Seis

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Dois dias se passaram desde a visita de seus amigos e Daniel estava se recuperando aos poucos mas ainda sentia muitas dores nas costas e precisava de apoio para caminhar, era o que sua mãe exigia

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Dois dias se passaram desde a visita de seus amigos e Daniel estava se recuperando aos poucos mas ainda sentia muitas dores nas costas e precisava de apoio para caminhar, era o que sua mãe exigia. Ele brincava com algumas liguinhas de cabelo de Lucille em cima do sofá e tinha estourado a maioria com os dedos.

Passara dois dias se sentindo um pouco sozinho sem alguém para conversar, sua mãe estendeu o trabalho por alguns dias mas ficava ocupada demais preocupada com a sua saúde que nem conversavam muito e o senhor Miyagi era jm homem de poucas palavras.

No entardecer daquele dia, Daniel fez as tarefas de escola que Ali e Freddy tinham lhe passado. Para piorar era atividade de português, ele era péssimo nessa matéria. Sua letra saia tremida em algumas palavras pois as vezes sentia uma dor no pulso ao pressionar a caneta contra o papel e isso o estressou a ponto de fazer ele chorar de raiva. Daniel encarou a folha suspirou e decidiu treinar um pouco mais, e começou a escrever coisas aleatórias como; eu amo chocolate com recheio de coco, o azul do mar me acalma, tulipas brancas é melhor que rosas. Mesmo assim a dor esquisita no pulso o impedia de escrever corretamente.

— Droga — resmungou jogando o caderno e a caneta em cima da mesa de centro.

Daniel começou a prestar atenção na tv ligada e se lembrou que era dia de passar outro episódio da série Glorie City. Ele se deitou devagar no sofá, esperando que passasse o episódio porém um capítulo de uma novela mexicana chamada "Maria do Bairro" estava sendo transmitida e Daniel assistia com atenção.

— Daniel?

— Sim, mãe?

— Vou logo aqui comprar o nosso jantar, não se mova e qualquer coisa chame o senhor Miyagi.

Ditou Lucille saindo guardando dinheiro em sua bolsa preta e mandou beijo para Daniel antes de bater a porta.

Quando a novela terminou o episódio da série começou. Cherrence o herói estava trabalhando em uma floricultura com a ajuda do amigo. Por mais interessado que tivesse na série, ele começou a ficar sonolento, talvez os remédios que estava tomando o deixasse com sono. Os seus olhos pesaram e seu corpo relaxou, as dores aliviaram e ele adormeceu.

[...]

Daniel acordou com o som da porta se abrindo. Era a sua mãe Lucille, trazia várias sacolas na mão, ela entrou ofegante sem dizer nada, deveria estar muito cansada. Daniel olhou a tv ainda ligada, passava um jornal.

Droga

Perdi o episódio — disse ele tristemente.

Ele se levantou com esforço e ficou sentado, gemeu ao sentir dores na costela mas com cautela ele estava se recuperando e lidando com as dores. Daniel avistou uma caixa  retangular e dourada em cima da mesa de centro. Ele jogou levemente a cabeça para o lado curioso. Esticou sua mão e apanhou a caixa e apoiou em suas pernas. Ele abriu a caixa, era uma caixa de bolinhas de chocolates. Daniel sorriu.

— Mãe.

— Hum?

— Você comprou essa caixa de chocolates?

— Não comprei nenhuma caixa Daniel, devem ter sido seus amigos — gritou sua mãe da cozinha.

Obrigado Ali e Freddy.

Pensou ele sorridente.

Daniel tirou um bilhete dobrado que estava  no canto, dentro da caixa. O bilhete estava escrito; "Espero que goste, escreva o que achou no verso da folha. Devolva para dentro da caixa novamente e coloque a caixa perto da sua porta".

Daniel sorriu balançando a cabeça em negação, pra quê tanto trabalho em entregar uma caixa de bombons? Seus amigos estavam evitando-o?

Ele provou o chocolate, que era por sinal muito bom, porém era de morango, Daniel não era muito fã de morangos. Ele comera três com muita vontade, queria tirar aquele gosto de medicamentos do paladar, portanto ele se enjoara rápido do sabor de morango. Daniel pegou a caneta que jogara em cima da mesa e escreveu no verso da folha do bilhete; "Obrigado, os doces são muito bons, mas morango não é meu sabor predileto eu prefiro o recheio de coco." A letra saindo um pouco falhada mas mesmo assim guardou-o de volta na caixa e ofereceu as outras bolinhas de chocolates para a sua mãe.

— Depois que terminar, coloque ela lá fora perto da porta, por favor mãe — pediu Daniel.

Minutos depois, com a ajuda da mãe ele caminhou até o banheiro para tomar banho.

[...]

No anoitecer, Senhor Miyagi viera lhe dar outro de seus remédio estranhos que por incrível que pareça lhe ajudavam muito. O velho ficou um tempo fazendo companhia para o garoto enquanto Lucille preparava seu jantar. Miyagi se sentou no chão com as pernas cruzadas.

— Feche os olhos — ditou o velho — puxe ar, prenda ar e solte ar.

Daniel fez o que foi mandando, puxou o ar prendeu por dez segundos e soltou.

— Pense em coisas boas, Daniel-san. Controle suas emoções.

Daniel franziu o cenho tentando pensar em algo bom, mas nada vinha em mente, nada passava a não ser lembranças ruins. Ele franziu o cenho se esforçando para achar algo no fundo do seu sub-consciente e tudo o que via era uma escuridão absoluta como se tivesse bloqueado todas as sua boas memórias. Ele abriu os olhos tristemente.

— Não force tanto, vai conseguir.

Senhor Miyagi conseguia parecer um velho louco e sábio ao mesmo tempo. Um senhor cheio de suspense só pelo fato de que ele era um mestre de artes marciais. Daniel queria aprender mais com ele.

— Está melhorando Daniel-san.

— Está pronto!

Sua mãe vinha com uma tigela fumaçando e pôs em cima da mesa. Tinha cheiro de sopa. Daniel fez careta.

— Nem faça essa cara, vamos abra a boca — ordenou Lucille.

— Eu não sou mais criança mãe.

— Não reclame, quem dera eu tivesse alguém para fazer o trabalho de me dar comida na boca. Vamos coma.

Daniel bufou.

— Tá.

Deixem seus votos e comentem, agradeço

Próximo capítulo abaixo.

The karatê kid - Lawrusso (NC)Onde histórias criam vida. Descubra agora