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O que deveria ter me trazido clareza acabou me deixando mais perdido, mais distante

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O que deveria ter me trazido clareza acabou me deixando mais perdido, mais distante. Cada fibra do meu ser insiste em focar nela, na força quase sobrenatural que ainda exerce sobre mim. Olivia é como uma droga, a mais viciante que já experimentei: o perfume sutil que ela exala, a maciez irresistível da sua pele, a suavidade hipnotizante dos seus cabelos, a lembrança vívida dos seus lábios... Tudo nela é um convite ao vício, uma armadilha que me prende e me intoxica. Quando olho para ela, é como se o mundo desaparecesse. Ao seu lado, as responsabilidades que normalmente me pesam nos ombros parecem irrelevantes.

Eu sei que não deveria ser assim. Estou plenamente ciente disso. Não posso me deixar levar por um momento, por uma pessoa, por mais que essa pessoa tenha sido tudo para mim. Passei os últimos vinte anos tentando apagá-la da minha vida, tentando seguir em frente, mas o simples fato de vê-la novamente, de sentir sua presença, desfez todo o meu esforço em um piscar de olhos. Bastou um único olhar, um gesto, e de repente estou de volta ao ponto de partida, preso às mesmas emoções que me atormentaram por tanto tempo. Não consigo escapar, não consigo controlar o que sinto, e isso me enfurece, me desespera.

Estou dividido entre o desejo quase insuportável de me entregar a tudo isso e a necessidade urgente de proteger meu coração de outra queda. Mas como posso me proteger, quando cada lembrança, cada palavra trocada, me arrasta de volta a um passado que nunca consegui superar? É uma batalha interna que parece impossível de vencer.

A água fria do chuveiro escorre pelo meu corpo, mas é inútil contra o calor que arde dentro de mim. Fecho os olhos, tentando me concentrar no simples ato de respirar, mas a minha mente não colabora, moldando o rosto dela com precisão cruel. O brilho escuro das pupilas dilatadas, os lábios ligeiramente entreabertos enquanto respira pesadamente... Ela é linda, sempre foi, e continuo me perdendo nessa beleza, sentindo meu corpo reagir de imediato.

— Que porra! — praguejo, irritado comigo mesmo por estar nessa situação. Sentindo uma parte específica do meu corpo responder apenas a imagens e sons que minha mente teima em criar para me torturar.

Sou um homem adulto, não um adolescente à mercê dos seus hormônios. Buscar alívio agora, com a ajuda da minha própria mão, parece uma atitude covarde, até infantil. Eu preciso me controlar.

Pra Você Guardei O Amor • B. RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora