Illegitimate heiress

06 - O fim da paz

  Se passou alguns meses desde a visita desagradável até Porto Real, Viserys estava cada vez mais doente. A jovem Targaryen sabia que seu avô não viveria muito e sabia que com isso, Rhaenyra tinha que assumir o trono, mesmo Alicent desejasse colocar Aegon no poder. Ela contou tudo que ouviu da conversa entre Alicent e Otto, sobre Maella, Daeron e o plano deles, Daemon ficou pensativo e saiu da sala, ele foi até algumas casas próximas e fortes, em busca de apoio a Rhaenyra, ainda não tinham certeza de nada, mas o velho quis garantir antes de algo do tipo vir a acontecer. Ele ficou fora por alguns meses, enquanto Rhaenyra estava no fim de sua gravidez, Visenya vivia ao lado dela, também ajudava ela cuidar de Aegon e Viserys, que eram os mais novos naquele momento.

Visenya olha para fora do castelo se contemplando com a luz do entardecer banhava Pedra do Dragão em tons de dourado e vermelho, refletindo nas escamas cintilantes dos dragões que sobrevoavam a fortaleza ancestral dos Targaryen. A platinada observava o horizonte com os mesmos olhos violeta que haviam marcado sua linhagem por gerações. Ao seu lado, Rhaenyra permanecia silenciosa, uma mão repousando sobre seu ventre inchado, enquanto a outra acariciava suavemente os longos cabelos de Visenya, que mantia um olhar sereno para a mãe, logo logo sua ela teria outro parto, a jovem sentia que seria uma menina.

A jovem mesmo estando tudo completamente calmo, conseguia sentir um ar que carregava uma tensão que apenas um Targaryen podiam sentir, um presságio que cortava como uma lâmina invisível. Visenya, sempre atenta às nuances do mundo ao seu redor, sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ela virou-se para a mãe, mas antes que pudesse falar, o som de asas poderosas cortou o céu. A grande Meleys, a Rainha Vermelha, descia em espiral, trazendo consigo a presença imponente de Rhaenys, a Rainha que nunca foi.

– Ela deveria voltar somente amanhã... – Rhaenyra comenta se levantando.

– Será que aconteceu algo em Porto Real? – Visenya coloca seu braço para ajudar Rhaenyra a caminhar até o salão real.

Elas chegam lá, dando de cara com Daemon que acabava de chegar, Rhaenyra se aproxima, tocando o rosto dele, Visenya fica perto dos pais e de repente Rhaenys entra na sala com passos largos. Seu rosto estava pálido, e seus olhos brilhavam com uma urgência que fez o coração de Visenya disparar. Ela soube, antes mesmo das palavras serem ditas, que o mundo como conhecia estava prestes a mudar para sempre.

– Viserys está morto – Rhaenys anunciou com uma voz quebrada, o tom ecoando pela grande sala – E Alicent coroou Aegon como herdeiro do trono de ferro.

– O que...? – Rhaenyra fala fraca, quando sente uma dor cortante, ela toca a parte baixa de sua barriga e Daemon a olha, indo em sua direção e Visenya faz o mesmo – O bebê está a caminho – Diz enquanto olha sua mão coberta por sangue vivido.

O impacto das palavras foi como uma flecha de vidro, estilhaçando o que restava da compostura de Rhaenyra. Um grito angustiado ecoou pelos corredores de Pedra do Dragão quando o corpo de Rhaenyra se contorceu de dor. Visenya correu para segurá-la, mas era tarde demais. O sangue escorria pelos pés de Rhaenyra, tingindo o chão de vermelho.

Visenya sentiu sua alma mergulhar em um abismo de desespero e raiva. Todas as parteiras tentavam se aproximar, mas Rhaenyra se recusava a deixar, Jace chega no quarto de parto e vê sua mãe sangrando e chorando, ela olha para ele e para sua primogênita, e diz.

– Visenya...Jace...Se algo acontecer comigo, vocês são meu futuro, são meus herdeiros...Precisam herdar o trono de ferro... – Diz entre gemidos de dor. Jace morde o lábio não aceitando isso, ele sai dali e Visenya o segue.

Quando finalmente conseguiram acalmar a agonia de Rhaenyra, ela teve seu bebê, era uma garotinha deformada, com asas e escamas de dragões, seu rosto era comprido como de um dragão, Rhaenyra chorava enquanto a segurava ela em seu braço. A jovem Targaryen conseguiu alcançar seu irmão, ela segura seu braço, fazendo ele parar, ele estava bravo, quase incontrolável.