Sete

275 26 18
                                    

No outro dia, bem cedo, sua mãe já estava o acordando para tomar remédio

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

No outro dia, bem cedo, sua mãe já estava o acordando para tomar remédio. Ela o ajudou a caminhar até a sala e sofá. Daniel já estava farto daquela rotina, sempre a mesma coisa. Aqueles remédios o deixavam tão sonolento, só o que fazia era sofá, cama, comer, assistir tv e dormir. Sentia sono na maior parte do dia. Novamente brincava com as ligas de cabelo de sua mãe, atirando-as para todo lado.

O dia mais entediante de todos. De manhã Daniel apenas ficara em um repleto silêncio, apenas escutando os sons da sua mãe trabalhando. Daniel estava se sentindo tão culpado, sua mãe parecia muito abatida. E em todas as manhãs Daniel perguntava se ela estava bem. Á tarde ele parou para assistir a novela Maria do Bairro atento. Uma raiva crescente pela personagem vilã da novela vinha acontecendo dentro de Daniel,
era uma pena que não passaria nenhum episódio da série dos super-heróis.

— Aí droga — resmungou sua mãe.

— Tudo bem mãe?

— Sim, mas eu preciso ir no mercado. Esqueci de comprar o molho ontem no mercado.

— Vai sair de novo, não é? — perguntou ele chateado.

— Preciso ir filho.

Mesmo triste de ficar sem companhia novamente, ele compreendeu e assentiu. Depois de Lucille se arrumar e sair pela porta ele começou a ficar pensativo, nem acreditava que estava sentindo tanta falta daquela maldita escola.

O garoto que não queria pensar de mais se deitou no sofá olhando para o teto e fechou os olhos esperando que dormisse, que apenas dormisse para que aquilo logo passasse. Ele só queria fechar os olhos e quando abrisse aquilo tudo já havia passado e esquecido. O seu desejo de adormecer logo se realizou com muito esforço.

Daniel se encontrava em um profundo sonho.

Ele caminhava em um beco escuro apenas iluminada com uma luz fraca cor-de-rosa. Sua visão estava turva e ele apertava ainda mais os olhos para tentar focar no que estava a sua frente. Ele tropeçou em algo que o fez cair de joelhos e uviu sua respiração ofegante. "Posso te ajudar, menino?" uma voz rouca disse de repente. Daniel levantou o olhar, a silhueta de uma mulher que usava uma saia longa e lenço no cabelo estava parada bem na sua frente com a mão estendida, Daniel a agarrou e levantou. Daniel sentiu um choque passar pelo seu corpo e ele caiu de costas mas não houve nenhum baque, ele apenas abriu os olhos e percebeu que estava em outro cenário. Estava deitado em um gramado de barriga para cima, observando o céu. Um céu noturno cheio de estrelas, avistou então uma estrela cadente cortar o céu rapidamente. Daniel iria fechar os olhos para fazer um pedido portanto uma voz distante ecoou em algum lugar. "Se ainda existe uma fatia de meu coração inteiro, que ele então pulse em paz. Se ainda existe um brilho em meus ossos doloridos, que ele transpareça no meu sorriso. É só isso que eu te peço, apenas uma vez um sorriso sincero e então saberei que poderia amar alguém sem sentir dor, apenas alegria e paz" foi o que a voz disse, uma voz familiar. Daniel sentou-se e olhou os lados a procura do dono daquela voz, mas ao seu redor só mostrava um chão coberto de grama verde e um vasto céu aberto.

The karatê kid - Lawrusso (NC)Onde histórias criam vida. Descubra agora