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Paris, França— 2024 —

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Paris, França
— 2024 —

Minha última Olimpíada

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Minha última Olimpíada. Soava tão estranho reprisar isso na minha mente, considerando todos esses anos dedicados ao vôlei.

A notícia da minha aposentadoria dividiu muitas opiniões; metade ficou surpresa e decepcionada, enquanto a outra metade disse ser a decisão certa e "já estar na hora". Confesso me sentir tão dividido quanto eles. Dizer adeus nunca é fácil, mas chega um momento em que é preciso encarar a realidade e aceitá-la.

Sim, eu estava ficando velho.

Não no sentido literal — bom, talvez um pouco, afinal eu já tenho trinta e oito anos —, mas no sentido do desempenho. Meu corpo não respondia mais com a mesma agilidade e força de antes. Cada treino, cada jogo, deixava marcas mais profundas, e a recuperação parecia demorar uma eternidade. Não é que eu não amasse mais o esporte, mas a verdade era inegável: meu desempenho estava caindo.

Mesmo assim, pensar em me afastar das quadras era doloroso. O vôlei tem sido minha vida, minha paixão, meu propósito desde jovem. As amizades, as vitórias, as derrotas, os momentos de superação — tudo isso fazia parte de quem eu era. A ideia de deixar tudo para trás me assustava, mas não o bastante para me impedir.

Havia um certo alívio na decisão. A pressão constante, as expectativas, o ritmo extenuante dos treinos e competições... tudo isso começava a pesar demais. Talvez fosse mesmo a hora de dar espaço para novas experiências, novas conquistas, fora das quadras.

Ainda assim, minha mente persistia em me mostrar os dias de glória. A energia da torcida, a adrenalina dos jogos decisivos, a sensação inigualável de uma vitória suada. Essas memórias continuarão comigo, não importa onde eu esteja ou o que estiver fazendo.

Minha última Olimpíada. Soava estranho, mas também carregava um senso de completude. Eu havia dado tudo de mim ao esporte e, agora, era hora de encarar o próximo capítulo da minha vida.

Pra Você Guardei O Amor • B. RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora