A luz do crepúsculo tingia o céu de um laranja profundo enquanto as asas negras de Vermithor cortavam o ar frio do entardecer. Visenya sentia o vento chicotear seu rosto enquanto o dragão mergulhava em direção a Porto Real. Ela segurava firme na cela velha presa ao pescoço de seu companheiro alado, seus olhos fixos na silhueta da Fortaleza Vermelha, que emergia majestosa no horizonte.
O bater das asas de Vermithor ecoava como trovão nas colinas ao redor da cidade, anunciando sua chegada muito antes de qualquer sinal visível. A população, acostumada com a presença de dragões, ainda assim levantava os olhos com uma mistura de temor e admiração. Era raro ver um dragão voando à noite, e mais raro ainda testemunhar a majestade de Visenya em plena luz do crepúsculo, montada no segundo maior dragão vivo.
Vermithor pousou com uma graça surpreendente para sua enorme envergadura, suas garras se agarrando firmemente às pedras do pátio. Guardas e criados se apressaram a abrir caminho, alguns caindo de joelhos em reverência, enquanto outros observavam com olhos arregalados e boquiabertos. Visenya desceu do dragão com a mesma elegância que sua mãe, Rhaenyra, exibia em todas as suas aparições públicas.
– Senhorita Visenya, seja bem vinda – Um soldado de sua mãe estava esperando ela,
– Obrigada Sor...
– Evan, senhorita.
– Bem, obrigada Sor Evan, onde meu pai está?
– Provavelmente no salão de jantar, quer que eu leve, lady Visenya?
– Sim, eu não conheço tão bem esse castelo – Ela com um sorriso simpático.
Ele a guia até o salão, Vermithor é colocado no fosso, onde ele reclama na hora de entrar. Ela andou pelos corredores, chegando na porta do local, com passos firmes, ela entrou na sala de jantar, onde o banquete estava em pleno andamento. O murmúrio das conversas e o tilintar dos talheres cessaram imediatamente ao vê-la. Seus olhos percorreram a sala, encontrando rostos familiares e inimigos ocultos. Ela sabia que sua chegada inesperada sem dúvida lançaria uma sombra sobre o jantar e que as revelações da noite estavam apenas começando.
– Filha – Daemon fala levemente bravo.
– Me desculpem interromper o jantar, acabei me atrasando – Ela se aproxima e se senta ao lado de Jace e Luke.
Aemond olhava para ela com um olhar de matar, seu olho se fixava no sorriso discreto que ela soltou para ele. Jace olhava bravo para o caolho, Luke tentava, mas tinha receio do tio, então ficou só rindo junta á Visenya. Viserys olhou para a neta, Rhaenyra contou a verdade ao pai e somente para ele, nem mesmo os Hightowers sabiam 100% sobre a maternidade de Visenya.
– Onde estava? – Luke pergunta a irmã.
– No norte, conheci alguém especial lá...
– Sério...?! Você tem que me con-
Eles são interrompidos por Aemond, que se levanta repentinamente da cadeira e bata na mesa. Daemon fecha o semblante enquanto olha para o garoto, Rhaenyra fica confusa com a situação, igualmente Alicent e Otto. Aemond olha diretamente para os irmãos de cabelos castanhos, que estavam rindo deles juntos á garota que arrancou seu olho, ele finge um sorriso e levanta a taça em um brinde.
– Para meus sobrinhos, Jace... Luke... e Joffrey. Cada um deles fortes, bonitos e sábios. Eu tinha um desejo tão grande de comemorar com eles. Mas ali, entre os olhos dos Targaryen... vejo olhos de velhos amigos. Cada um de nós é o descendente de Aegon, o Conquistador. E devemos lembrar disso sempre.
Todos concordam, sem entender o porquê dele fazer isso, mas Visenya sabia como ele era, um idiota e babaca, que iria fazer de tudo para chamar eles de bastardos. Visenya ergueu sua taça, seus olhos brilhando com um desafio contido, ela estava farta das provocações discretas do mais velho. O salão ficou em silêncio, todos atentos ao que ela iria dizer.

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Illegitimate heiress
Novela JuvenilVisenya II Targaryen, nasceu em 114 d.c, no mesmo ano em que Rhaenyra Targaryen e Laenor Velaryon se casaram, entretanto, poucos meses antes do casamento, a jovem Targaryen, foi em uma viagem junto ao seu tio Daemon, para visitar Highgarden, c assun...