Capítulo 3

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Aemond

Revirei o olho ao ver a maneira como Aegon parecia radiante ao meu redor, como uma mosca irritante. Sabia que ele estava aprontando algo, como se estivesse escondendo algo de mim e sabia que deveria ser meu "presente" de aniversário.

A ideia da nobreza de comemorar meus vinte e quatro anos, como se fosse especial, era realmente irritante, além da conta, mas sabia que não podia ser desrespeitoso com ninguém. Além disso, quem preparou isso foi minha meia irmã, então não queria parecer um ingrato que tinha as mesmas preferências fúteis de intriga da rainha consorte.

Não era meu caso e nunca seria.

Se ela quisesse seu lugar, o daria com muito gosto. Ser o herdeiro apenas era benefício pelo poder que vinha consigo, não os deveres. Sendo um cavalheiro e um montador de dragão que ultrapassou seus professores já me dava dores de cabeça o suficiente. 

Como se o status de alfa lúpus fosse uma dádiva. Grande piada.

— Não venha com coisas estranhas — eu disse para Aegon que se mantinha saltitante, além de irritante. Ele sempre tentava me dar coisas estranhas e nojentas —  Nem nojentas, nem pessoas e nem ferramentas estranhas.

Aegon riu da minha fala, como se achasse muito divertido ao contrário de mim que só o achava louco. Minha relação com meus irmãos sempre foi boa, na medida do possível. Afinal, todos tem seus altos e baixos, mas a realeza sempre tinha mais pontos baixos do que altos, então nunca entendia muito bem os costumes, os gostos e essas coisas nojentas que todos, até mesmos pobres tinham.

Não havia nada que eu desprezasse mais do que pessoas nobres.

Ainda sim, havia exceções óbvias.

—  Você deveria confiar mais em mim, sabia irmão? —  disse Aegon num tom divertido e relaxado, isso me deu a falsa ilusão que ele não tentaria nada idiota. Bem, ele sempre tenta no fim, por isso é uma falsa ilusão.

—  Talvez eu tenha visto Jace saindo do baile mais cedo? — murmurei alto, como se estivesse pensando mais para mim do que para os outros, porém fazendo isso justamente para ser ouvido por Aegon, que passou a estar rígido ao meu lado.

— Aemond   — murmurou Aegon num tom derrotado, parecendo bem chateado. Isso me deixou meio chateado comigo mesmo, por saber que as coisas eram complicadas e que acabei tocando num assunto deveras delicado.

— E suas escravas divertidas, por que não estão na sua cola? Presumo que elas estejam se masturbando ou sei lá, amarradas sexualmente juntas? — falei num tom distante, tentando parar de deixa-lo desconfortável e funcionou.

Agir com pessoas e ser sociável nunca foi um dos meus pontos altos, afinal tendia a ser muito direto e franco com as pessoas ao meu redor, causando certa inquietação. Então, Aegon pareceu se recuperar e voltar ao normal, além disso, ele como um príncipe tinha uma face grossa para fingir naturalidade e bons pensamentos. 

Todos tinham que ser bons em fingir coisas que não sentiam. Se não, a realeza te engolia.

—Você finalmente vê o potência das minhas meninas? — perguntou Aegon com um sorriso zombeiro e isso me fez encara-lo com estranheza.

—  Você sabe o que penso disso — foi o que pude responder antes de Alicent surgiu dos sete infernos em nossa frente. Aegon pareceu irritado com sua presença e não era para menos.

Acho que se não fossemos alfas, Alicent teria provavelmente nos vendido e tentado ter filhos alfas. Não que ela tolere muito nossas presenças por conta do nosso gênero secundário, pois ela nunca foi de aparentar ou fingir ser uma boa mãe para nós, apenas para terceiros de fora.  Aegon era o mais revoltado entre nós e isso chateou Alicent ao extremo, fazendo que uma grande rachadura existisse após  ações impensadas da mulher ruiva contra nós, seus filhos. Principalmente, contra Aegon.

Meu escravo - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora