35. Deixa Ele Entrar

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Ao passar meus olhos trêmulos pela notícia, reconheci um profundo alívio surgindo em mim

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Ao passar meus olhos trêmulos pela notícia, reconheci um profundo alívio surgindo em mim.

Espera, alívio??  Fritz escapou e com certeza viria me caçar. Por que eu estava aliviada? Devia estar aterrorizada, desesperada... Tinha algo errado comigo, algo gravemente quebrado.

Não podia... Eu havia decidido esquecê-lo. Passei meses trancafiada em casa com a sensação de morte numa luta incessante e difícil para superar... Pelo jeito, perdi a batalha.

- Filha?? O que falam aí?? - perguntou minha mãe, que ainda estava no quarto, esperando alguma resposta.

Eu olhava para a tela do celular, tinha esquecido de sua presença.

- É... É isso mesmo, mãe. Fritz botou fogo no hospital, provavelmente com a ajuda do pai, e na balbúrdia conseguiu fugir.

- E o policial??

- Não consigo falar com ele. - expliquei.

Nessa hora, fomos surpreendidas com a campainha. Minha mãe correu para ver pela janela.

- Tem uma viatura lá embaixo!

Descemos as escadas para atender, era Maverick. Ele transpirava de escorrer e sua pele estava vermelha como pimentão, ofegava como quem acabou de sair de uma maratona.

- Graças a Deus tá tudo bem com você. - falou aliviado ao me ver.

- O que aconteceu? - perguntei, confusa. - Eu vi as notícias e...

- O inferno. - respondeu, entrando na casa e sendo amparado por minha mãe que puxou uma cadeira pra ele sentar e se acalmar. Trouxe um copo de água e ele bebeu desesperado. Pegou ar para explicar. - Eu tava a paisana com minha equipe, eram quase meia noite. Me preparava pra ir embora dormir e o alarme de incêndio disparou. Corremos para ver o que aconteceu e uma das policiais ficou de guarda na frente do quarto de Skarsgård, que tava acordado. O incêndio se iniciou no refeitório e devastou parte do hospital, se espalhou rápido mesmo com a chegada dos bombeiros, tivemos que retirar todos os pacientes às presas. Estão sendo transferidos para um hospital mais próximo agora.... Acontece que, depois que ajudei a retirar os pacientes em casos mais graves, voltei para o quarto do Skarsgård e a policial estava morta na porta, com um corte profundo na garganta...

Apoiou a testa na mão.

- Ela era minha amiga e foi a décima sétima vítima dele. A porta do quarto tava aberta e ele desapareceu. Os corredores foram dominados por fumaça e não conseguimos achar, não conseguimos nem ver pelas câmeras de segurança, porque boa parte foi prejudicada pelo incêndio, e o que não foi, a fumaça cobria a visão.

Enquanto Maverick contava, meu coração se enchia de adrenalina.

- Enfim... - soluçou, parecia prestes a chorar. Me olhou desconsolado. - Passei anos da minha vida investigando e caçando The Bone Picker... Quando finalmente consegui ter ele em minhas mãos... Escorregou feito areia entre os dedos...

SERÁ RETIRADO 10/12Onde histórias criam vida. Descubra agora