Quer jantar comigo?

Fazenda Death Family

Algo mudou a partir daquele dia, e Pac e Fit tornaram-se uma dupla inseparável.

Ramón e o pai participaram da festa de lançamento junto de Empanada e Richarlyson, e Pac surtou - internamente, claro - ao ver os dois usando terno cinza e gravatas azuis combinando; a foto que Mouse tirou dos cinco tornou-se imediatamente papel de parede no celular do tradutor.

Os dias entre o pesadelo de Ramón e a sexta feira antes do aniversário da Sunny foram recheados de conversas, cafés na casa um do outro, mais troca de comidas (Pac realmente desejava que eles nunca parassem com aquilo) e passando todo tempo que podiam juntos.

Ramón, Richas e Empanada também se tornaram grandes amigos, e os filhos de Bagi praticamente imploraram para passar o fim de semana na casa do tio a fim de brincar com Ramón. Bagi estava tão contente que nem se importou de ficar mais um fim de semana sem as crianças, aproveitando para passear com a namorada.

Fit e Pac podiam conversar por horas e o assunto nunca acabava, fosse pessoalmente, fosse por mensagens ou ligações. Mas também se acostumaram a passar horas em silêncio um com o outro, em vídeo chamadas, enquanto faziam tarefas domésticas ou qualquer outra coisa. Pac gostava de ler algumas cenas do livro que estava traduzindo em voz alta, pedindo opinião para Fit de vez em quando; em compensação, o professor tocava violão ou apoiava o celular na bancada enquanto cozinhava.

E assim os dias passaram.

Outra pessoa que se tornou uma constante na vida de Pac foi Ramón. O cientista nunca teve muito contato com crianças durante a sua vida, apenas Richas e Empanada. Eventualmente, encontrava os filhos de Cellbit quando o amigo os levava até o laboratório, mas, embora Bobby, Esperanza e Pepito fossem encantadores, Pac não podia dizer que se considerava próximo deles.

Com Ramón era diferente.

O garoto era talvez a criança mais doce que Pac conhecia, e, cada vez que passavam mais e mais tempo juntos, o cientista aprendia novas coisas sobre o menino: Ramón amava mecânica, e mostrou para ele os radinhos que havia desmontado em um dos dias que passaram juntos; Ramón gostava de flores e de ouvir histórias sobre dinossauros e orcs e elfos, e era completamente apaixonado em bichinhos de pelúcia. Pac aprendeu que ele só dormia com Fit cantando uma canção de ninar, que não gostava de acordar para ir para a escola e que amava andar de mãos dadas - fosse com o pai, fosse com o próprio Pac. Ficou encantado com os três gatos do cientista quando foi brincar com Empanada e Richas durante a semana.

Em um piscar de olhos, Pac se viu completamente encantado com a criança. E, de repente, não tinha só Richas e Empanada em sua vida. Agora três crianças ocupavam seu coração - e, provavelmente, um certo professor também.

Os dias passaram vagarosamente e calorosamente, até finalmente chegar a sexta feira onde viajariam para a casa de Philza.

*

____ Sexta feira, madrugada _____

Pac: Bom dia bonitão

Fit acordou com o barulho do celular notificando a chegada de uma nova mensagem. Ele revirou nos lençóis, o tempo frio levando embora toda a vontade de acordar, e, segundos depois, o despertador tocou. Não era seu horário habitual, mas havia combinado com Pac e Bagi de saírem cedo de casa para aproveitarem o fim de semana ao máximo na casa de Philza. O professor deslizou o dedo pela tela, desativando o alarme, e forçou os olhos para ler a mensagem de Pac. Ainda sonolento, apoiou-se em um dos cotovelos e, erguendo o tronco, respondeu:

Fit: Bom dia moço dos olhos bonitos

Fit: Caiu da cama, dorminhoco?