40. Nosso Recomeço

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Quando Fritz tirou a vida de meu pai, ele não lhe deu tempo de compreender o que acontecia

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Quando Fritz tirou a vida de meu pai, ele não lhe deu tempo de compreender o que acontecia. Apenas puxou o gatilho. Quando Mimi tirou a vida de Fritz, ela também não deu tempo de ele perceber que ia morrer. Ao ver, estava tombado pra trás se engasgando com o próprio sangue.

Em ambos casos, eu percebi, eu testemunhei. Tanto na morte de Fritz quanto na morte de meu pai, eu estava lá e assisti a vida de ambos se esvaindo.

Assim como na morte de Olivia, de Maverick, de Marie, de Lorena, de Liam e do pai dele...

Me relacionar profundamente com um serial killer custou-me mais do que imaginava. E arrancar a vida de duas pessoas, também... Após estripar a barriga de Mimi e desferir a lâmina do canivete em suas costelas, nada mais pareceu real pra mim.

Ao me jogar sobre o corpo de Fritz, eu deixei de existir, permanentemente. O buraco que passou a se abrigar dentro de mim me consumiu inteira e eu fui absorvida para o abismo.

Distingui sirenes, provavelmente alguém da recepção do hotel ouviu os tiros e chamou a polícia. E eu fui arrancada de Fritz, com a certeza que nunca mais o veria.

(...)

6 meses depois.

O corpo de Fritz ficou sob custódia policial até todas as investigações serem concluídas. O mais difícil de lidar com isso - aceitar sua morte, era lidar com as consequência legais que decaíram sobre mim, afinal eu era testemunha de diversos crimes e também uma cúmplice.

Paguei um excelente advogado, com o dinheiro que eu recebia do meu canal e da venda dos meus livros, e suportei meses de processo judicial, enquanto permaneci em cárcere. Nesse período, usei para terminar de escrever meu segundo livro.

Fui obrigada a negociar um acordo de delação premiada, onde eu precisava colaborar com a justiça em troca de uma redução de pena ou imunidade.

Graças aos acordos e muito esforço, o juiz determinou que meus crimes ocorreram em legítima defesa e sob influência, e assim eu conquistei minha liberdade condicional.

É surpreendente afirmar isso agora, mas meu tempo em prisão foi mais tranquilo do que em liberdade. Nas ruas, o senso de realidade pesou sobre mim. Estive com a expectativa de reencontrar Fritz... E ao me ver livre, percebi que era ilusão. Ele havia partido, pra sempre.

(...)

Certa tarde, eu saí da minha consulta de rotina com a psiquiatra, que ocorria todos os dias, ao trombar com alguém. Eu quase caí pra trás, ao me equilibrar, levantei o olhar e me deparei com Ryan Garcia.

O medo me apossou, quis empurrá-lo longe e gritar, mas logo percebendo meu estado, ele sorriu e segurou meus ombros.

- Calma, calma! Lembra de mim?? O Ryan?

SERÁ RETIRADO 10/12Onde histórias criam vida. Descubra agora