Capítulo 23

179 22 8
                                    

     Algumas coisas passaram por sua cabeça, perguntas e mais perguntas que não tem uma resposta clara e objetiva. É estranho pensar que alguém tinha simplesmente jogado aquilo lá, como se fosse nada, como se ele não fosse nada, quase uma brincadeira de mal gosto, uma piada sem graça. Passou o caminho inteiro de volta para casa pensando, a escuta em sua mão esquerda, seus olhos voltados para a vista fora da janela, em completo silêncio, silêncio esse que nem mesmo seu motorista que costumava papear consigo, ousou quebrar, talvez a face de poucos amigos, estivesse emitindo algum tipo de sinal de alerta, algo como: "esse não é um bom momento, apenas faça seu trabalho quieto"

E assim seu motorista fez, parando assim que avistou sua enorme e vazia mansão. Desceu rapidamente, seguindo até lá e empurrando as portas pesadas com força, enquanto gritava pelo seu mordomo, que apareceu no primeiro chamado, uma expressão atordoado em sua face, talvez certa surpresa por toda aquela gritaria nada habitual, costuma ser um homem calmo, sempre falando baixo sem subir seu tom de voz, mas naquele momento, não havia algum tipo de espaço para manter calma, queria respostas e as teria de um jeito ou de outro.

— Senhor Liu — curvou-se — Me chamou? A algo que precisa?

— Sim, chamei — responde de maneira impaciente — Preciso que reúna todos os funcionários desta casa no jardim lá trás, agora. Tem 30 minutos, não me faça perguntas, apenas siga as minhas ordens.

Ainda meramente atordoado seu mordomo se retirou, o deixando sozinho na sala por alguns segundos, retirou seu blazer e sua gravata os deixando sobre o sofá, caminhou de um lado para o outro, inquieto e inseguro, que tipo de conversa aquela maldita escuta tinha pegado? Quem colocou lá já sabia de seu informante dentro do distrito de Ji Li? Do seu plano em relação ao tal Bloodmoon? Se a resposta era "sim" aquilo tudo tinha se tornado uma grande merda preste a ser jogada contra o ventilador, tinha sido descuidado e provavelmente pagaria por isso, se simplesmente não tomasse as providencias devias e descobrisse que tinha sido o maldito filha da puta que jogou aquela escuta em seu bolso.

Seu mordomo não demorou muito a aparecer, aparentemente nervoso, indicando que todos já haviam sido reunidos. O seguiu em direção ao pátio, a expressão confusa de todos seus funcionários sendo evidente assim que apareceu em frente a eles, com um longo suspiro, segurou a escuta entre seus dedos, passando calmamente em frente a cada um deles, que encararam o objeto com ainda mais confusão em suas faces.

— Vou perguntar apenas uma vez, e quero uma resposta objetiva. Espero que saibam, que se algum de vocês estiver mentindo, saibam que eu vou descobrir e o castigo para o mentiroso será três vezes pior — todos acenaram em concordância — Muito bem, quem de vocês jogou isso no bolso do meu blazer?

A apenas silêncio, todos somente olham para escuta como se mal soubessem do que aquilo que se tratava.

— Nenhum de vocês vai dizer alguma coisa? Vão continuar encarando essa maldita escuta como se não soubessem o que é isso! — grita, alguns funcionários estremecendo em seus lugares pelo susto.

O silêncio continua, está começando a se tornar impaciente com toda aquela falta de resposta, até que finalmente um dos funcionários dá um passo à frente, disposto a lhe dar algum tipo de explicação.

— Senhor, com todo respeito que lhe tenho, não acredito que alguns de nós tenhamos feito isso. Eu sou a responsável por organizar seu quarto e guardar as roupas em seu closet quando elas chegam da lavanderia — uma das funcionárias mais velha, diz — E juro ao senhor que jamais faria esse tipo de coisa a você, somos todos gratos com o quão bem somos tratados aqui, e por isso digo com certeza, que o responsável por esse ato, não está aqui.

— Então me diga, de onde isso veio?

— Provavelmente de alguém de fora, eu coloco minha mão no fogo por qualquer um aqui. Sei que o senhor mandará checar as câmeras de seguranças, e se algo aparecer, eu aceito morrer de bom grado. — afirmar, não há um pingo de hesitação em sua voz.

Aura - ZhanYi. Onde histórias criam vida. Descubra agora