36. Boa Menina

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Eu sabia que alguma merda muito grande iria acontecer, mas topar com meu pai acordado na sala foi o cúmulo

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Eu sabia que alguma merda muito grande iria acontecer, mas topar com meu pai acordado na sala foi o cúmulo. Me perguntava como eu ainda tinha fibras pra sobreviver a tantas emoções negativas.

- Que porra é essa?? - ele gritou, se levantando do sofá, parte incrédulo e parte desesperado.

Senti um nó na garganta ao flagrar Fritz retirando rápido a 9mm da calça. Retirou um silenciador do bolso e conectou no revólver.

Debaixo de nosso olhar pasmo, apontou a arma para a cabeça do meu pai, como quem deseja se livrar de um problema inesperado, e atirou.

Toda essa ação não levou nem 3 segundos.
Foi tão silencioso e repentino que em um piscar de olhos, o corpo já estava caído no chão. Ele não ameaçou, não avisou, não deu tempo de a gente entender o que acontecia.

- Ainda bem que trouxe o silenciador. - explicou simplesmente, voltando a desconectar o supressor do cano. - Vamos logo antes que percebam.

Agarrou meu pulso e me puxou. Eu perdi a conexão com a realidade devido ao choque da cena, feito câmera lenta fui bruscamente arrancada da sala. Meus olhos estavam pregados na figura de meu pai, morto sobre o tapete, um pequeno buraco entre os olhos amendoados, ainda abertos e fixos em um ponto qualquer. A iluminação da televisão jogava lances de cores sobre ele.

Ao piscar de novo, percebi os braços de Fritz me pegando no colo e me passando pela janela da cozinha.

- Acorda, Chelsea! Você tem que pular! - exclamou em um sussurro urgente.

Eu pulei a janela com a sua ajuda, meu tênis tocou o gramado salpicado de neve do jardim traseiro. Sob trauma, fui novamente arrancada do lugar e levada para dentro de um carro que estava estacionado na rua de trás.

Sentada no banco traseiro do carro, percebi ele em movimento. A visão do meu pai morto permanecia pregada diante de meus olhos como um quadro repetitivo.

Eu nunca fui próxima dele, na verdade sentia que o odiava. Mas isso não significava que desejava sua morte de fato, muito menos presenciar isso.

Meu transe de pânico foi quebrado com um duro estralar de dedos na frente da minha cara. Pisquei os olhos despertando, era Fritz. Ele estava sentado no banco passageiro, e outro homem estava ao volante, não o conhecia.

- Chelsea?? - Fritz chamava e sua voz dispersava pelos meus ouvidos e aos meus sentidos.

Era como se eu estivesse dopada.

- Você matou... Você matou o meu pai... - murmurei lentamente.

- Ele era um peso morto. Agora tá livre dele. - afirmou tranquilo, olhando pra trás e me analisando.

- Não precisava matar...

- Não lamente a morte dele, fiz um favor pra você.

Depois disso, não consegui dizer mais nada. Pra falar a verdade, nem enxergar direito eu estava. As imagens e percepções passavam, as ruas enevoadas e as avenidas avançavam, e tudo se resumia em sombras.

SERÁ RETIRADO 10/12Onde histórias criam vida. Descubra agora