Gatinhos 1.

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Às 8h00, reunião com os investidores das Empresas Fischer. Às 9h30, conferência com os investidores do Japão. Às 14h30, temos uma reunião com o Conselho, pauta: Inovação no Mercado Hospitalar. Agenda repassada, tudo ok.

Às 7h30 daquela manhã chuvosa de quinta-feira, Sofia seguia para o seu trabalho na empresa de gestão de serviços hospitalares mais renomada do Rio de Janeiro, a Rosa Corporation.

Repassava sua agenda do dia anotada em seu tablet, sentada no banco traseiro da BMW branca guiada pelo motorista particular da dona da empresa.


- Lukkas, por favor, vá mais depressa. Tenho uma reunião em 30 minutos.- Sim, senhorita Starling.

Lukkas mal teve tempo de acelerar o carro e em seguida parou num congestionamento.


- O que houve, Lukkas?

- Está tudo parado, senhorita. Não sei o motivo. Provavelmente seja por causa da chuva.

- Ah nãooo! Não podemos parar.

- Me desculpe, senhorita. Temos que esperar.

Sofia olhava impaciente para seu relógio no pulso esquerdo. Observava ao redor tentando encontrar uma brecha, mas a chuva caía fortemente. Olhou para um dos lados da rua quando avistou uma caixa de papelão se movimentando na calçada. Intrigada, ela observou atenta, quando viu orelhinhas se moverem dentro da caixa.

Deu um salto no assento e abriu a janela do carro. Foi quando se deu conta de que eram filhotinhos de gato abandonados. Num rompante, ela abriu a porta do carro, para desespero do motorista.

- Senhorita, aonde você vai? A via já foi liberada, devemos partir! - Lukkas gritou em vão.

Sofia correu até a calçada e rapidamente retirou seu blazer cinza e pôs sobre a caixa, abrigando então os filhotes. Quando percebeu a movimentação de carros e buzinas protestando pelo seu carro parado, correu para dentro do veículo com a caixa nos braços.

- O que houve, senhorita? - Ele tinha os olhos arregalados.

- São gatinhos, Lukkas. Como alguém tem coragem de abandonar os bichinhos assim, ainda mais nessa chuva?! Que absurdo!

Sofia olhava consternada para os filhotes enquanto Lukkas olhava incrédulo e confuso para ela.

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"Não, eu não estou interessada em publicações de jornais para o marketing... Não senhora, a nossa empresa trabalha com fins lucrativos,queremos visibilidade nas redes sociais... Sim, eu sei que podemos ajudar, mas não o faremos. Temos um evento todos os anos que pode ser publicado aí, mas é apenas isso. Se a senhora tiver interesse em participar, inscreva a sua instituição em nosso site. Passar bem.

-Eu não acredito que me passaram essa ligação! Sem largar o telefone, ela apertou o botão de chamada para a sua secretária. Senhorita Nogueira, por favor, não transfira esse tipo de ligação para mim. O setor de Relações Públicas está aqui para isso. Esteja avisada!

- Natalia! a porta da sala se abriu num rompante. - Natalia, por que você autorizou o contrato com aquela empresa mercenária dos Estados Unidos? Um homem ruivo, bem apessoado e muito alterado entrou com papéis em mãos.

- Porque é o meu trabalho, Lukkas. É o que eu faço aqui. Eu autorizo, desautorizo, aprovo, desaprovo. Simplificando, eu mando aqui. Ela permanecia calma, sentada em sua confortável poltrona, observando-o com desdém.

- Natalia, você não pode tomar esse tipo de decisão sem a aprovação do Conselho! Você não é a única dona dessa empresa!

- Lukkas, eu não sou a única dona, mas sou a Diretora Executiva e a maior acionista. Os contratos já estavam validados; não havia por que cancelar.

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