Always

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Recorda-te de mim quando eu for embora para o chão silente e desolado;

Quando não te tiver mais ao meu lado

E sombra vã chorar por quem me chora.

Quando não mais puderes, hora a hora, falar-me do futuro que hás sonhado,

Ah de mim te recorda e do passado,

Delícia do presente por agora.

No entanto, se algum dia me esquecer

E depois te lembrares novamente,

Não chores: que se em meio aos meus pesares

Um resto houver do afeto que em mim viste,

- melhor é me esqueceres, mas contente,

Que me lembrares e ficares triste.

Poema: Christina Rossetti - Lembre-se

30 de Junho de 1996

Natasha bufava, andando de um lado para o outro, as mãos na cintura demonstravam toda sua irritação. Não queria discutir, se casariam em quatro meses, era para ser um período de comemoração, para estarem mais unidas do que nunca, porém, a ruiva estava com os nervos a flor da pele:

- Sinceramente, Wanda, não consigo te entender.

- Não fala assim comigo - a morena se ajeita na cama, suas pernas cruzadas enquanto tentava ser a parte calma daquela pequena discussão.

- Como quer que eu fale, meu amor? - Maximoff sorri, achava engraçado a forma que Natasha se desmontava inteira na sua frente - Você estava lá embaixo, não só participando, mas LIDERANDO um protesto...

- É meu trabalho...

- Não é, sabe que não - a ruiva suspira fundo e se aproxima, sentando-se entre as pernas de sua noiva. Ao encarar o par de olhos verdes, toda sua agitação e fúria se dissipa - Te pedi tanto para não fazer isso, é perigoso demais.

- Meu trabalho é denunciar as coisas que acontecem em nosso bairro. Uma gangue de criminosos querem tomar nosso lar a troco de nada e ninguém move um dedo.

- Wanda - Natasha acaricia a bochecha da morena, puxando-a para mais perto de si - Isso não é problema seu, vamos sair daqui, vamos nos mudar.

- Quando? - Maximoff perde a paciência, porém, mantém o tom de voz calmo e cauteloso - Amor, compartilho do seu sonho de sair deste lugar, mas quando isso será possível? Não sabemos! Até lá, esse loft continua sendo nossa casa.

- Você é minha casa - Wanda sorri, adorava ouvir isso da sua noiva - Vou te tirar daqui, ouviu? Custe o que custar.

- Custa bem caro - a morena força um clima mais descontraído, e funciona. Natasha se encolhe nos braços da mais nova, sentindo as carícias em seu couro cabeludo.

- Podemos não ter uma lua de mel - a ruiva diz com o pé atrás - Digo, podemos nos casar e guardar o dinheiro para ajudar na nossa mudança. Quando estivermos estabelecidas, te levo para onde quiser.

- Não me importo com lua de mel, Tasha. A única coisa que quero é ser sua esposa e sair desse lugar com você e com o meu irmão - Maximoff beija a nuca da cantora, causando um leve arrepio.

- Então, vamos nos casar e guardaremos o dinheiro, tudo bem assim? - a jornalista confirma com a cabeça.

- Mas nós vamos transar muito - Wanda sussurra no ouvido da ruiva, arrancando uma risada alta dela - Para compensar a lua de mel, sabe - ela morde a orelha da sua noiva, que só fazia rir - Vamos fazer amor na cama, no sofá, naquele tapete, na mesa e quem sabe, até no táxi no caminho para casa - ambas sorriam. Haviam discutido algumas vezes nesse relacionamento, mas sempre se resolviam assim, com risadas, com carinhos e muito amor entre elas.

The CrowOnde histórias criam vida. Descubra agora