difíceis, Fritz virar para o acostamento e estacionar em frente a um hotel típico de beira de estrada.

Uma grande placa neon marcava as palavras TEMOS VAGAS. O local era rústico em formato retangular, a porta dos quartos dava direto para o estacionamento.

- Espera aqui, Chelsea. Eu vou pra recepção pedir um quarto. - avisou enrolando o cachecol em volta do pescoço e cobrindo boa parte do rosto.

- Não! - exclamei. - Não quero ficar aqui com Maverick no porta-malas...

- Ele tá morto... Não vai te fazer nenhum mal.

- Como você é insensível e asqueroso, Fritz! Eu sei que ele tá morto! Você acabou de matar ele e fica agindo como se nada tivesse acontecido! - esbravejei incrédula. - Você tem ideia o quanto isso é horrível??

Fritz me olhava neutro.

- Eu só quero fazer nosso check-in. Se sair vai congelar lá fora! Espera, que eu já volto.

Sem ficar pra ouvir minhas próximas queixas, se retirou apressado. Ao fechar, trancou a porta. Observei ele correndo em direção à casa da recepção e mentalmente torci para que fosse reconhecido, para que chamassem a polícia. Não aguentava mais... Presenciar Fritz matando Maverick foi a gota d'água. Estava mais que exausta agora, estava esgotada e estressada, cogitando formas de me livrar, definitivamente, matar o sentimento infernal que me corroía de dentro pra fora.

SERÁ RETIRADO 10/12Onde histórias criam vida. Descubra agora