Capítulo VII

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Dylan M.

Entrei para dentro do apartamento e me joguei diretamente no sofá.

  "Mas que merda! O que foi que eu fiz para merecer isso!?"

  Eu rejeitei o Vince, não por que eu quero, mas porque eu senti um peso na minha consciência depois de beija-lo dentro da empresa.

   Aquilo parecia errado, muito errado. Mas e se as pessoas achassem que eu só consegui aquele cargo porque estava me relacionando com o Vince? E se o RH ou as pessoas acima de mim me demitissem por isso? E se…ele me machucasse e eu ainda tivesse que conviver com ele todos os dias? Eram tantos "e se?" que ficavam me corroendo o dia todo, então eu decidi dar um ponto final nisso tudo.

  Eu achei que depois que eu "terminasse" com ele tudo ficaria bem e voltaria ao normal, mas um peso maior ainda caiu sobre mim, um aperto no peito, uma sensação angustiante que percorria todo o meu corpo.

   Quando eu disse que nós não podíamos ele me olhou com um olhar tão…triste. Eu sei, ele também não devia querer terminar esse caso agora, mas eu tenho o pressentimento que minha vida ia se tornar um caos se eu não o fizesse.

   Eu tenho medo de me machucar de novo.

  –Miau…

  –Oi Naná…Como você entrou aqui?—Levantei meu rosto para procurá-la mas apenas vi um homem alto, vestido inteiramente de preto e com uma máscara—O-oquê!? Quem é você!?—Dei um pulo no sofá, me levantando e andando para trás enquanto o homem se aproximava de mim sem dizer nada.

   Ele de repente pulou em mim, me agarrando pelos braços e tampando a minha boca antes que eu gritasse. Ele chegou perto do meu ouvido.

  –Se você gritar as coisas vão ficar feias. Apenas seja um bom garoto e faça o que eu mandar, estamos entendidos?—Eu assenti com a cabeça ao sentir o cano de uma arma posicionada contra o meu abdômen.—Eu vou abrir a porta e você vai andar do meu lado até o carro lá fora, e nem tente nenhuma gracinha.

  E assim ele fez. Ele destrancou a porta e eu o segui até um carro preto que estava na porta do prédio, que estava com mais dois homens de preto do lado de fora.

   Entrei no carro e o homem que entrou no meu apartamento se sentou do meu lado, um dos homens do outro e o terceiro começou a dirigir, mas antes de virar na primeira esquina eles colocaram uma venda nos meus olhos.

   Foram horas e horas dentro daquele carro apertado, fazendo apenas duas ou três paradas quando eu dizia que precisava ir ao banheiro, com um dos homens sempre atrás de mim, claro.

   Pelas minhas contas foram cerca de onze ou doze horas de uma viagem a qual eu não sabia o destino. Cada vez que o carro parava em algum engarrafamento meu peito gelava achando que eu havia chegado ao lugar.

  "Para onde estão me levando? Quem está me sequestrando? Por que isso está acontecendo comigo?"Esses eram pensamentos que me assolaram durante todo o caminho, ou melhor, toda a parte em que eu estava acordado, já que em certa hora eu caí no sono de exaustão.

...

  Acordei com o barulho de pessoas e carros ao meu redor, ainda não conseguia ver nada além do tecido preto da faixa, mas tinha certeza que já era dia novamente e eu estava dentro de uma cidade movimentada.

   –Você está acordado?—Senti alguém cutucar meu ombro com uma arma.

   –Sim…—Abaixei minha cabeça, uma súbita vontade de urinar surgiu naquele momento—Preciso ir no banheiro.

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