Conselhos de um grau especial.

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Existem três tipos de dormitórios na Escola de Jujutsu.

Os dormitórios dos feiticeiros de grau quatro a três, que são só alguns quartos simples, sem janelas e não é mobiliado.

Também existem os dormitórios dos feiticeiros de grau dois a um, que é um pouco melhor que os anteriores, com janelas e mobiliado, mas, assim como os dos feiticeiros de grau quatro e três: é somente um quarto com banheiro, nada mais.

E, por último, existem os dormitórios dos feiticeiros de grau especial, que é quase um apartamento. Tem janelas, é mobiliado, e tem uma cozinha, além de uma sala com televisão.

Era uma das primeiras vezes que Fushiguro ia até os dormitórios dos feiticeiros de grau especial.

A primeira vez foi quando Gojou pediu para o moreno ir buscar uma ferramenta amaldiçoada que o mais velho iria usar em sua aula prática.

E a segunda vez foi agora, indo até o dormitório de Yuta Okkotsu.

Toc, toc, toc.

Três batidinhas na porta.

— Já tô indo! — Megumi escutou a voz de Yuta gritar do outro lado.

E, só alguns minutos depois — aquele mostro cheio de energia amaldiçoada —, Okkotsu abriu a porta, enquanto desajeitadamente ajeitava o próprio cabelo.

— Você acordou agora? — Fushiguro indagou, espiando por cima do ombro do mais velho.

Afinal, já eram duas da tarde.

— É... Mais ou menos. — O outro respondeu, abrindo um pequenino sorriso, meio sem jeito. — O Inumaki esqueceu de me acordar, então meio que sim.

— Você dorme bem tarde, né? — Megumi perguntou, abrindo um minúsculo sorrisinho irônico.

Fushiguro viveu quase a infância inteira com Gojou, é claro que ele sabe que feiticeiros do nível de Okkotsu dormem, na maioria das vezes, três da manhã. Mas o horário pode variar bastante. Às vezes o moreno já pegou Gojou dormindo às seis da manhã, para acordar às sete.

E, sabendo, disso Yuta só riu um pouco e deu alguns passos para trás, abrindo espaço.

— Quer entrar?

Megumi, por sua vez, assentiu.

Okkotsu e Fushiguro até que eram amigos. Mas não ao ponto que fossem irmãos de consideração um do outro, e muito menos melhores amigos.

Megumi via Yuta como se fosse aquele primo que só vemos uma por ano, no natal, e que, mesmo não conversando sempre, se dão bem, mesmo que raramente conversem sem ser no natal.

Eles não eram melhores amigos, ou amigos próximos o suficiente para saber os segredos um do outro. Eles eram só... Amigos. Amigos normais, que só conversam de vez em quando.

— Cadê o Inumaki? — Fushiguro indagou assim que entrou no dormitório, olhando ao redor.

Mesmo sendo um feiticeiro de grau pré-um e tendo seu próprio dormitório, Toge Inumaki parecia, praticamente, morar no dormitório de Okkotsu junto com ele.

Bem, Megumi e Yuuji não estão em uma situação muito diferente.

— Ah, ele saiu. — Yuta respondeu, indo até a cozinha e enchendo uma chaleira com água. — Foi buscar um arranjo pra mim.

— Arranjo?

— Buquê de flores.

— Então tá. — Fushiguro assentiu, dando de ombros. Afinal, ele não era tão enxerido ao ponto de ficar perguntando sobre a vida amorosa de alguém.

Gato Preto & Golden Retriever - ItafushiOnde histórias criam vida. Descubra agora