Eryx é um ser imortal, filho da morte que existe há duzentos anos. Ele vive entre os humanos, alimentando-se do sangue daqueles que vivem o amor em sua forma mais pura.
Um ser que sempre evitou contatos profundos com os humanos devido à sua naturez...
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Gracelynn Ashira Jones
*New Orleans, Louisiana - USA*
20 de Agosto de 2023.
— Quantas versões dele devem existir? — Me pergunto, enquanto olho para o espelho. — Quantas versões de Kieran, ou Eryx, ou seja lá qual o nome dele, eu posso amar?
Sei que existe o homem que conheci, aquele que me conquistou com seu charme e cuidado, mas também há a criatura com olhos brilhantes e outra figura que ainda não sei como exatamente é. E apesar de toda a confusão, não posso negar a força dos sentimentos que tenho por cada uma dessas facetas dele.
Minha mente é um redemoinho de pensamentos confusos.
Nunca imaginei que o amor pudesse trazer tanta confusão e incerteza. Tento resistir ao turbilhão de emoções, mas é impossível. Quando penso nele, nos toques dele, no calor dos seus beijos e nas conversas intermináveis que tivemos, sinto um desejo profundo de estar ao seu lado.
Tenho medo.
Medo do que ele é, do que ele representa e do papel que ele diz que devo desempenhar. Mas ao mesmo tempo, uma parte de mim está fascinada, curiosa para entender mais sobre esse mundo misterioso ao qual ele pertence. Kieran, Eryx, seja quem for, tanto em sua forma humana quanto nas suas formas sobrenaturais, demonstra um amor que parece genuíno, mesmo quando revelado entre as mentiras.
Mas posso realmente confiar no amor que ele diz sentir por mim? Como pode o amor coexistir com tantas mentiras e segredos? A pergunta ecoa na minha mente, trazendo um frio na espinha. Ele diz que tudo o que sente por mim é verdadeiro, mas a base desse sentimento está amarrada em uma rede de enganos.
Uma batida na porta me faz sair de meus devaneios.
A porta se abre devagar, revelando Glenda, a nova senhora que trabalha na casa. Ela entra com um sorriso acolhedor, sua presença me traz uma leve sensação de conforto.
— Precisa de algo, minha querida? — Ela pergunta em seu tom é gentil.
— Não, Glenda, obrigada. Estou apenas tentando desembaraçar meu cabelo, —Respondo, suspirando enquanto puxo mais um nó teimoso.
Glenda avança alguns passos, observando meu esforço.
— Posso ajudar com isso, se você quiser.
— Não precisa, Glenda, eu consigo. — Murmuro, mas a oferta é tentadora, especialmente com minha frustração crescente.
— Estou aqui para servir, minha querida. — Ela insiste, pegando a escova das minhas mãos com uma firmeza gentil.
Enquanto ela começa a pentear meu cabelo com movimentos cuidadosos, a curiosidade me domina.
