3 • Era errado?

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Pov: Maya Bishop

Aquela noite de estudos foi uma tortura. Carina era uma tortura, tão inocente e ingênua. Me sinto um lixo de mulher.

Assim que termino nossa aula, pego minhas coisas e vou embora correndo. Preciso de um banho frio. Ainda consigo sentir a maciez do seu pé passeando pelas minha coxas, seus dedos fazendo um carinho no local certo, me acendendo, fazendo com que eu tenha que me afastar de uma forma abrupta e desesperada. Rezo para que a garota não tenha notado a pequena ereção que se formou em minha calça jeans quando seu pé se aproximou da minha virilha.

Idiota! Pervertida!

Lucia iria me odiar se soubesse que quase fiquei de pau duro para sua filha.

Quando conheci a garota, ela não passava de uma pirralha de dezessete anos, que mal sabia conversar direito.

No seu aniversário de 18, dei a ela uma coleção de livros do William Shakespeare. Eu sabia que ela amava literatura e queria ser escritora, achei que o presente fizesse sentido e ela fosse gostar. Queria agradar mais Lucia do que a própria Carina. Minha intenção era mostrar através da filha o quão grata eu era por ter a amizade da Deluca.

Chamei a pequena Carina em um canto e lhe entreguei seu presente. A garota abriu o embrulho as pressas, tirando os livros de lá. Um sorriso leve brotou em seu rosto, lembro de me sentir aliviada ao notar que ela gostou. Mas a morena não me agradeceu, nenhuma palavra de gratidão saiu de sua boca. Ao invés disso, a menina pulou em meu pescoço e uniu nossos lábios. Entrei em choque, não foi bem um beijo, foi um selinho longo e prolongado até demais, quando sua língua tentou invadir minha boca, eu a empurrei, separando nossos corpos de forma abrupta.

Carina passou dois meses me evitando. Fiquei feliz por isso, sei como adolescentes são inconsequentes e cheios de hormônios, então não liguei. Mas depois desses meses de afastamento, as investidas da pequena Deluca se tornaram mais intensas. Acho que ela pensou, que por ter feito 18 anos, eu cairia na sua graça. Mas não, sempre dei um jeito de rejeita-la da forma mais gentil possível, não poderia ficar com ela, mas tão pouco queria magoar a menina.

Nunca contei para Lucia, não queria deixar Carina em maus lençóis com a mãe, tinha certeza que poderia dar um jeito na garota eu mesma.

Mas a morena cresceu, e cresceu de uma forma maravilhosa. Seus cabelos cada vez mais longos e hidratados, sua boca vermelha e inchada chamava meus lábios para tomar os seus, seus olhos castanhos chocolate brilhavam sempre que me via, e escureciam de uma forma tão excitante quando ela queria me provocar. Suas curvas se tornaram mais evidentes e irresistíveis, mas tenho resistido. Não cairia nas brincadeiras da garota, não quando isso poderia custar minha relação com a única amiga que tenho.

Chego em casa e jogo minha bolsa em cima da cama. Estava exausta, mentalmente falando. Começo a dasabotoar minha camiseta social enquanto ando até o banheiro. Em poucos minutos, estou despida embaixo do chuveiro, a água quente descendo por todo meu corpo.

Me lembro do pé de Carina subindo pela minha coxa e acariciando o local com inocência e precisão. Me lembro da sensação que isso me causou, me lembro de ter que morder a língua para não ter uma ereção, quando seus dedos foram subindo até minha virilha. Fecho os olhos e vejo seu rosto, seus cabelos presos em um coque mal feito, deixando seu pescoço todo a mostra, completamente livre para que eu pudesse explora-lo com minha língua e meus dentes, deixando marcas em todo o seu corpo.

Começo a estremecer por uma sensação já conhecida. Abro os olhos rapidamente e vejo o que minhas mãos depravadas faziam. Meu pulso pressionando a cabeça do meu pau, subindo e descendo em um ritmo lento e excitante.

Paro imediatamente, não faria isso. Não me masturbaria pensando em Carina. É errado. Era errado, mas eu me sentia tão bem agora. Me sentia tão bem enquanto massageava meu membro pensando naqueles olhos castanhos e naquela bunda redonda...era errado?

...

Pego minha marmita dentro da geladeira e me sento na mesa que estava acostumada. Espero por Lucia, sempre almoçamos juntas. A mulher não demora muito a se juntar a mim:

- Nossa, hoje tive que colocar dois marmanjos para fora da sala - a morena vomita as palavras em cima de mim.

- O que aconteceu? - começo a comer, estava morrendo de fome.

- Estavam tacando bolinha de papel um no outro, até que, obviamente, deu tudo errado e quase saíram no soco. Foi um sufoco.

- Aluno é um inferno mesmo! Que bom que conseguiu separar a briga antes de ficar feio - ficamos em silêncio saboreando nosso almoço, fechadas em nosso mundinho e ignorando todos os outros professores.

- Ah! - Lucia tinha essa mania de gritar do nada, quase me matando do coração.

- Que cacete, Luci! Não grita assim - a mulher faz uma careta e coloca a língua para mim.

- Carina passou o final de semana inteiro com a cara nos livros - dou um leve engasgo, mas bebo água e consigo disfarçar minha surpresa ao ouvir o nome da garota - Ela me disse que você a encheu de exercícios.

- Bom...nem foi tanto assim. Só duas listas de atividades.

- Fico feliz que esteja dando certo. Carina sempre foi muito estudiosa, mas nunca a vi tão empenhada em algo. Parece que ela quer muito te impressionar - o que essa pirralha quer é me infernizar, isso sim.

- Se sua filha conseguir passar na matéria, já estarei impressionada o suficiente.

- Você da aula para universitários, não é possível que não irá conseguir ensinar uma menina no ensino médio - sempre tive curiosidade em saber porque a garota ainda não tinha se formado.

- Hum...falando sobre ensino médio, porque os gêmeos ainda estão no colegial? Eles já têm idade para estar no ensino superior.

- Há alguns anos atrás, antes de nos conhecermos, Andrea pegou o carro escondido e resolveu passear com a Carina. Os dois eram crianças, tinham acabado de completar treze anos. O moleque não sabia nem onde ficava o freio, obviamente eles bateram o carro - seus olhos parecem se lembrar do acontecido - Os dois ficaram três meses no hospital, se machucaram muito. Andrea quebrou quatro costelas e os braços. Carina machucou a cabeça e fraturou a coluna. Perderam um ano inteiro na escola e acabaram atrasando os estudos.

- Meu Deus, Luci. Por que nunca me contou?

- Você nunca perguntou! - que cretina.

- Como eu ia saber que seus filhos passaram por uma coisa dessa?

- Não gosto de lembrar disso. Os gêmeos quase morreram, May, foi um inferno. Achei que ia perder minhas crianças - uma lágrima escorre por seus olhos, me apresso para colocar minha mão por cima da sua.

- Já passou, eles estão bem agora. Crescidos, saudáveis e vivendo suas vidas - lhe oferto um sorriso carregado se empatia.

- Sim, graças a Deus.

Terminamos de almoçar juntas. Passei o resto do dia com uma sensação péssima, me sentindo culpada por fazer minha amiga se lembrar de algo tão terrível assim. Jamais imaginei que os gêmeos haviam aprontado algo tão perigoso nesse nível.

Tomo um banho rápido, estava atrasada. Toda segunda feira, eu jantava na casa de Lucia com sua família. Termino de passar meu perfume e dirijo até a casa dos Deluca.

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o que será que teremos desse jantar?
até quarta, bjssss

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