Era tarde demais para sequer pensar em fugir. Fritz estacionou o automóvel na garagem e acionou o portão automático. Olhei pra trás, estava fechando... Deduzi que era a última vez que eu veria a rua.
Era inacreditável, eu não devia ficar em negação... estava na cara que ele mentiu pra mim, me enganou, me manipulou, só para me ver apanhando e depois me salvar, ganhar minha confiança. Chegava a ser imoral e absurdo.
- Chelsea?? Tá me ouvindo? - perguntou, desligando o motor do carro e me fitando. - Por que essa cara de choro?
Lancei um olhar agoniado e me retirei do veículo, não queria falar.
- Quem era na ligação? - Fritz insistiu, saindo do carro também.
Pensei rápido.
- Era uma menina da minha sala, a gente combinou de fazer trabalho em grupo e como faltei, ela ligou pra saber se tava tudo bem.
- É só isso mesmo? Então por que tá assim?
Se aproximou, intrigado e com semblante preocupado. Estava impotente sob sua atenção, que emanava poder e autoridade, tanto pelo seu tamanho, quanto pela experiência e idade. Mesmo se eu tentasse correr, não conseguiria. Me sentia pequena, diminuída e traída pelo único amigo que tive a vida toda.
Imediatamente abaixei a cabeça assim que ele parou na minha frente, sem condições de encará-lo. Fritz segurou minha face com as duas mãos, envolvendo as bochechas, e me fez levantar o rosto.
- Você parece aborrecida. - concluiu, me analisando. - Vamos entrar e me conta o que aconteceu.
Caminhou para dentro da casa e eu o acompanhei. Não deveria, eu sei. O que eu faria?? Sentia medo e não conseguia reagir. A porta foi fechada e trancada, depois ele se voltou pra mim.
- Vai contar ou não o que aconteceu? O que essa pessoa no celular queria com você.
- Já falei, Fritz! - exclamei, de repente perdendo a paciência. - Foi a menina da minha sala. Eu vou subir, tá? Quero ficar sozinha.
Debaixo de seu olhar severo, virei as costas e corri para a escada. Me adiantei apressada até o quarto e me tranquei, com receio de ele vim atrás. Esperei aflita, ele não veio. Só então voltei a respirar, porque a pressão e a sensação de desilusão me consumiam.
Fui até o cesto de roupas sujas do banheiro e retirei dali minha calça. De dentro do bolso, retirei a carta que supostamente era do Bone Picker. Reli, incrédula.
"Chelsea Christine, meu nome não é importante agora, em breve você terá a chance de saber, não somente meu nome mas também minhas motivações. Sou conhecido como The Bone Picker e quero dividir com você informações preciosas para seu canal de crimes. Me encontre nessa noite à meia-noite no terreno da Rua Morgue e não leve ninguém.
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SERÁ RETIRADO 10/12
Horror•Em breve na Amazon Kindle• LIVRO 1 - DARK ROMANCE +18 A minha vítima perfeita tem que ser tão perfeita, que me convencerá que não vale a pena matá-la. Ela deve ser obediente e dócil igual uma cadela com fome, ela fará tudo o que eu mandar em troca...