- Eu não acredito! Isso é perseguição. Não pode ser! – Sofia Starling disse virando a taça de champanhe na boca de uma só vez, demonstrando nervosismo.- Hey! Quem deveria estar com raiva aqui sou eu! – Marcele Nogueira disse, virando o líquido em sua taça da mesma forma que a amiga. – Ela tá ali cheia de gracinhas com minha mulher, que nem é minha.
- Ela não pode me ver aqui! – Sofia disse, virando-se de costas para o salão. – Eu preciso sair daqui, Marcele. Vamos embora.
- O que? Você só pode estar brincando, né?! Eu não vou deixar essa... essa... pervertida, tarada, perto dela! Essa mulher é um perigo!
- Marcele, por favor! – a loira a fitou com cara de tédio. – Ela é lésbica, esqueceu? – sussurrou impaciente.
- Eu não me esqueci! Mas não confio nela. Quem garante que ela não gosta das duas frutas?
- Marcele... – Sofia revirou os olhos. – Olha, eu tô pouco me importando se essa mulher é lésbica, bi, tri... Eu só não quero contato com ela. Não aqui, não agora!
- Tá com medo de não resistir, é? – a mulher não tirava os olhos do outro lado do salão cheio de pessoas.
A loira a fitou com os olhos semicerrados e logo tomou uma taça da bandeja do garçom que passava ao seu lado. Virou a bebida saborosa na boca, dando um gole generoso.
- Se você quer mesmo resistir a essa mulher, acho bom parar de beber desse jeito. Você sabe muito bem que quando fica "alterada", fica mais difícil segurar esse desejo aí dentro.
- Cala a boca, Marcele! – disse, tomando mais um gole. – Eu preciso é ir embora daqui. Essa mulher me persegue, não é possível!
- Não, nós não vamos! Eu preciso ir até lá tirar satisfações. – disse fitando o casal do outro lado.
- É o quê? Acho que quem bebeu demais foi você! Você não vai fazer isso aqui, Marcele!
- Meu bem, não se preocupe. Marcele Nogueira não faz escândalos e nem comete deselegâncias. Eu só vou até lá cumprimentar os pombinhos. – disse com fogo nos olhos.
- Marcele, não! Por que você está tão incomodada? Tecnicamente ela só fica com você, não é?
- Tecnicamente ela é uma safada que me encheu de promessas, dizendo que assim que voltasse para o Rio me ligaria pra gente se encontrar e nem sequer uma mensagem mandou.
Sofia arqueou uma sobrancelha em surpresa. Essa informação estranhamente a incomodou.
- Tá, mas o que você quer fazer? Chegar lá e cumprimentá-los como se nada tivesse acontecido, fingir sorrisos e causar uma situação extremamente constrangedora?
- Exatamente! – disse com um sorriso sarcástico nos lábios. – É isso que vamos fazer...Sofia suspirou derrotada.
- Eu ainda me dou o trabalho de questionar você...
- Vem, você vai comigo para o impacto ser maior. – disse agarrando o braço da loira e saindo em direção ao casal.
- O que? Marcele! Espera! – Sofia dizia quase em desespero sendo puxada pela amiga.
Tomou um último e generoso gole do seu champanhe e deixou a taça em uma bandeja de um garçom que passava, tentando se recompor no caminho. O casal do outro lado do salão conversava animadamente entre sorrisos quando foi surpreendido pelas duas que chegaram de braços dados.
- Mas que bela noite, não?! – Marcele aproximou-se grudada ao braço de Sofia com um sorriso irônico no rosto.
Sofia estava tensa e incomodada. Natalia soltou um sorriso surpreso e alegre assim que pôs os olhos na moça. E a mulher muito elegante à frente ficou imóvel, com os olhos arregalados, sem dizer uma palavra sequer. Mal conseguia respirar.
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My Boss
FanfictionNatalia Rosa é dona de uma das maiores empresas do ramo hospitalar do Rio de Janeiro. Sofia Starling é sua assistente jurídica, mais que isso, seu braço direito. Tudo ia bem até que Natalia se vê perdidamente apaixonada por sua funcionária. Adaptaçã...