Pov: Maya Bishop
Fazia apenas dois anos que me mudei para Nova Iorque. Sai de Seattle buscando um novo rumo, buscando me separar da minha família e criar meu próprio caminho.
Ser professora era minha paixão, meu sonho realizado. Estava dando aula na Universidade de New York (NYU). Ensinava Biologia, atuando mais nas áreas de genética e desenvolvimento humano.
Foi em meu serviço que conheci minha nova melhor amiga, Lucia Deluca. Nos demos bem desde o primeiro dia. Deluca dava aula no curso de história. Ela me acolheu nessa cidade nova e assustadora, me mostrou os melhores lugares e me fez sentir segura quando mais precisei.
Lucia e eu vivíamos grudadas, não demorou muito para que começassemos a frequentar a casa uma da outra. Deluca conheceu meu apartamento em Manhattan e meus dois gatos: Loki e Thor (sou apaixonada pela mitologia nórdica, outro fator que me aproximou da minha melhor amiga).Quando Lucia me convidou para jantar em sua casa, conheci seu marido, Vincenzo, um homem querido, fofo e um desastre quando se tratava de interações sociais. Também conheci seus filhos, Andrea e Carina, gêmeos, no auge dos seus 17 anos. O garoto era um bagunceiro de primeira classe, típico menino rico que apronta todas porque sabe que os pais fariam qualquer coisa por ele. Mas Andrea tinha um fio de salvação, ele queria ser médico, estudava dia e noite, devorando seus livros e atividades, se dedicando ao máximo para atingir seus objetivos. Já Carina, ela era uma incógnita para mim. Eu sabia que ela queria ser escritora, porém nada além disso. Sempre que nos encontrávamos, a morena me encarava com curiosidade, nunca desviando nossos olhares, as vezes, sua mão tocava a minha causando uma pequena eletricidade que não deveria acontecer. Seu sorriso era provocante, com significados ocultos e escondidos. Carina era um mistério delicioso que eu jamais me atreveria a desvendar:
- Alô! Terra para Bishop! - me assusto com as mãos de Lucia balançando na minha frente - Onde você estava, amiga?
- Me desculpa, fui longe agora...o que estava dizendo?- Carina - sinto um leve frio na barriga - A coitadinha chorou a noite inteira ontem.
- Por que? - o assunto rouba minha atenção.
- Tirou nota baixa na prova de biologia. Precisa fechar a próxima prova e o próximo trabalho. Ela está com medo de não conseguir e sujar seu histórico escolar, está preocupada em não conseguir entrar em uma boa universidade.
- Carina é inteligente, Luci. Tenho certeza de que irá se sair bem.
- Ah...não tenha tanta certeza, May. Carina é péssima em ciências biológicas, sempre foi. Ela é boa com letras, histórias e palavras, talvez um pouco de matemática...mas em biologia ela sempre foi um desastre.
- Sinto muito, se eu puder ajudar em algo...estou a disposição.
Lucia agradece e volta a comer seu almoço. Um silêncio confortável começa a se instalar entre nós duas, até que ele é interrompido por um grito agudo vindo da boca da mulher:
- MAYA!- O que foi, maluca? - não gostava de chamar atenção, e seu grito fez com que todos os professores voltassem seus olhares para nós duas.
- Você é PROFESSORA de biologia - o sorriso na boca da morena vai aumentando a cada segundo.
- Sim, e daí? - pergunto enquanto volto a beber meu suco de laranja.
- "E daí" que você vai ajudar minha menina. Vai dar aulas particulares para ela - solto o garfo em meu prato. Não queria que a garota continuasse tirando nota baixa, principalmente porque sei que isso afetaria suas chances de entrar em alguma universidade renomada, mas a ideia de dar aula para a filha de Lucia me incomodava muito.
- Ah, não sei, não, Luci. Tenho a impressão de que Carina não gosta de mim. Ela fica me encarando de um jeito estranho.
- Deixa de ser besta. Carina é um amor, tenho certeza que ela se sentirá eternamente grata pela sua ajuda.- Aí, Lucia - encaro os olhos castanhos chocolate da mulher a minha frente. Ela era minha melhor amiga, cuidou de mim, foi minha única companhia por tanto tempo, me auxiliou a encontrar meu lugar nessa cidade estranha e cruel. Não poderia negar isso a ela - Cacete! Tudo bem - Lucia pula por cima da mesa e me abraça rapidamente.
- Obrigada, você é um ANJO! Vou avisar a Carina - a mulher pega seu celular e começa a digitar alguma coisa, presumo que esteja falando com a filha - Vou passar seu número para ela. Carina vai te chamar para combinarem as aulas.
- Ai ai... beleza - guardo minha marmita. Não sinto mais vontade de comer, meu estômago está todo revirado.
- Quanto vai querer me cobrar? Prefere receber por hora ou por aula dada? - meu Deus, olha a audácia dessa mulher em cogitar me pagar para ajudá-la.- Lucia, com todo o respeito e amor do mundo, mas vai para a puta que te pariu! - vejo a mulher se revirar em sua cadeira. Ela odiava palavrão de uma forma sobrenatural, como se palavras ruins causassem dor física nela. Já presenciei um esporro de duas horas que ela deu em Andrea quando ele disse que teve um dia "difícil pra caralho" - Você deve estar muito louca se acha que vou te cobrar para ajudar sua filha.
- Que boca mais suja essa sua, ein, Bishop! - a morena também começa a recolher seus talheres e vasilhas - Mas... obrigada por fazer isso pela minha menininha.
- Qualquer coisa pela minha melhor amiga.
Trocamos um sorriso sincero e verdadeiro. Eu faria qualquer coisa por ela, Lucia era tudo para mim naquela cidade, era como a irmã mais velha que eu nunca tive, me guiando e cuidando de mim. Éramos almas gêmeas platônicas, uma amizade que com certeza vinha de outras vidas. Nunca negaria algo a ela!Mas...porra...não queria dar aula para a pirralha dela. Me sentiria muito mais confortável dando aula para o Andrea que era mil vezes mais elétrico e difícil de lidar do que a sua irmã.
A garota me causava arrepios, me deixava confusa e cheia de pensamentos impróprios. Não gostava de passar mais que dez minutos ao lado dela, mas agora, em nome da minha amizade com Lucia, faria isso.
Termino de dar as aulas do dia. As quintas feiras eram os dias mais lotados da grade de aulas. O reitor tentava deixar as sextas com aulas só na parte da manhã, por isso, o dia anterior era sempre abarrotado. Não tive tempo nem de me despedir de Lucia, até porque, ela também tinha inúmeras aulas para dar no dia de hoje.
Entro em meu carro e me jogo no banco do motorista, o cansaço me consome por inteiro. Quando penso em ligar o veículo, escuto o toque do meu celular. Encaro o aparelho e vejo uma mensagem de um número desconhecido."Oi, sou eu, a Carina" um sorriso atrevido brota em meu rosto "Minha mãe disse que você iria me ajudar com minhas provas de Biologia" não demoro a responde-la.
"Sim, vou te ajudar. Quando estará livre?"
"Estou de boa nos finais de semana, pode ser?"
"Posso depois das 17:00. Tenho provas para corrigir"
"Tudo bem. As coisas são mais divertidas durante a noite" engasgo com minha própria saliva.
"Estamos falando dos seus estudos, Carina"
"Exatamente! Achou que eu estava falando do que?"
Decido não responder sua provocação. Interagimos sozinhas poucas vezes, por escolha minha. A garota me tratava de um jeito estranho, sem dizer muita coisa, mas sempre me implicando de alguma forma.
Isso não era uma boa ideia.-----------------------------------------------------------
quanto mais vocês interagirem mais rápido eu posto outro cap.
bjsss
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Teacher's pet
Hayran KurguMaya Bishop recebe um pedido de sua melhor amiga: dar aulas particulares para a filha da mulher. O que Maya não contava era que Carina nutria um desejo sobrenatural pela loira e que a garota estava inclinada a transformar sua vida em um inferno deli...