9. Red Flag

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Acordei com uma dor de cabeça absurda e as têmporas latejando

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Acordei com uma dor de cabeça absurda e as têmporas latejando. Minha boca estava seca, tentei engolir saliva e a garganta ardeu com vestígios do clorofórmio inalado. Senti que estava deitada em uma cama de solteiro, comecei a me colocar sentada enquanto abria os olhos e focava a visão.

Segundos depois, percebi que o local era um quarto pequeno e de teto baixo, de iluminação branca. O dormitório era completo, com cama, guarda-roupa, tapete, criado mudo, com exceção de uma coisa: não havia janela. Ao invés disso, havia um exaustor, embutido na parede.

O local cheirava a tinta fresca,  parecia que foi construído ou reformado há poucos dias.

Que porra era essa?? Fritz me prendeu? A porta era grande e de aço resistente não tinha maçaneta do lado de dentro, complementando a sensação claustrofóbica. Me levantei e corri até ela, tentando abrir. Soquei, chutei e me joguei contra a porta, de nada adiantava. Estava aprisionada.

- Filho da puta... - murmurei.

Caminhei para um compartimento que havia no interior do cômodo, dava pro lavabo, com privada, pia e um espelho, além de uma toalha de rosto. Sem chuveiro nem banheira. Voltei pra cama.

Cobri a cabeça com o travesseiro. O ambiente frio arrepiava minha pele, então puxei o cobertor e fiquei encolhida esperando por Fritz, por uma explicação, o barulho do exaustor girando como única companhia.

Me culpava pela tamanha burrice de ter confiado nele... fui muito otária mesmo, primeiro porque não se confia em conhecidos de internet, segundo que haviam red flags explícitos que o desgraçado era The Bone Picker e mesmo assim eu ignorei, continuei na sua companhia, jogando fora qualquer chance de me afastar.

Estava tão feliz e apaixonada, para tudo decair e me foder depois. Que ódio!! Agora com certeza eu morreria e seria desossada.

Enquanto pensava no nível meteórico de minha burrice, ouvi um estralo grave na porta de aço. Me levantei rápido e me deparei com Fritz entrando no quarto, com seu porte sempre alinhado. Meus ânimos se preencheram de profunda raiva e mágoa. Em menos de dois segundos, peguei a sapatilha que estava aos meus pés - presente dele - e taquei contra, com toda a força, acertando em seu peito. Mirei errado, queria ter arrebentado o nariz perfeito.

Ele viu a sapatilha o atingindo e ficou imóvel, se eu tivesse jogado na parede surtiria mais efeito. Levantou seu olhar pra mim.

- Boa noite, Chelsea.

- Filho da puta!! - gritei a plenos pulmões, a voz ecoou intensa no quarto fechado.

Ele sorriu com apreço para minha revolta, totalmente inabalável.

- Você sabe que é inútil gritar. Ninguém vai ouvir.

- Eu me recuso... - falei com a mandíbula comprimida, o fitando com lágrimas presas aos olhos. - Me recuso a acreditar. - coloquei as mãos no rosto, cobrindo. Larguei-me sentada de volta à cama, os ombros caídos. - Eu não entendo...

SERÁ RETIRADO 10/12Onde histórias criam vida. Descubra agora