16 • Alguns fins são necessários.

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OI GENTEEEE!!
Me desculpem por ontem, sai e acabei esquecendo de att, mas aqui estou "porque tarda, mas não falha".

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Pov. Maya Bishop

Estava sentada no banco de trás do carro de Vincenzo, Lúcia estava na frente com o marido, e Carina tinha sua mão entrelaçada na minha, sua cabeça descansava no meu ombro. A Deluca mais velha me encarava com uma carranca no rosto, claramente, nada satisfeita com nossa pequena demonstração de carinho. Não me importo, hoje era sobre Carina, sobre dar amor, carinho e apoio a ela.

Beijo a testa da morena, fazendo-a se aconhegar ainda mais em meus braços, a recebo de boa vontade, cheiro seus cabelos, gravando seu aroma na minha cabeça:

- Que inferno - Lúcia diz entre os dentes. Olho pela janela e vejo algumas pessoas paradas na porta da clínica com cartazes "pró vida" - E agora?

- Vamos passar por eles, não se preocupe - sorrio para uma Carina que tremia. Vincenzo desce do carro e Lúcia vai logo atrás dele - Vou estar com você o tempo todo. Não escute eles, se concentre em mim, essas pessoas não te conhecem e vão falar um monte de besteira para poder compensar a vida triste delas, tudo bem? - a garota confirma com a cabeça e busca pelos meus lábios, trocamos um selinho prolongado.

Desço primeiro e a puxo pela mão, no mesmo instante, somos rodeados por abutres com cartazes, gritando coisas horríveis:

"Você vai para o inferno."

"Não tire essa vida."

"Deus te ama e ama o seu bebê."

"Há outras alternativas."

"Assassina."

Vincenzo e Lúcia se colocam na frente, empurrando as pessoas, abrindo caminho. Passo meus braços pelo corpo pequeno de Carina, fazendo um escudo entre ela e o mundo. Puxo a garota e a ajudo a andar no meio dessas pessoas cruéis. Sinto as lágrimas de Carina molharem meu corpo, a vontade de gritar e empurrar todos que estavam a nossa frente é enorme, mas a última coisa que precisamos é de uma confusão generalizada.

Corremos com a garota até a porta, os seguranças da clínica nos ajudam a terminar de entrar. Quando estamos lá dentro, seguros, puxo Carina para os meus braços, a garota chora agarrada ao meu pescoço. Lúcia se aproxima e acarica os cabelos compridos da filha:

- Está tudo bem, meu amor, já passou - a mulher beija os cabelos da minha namorada - Nada do que eles falaram é verdade. Não se apegue nisso.

Ficamos assim por mais alguns minutos, Lúcia e eu trocamos um breve sorriso. Minhas mãos subiam e desciam pelas costas de Carina, trazendo conforto. Lúcia pega a filha pela mão e a puxa para se sentar nas cadeiras e esperar. Não demora muito, tínhamos horário marcado:

- Deluca? - a médica chama por Carina. A garota se levanta e limpa o rosto molhado pelas lágrimas - Vamos lá, querida? - ela confirma com a cabeça, Lúcia e eu nos levantamos e vamos logo atrás dela - Desculpa, só pode entrar um acompanhante a mais nova olha para nós duas, a dúvida estava presente na sua íris castanha.

- Pode ir - Lúcia diz e se afasta. Luto contra a vontade de abraça-la e agradeça-la por fazer isso. Entrelaço minha mão com a da minha namorada e vamos andando atrás da médica.

A doutora entrega um roupão para Carina e abre o banheiro para ela. A garota leva um tempo para se trocar, me arrisco a dizer que era proposital sua demora. Ela sai do banheiro e se deita na maca, a médica sorri e entrega para Carina um comprimido que auxiliava na hora do procedimento:

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