Gatinhos 2

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- Acho melhor a senhorita me acompanhar, por favor.

Sofia saiu apressada atrás da secretária e logo foi seguida por Nat. Desceram no elevador aflitas enquanto Nat mantinha seu olhar intrigado sobre as duas. Poucos passos fora do elevador e as três pararam observando perplexas a imagem à frente.

- Ai Meu Deus! – Sofia tinha os olhos arregalados.

- Mas o que significa isso? – Nat parecia indignada.

Sofia pôs as mãos sobre a boca sem conseguir dizer uma palavra. Tudo que se ouvia eram miados de gatos. Todos espalhados pelo saguão, correndo de um lado para o outro, tropeçando entre os móveis e algumas pessoas que passavam pelo local.

Nill estava ao telefone tentando desesperadamente contatar o centro de Zoonoses.

- Amanda, o que aconteceu aqui? Será que pode me explicar? – Nat perguntou exasperada.

Amanda olhou receosa para Sofia.

- Me parece que a Nill estava com uma caixa com esses gatinhos na recepção, Senhorita Rosa.

Nat partiu em direção à bancada da recepção a passos largos. Nill, que tinha o telefone na orelha, a olhou quase em desespero.

- Nill! Pode me explicar o que está acontecendo aqui?

Antes que pudesse se explicar, Sofia interveio.

- Nat, a culpa é toda minha.

- O que? – disse desacreditando – Explique-se, Sofi!

- Bem, é uma longa história. Deixe-me resolver esse problema primeiro.

- Você tem quinze minutos. – disse olhando para o relógio em seu braço enquanto retornava ao elevador.

Sofia pediu para que Nill ligasse imediatamente para o Centro de Zoonoses enquanto ela mesma corria atrás dos gatinhos saltitantes na tentativa de levá-los de volta à caixa. Após resgatar seis dos sete gatos, sob os olhares curiosos dos que passavam por ali, Sofia já sentia o suor escorrer por suas costas.

- Onde será que foi parar o último? – disse a si mesma enquanto observava ao redor do saguão.

Ouviu miados vindos de um vaso ao lado de uma das poltronas que decoravam o salão.

- Aí está você! – disse olhando para dentro do vaso.

Ao colocar o braço para resgatar o bichano, ouviu um miado forte, sentiu as patinhas do gatinho agarrarem seu pulso e os dentinhos cravarem em sua mão.

- Ai! – deu um grito abafado retirando sua mão depressa.

Assustou-se ao ver o sangue escorrendo pela ferida, mas ao ouvir o gatinho miar novamente, pôs as mãos dentro do vaso e capturou o bichinho.

- Gatinho mau! – exclamou o segurando de frente para o seu rosto.

Após resgatar todos os gatos e ter certeza de que os agentes do centro de zoonoses estavam a caminho, Sofia foi até o banheiro, onde lavou os ferimentos e tapou com um curativo adesivo, e correu para a sala de reuniões onde aconteceria a conferência.

- Até que enfim! – Natalia a aguardava impaciente.

- Me desculpe, tive uns imprevistos.

- Outra hora você me explica esses imprevistos, agora temos uma reunião para iniciar.

A conferência seguia amena enquanto Natalia debatia com os investidores japoneses com o auxílio do tradutor que a interpretava do outro lado da tela. Sofia tomava nota em seu notebook do que era falado e, vez ou outra, movimentava seus dedos da mão direita demonstrando desconforto.

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