𝑪𝑶𝑴𝑶 𝑴𝑨𝑹 𝑬 𝑻𝑰𝑵𝑻𝑨

𝘀𝗲𝗶𝘀

                           

                    

              Eu diria que amo esses domingos, mas por algum motivo Itachi e Izumi apareceram na minha casa logo de manhã cedo, por sorte os pais do Obito já estavam aqui e eu disse que ele também havia acabado de chegar, caso contrário tenho certeza que Itachi faria uma tempestade em um copo d'água por ciúmes sem sentido.

— Estamos de boa?— Izumi me encarou, meus pais disseram para gente fazer um piquenique perto de uma árvore gigante, estava um pouco frio e confesso que eu preferiria mil vezes ficar no quentinho da minha cama, porém...eles acharam melhor nos dar privacidade, já que provavelmente falaríamos sobre a família da Izumi — Sinto muito por aquele dia, o Ita me fez pensar... vocês dois só queriam me ajudar e eu fui ignorante, então peço desculpas...

— Tudo bem Izumi — Obito falou por mim — Você estava nervosa, é totalmente compreensível, não vamos brigar por isso, está bem? Já passou.

— Valeu Obito...— Ela sorriu — Mas então...estamos os quatro livres hoje, não querem fazer nada? Sair ou...talvez nos divertirmos aqui mesmo? Preciso relaxar um pouco depois de tudo que aconteceu, as coisas mudaram tão depressa.

—... você tem uma namorada?— Itachi perguntou de repente — Você Obito, arrumou uma namorada? E antes que me pergunte o motivo da pergunta...eu ouvi vários suspiros na nossa ligação de ontem a noite, e sinceramente hoje é bem perceptível que você se divertiu muito, podemos finalmente acabar com aquele acordo?— Sorriu — Estou tão feliz por você cara...

—... não tenho uma namorada, e vocês não precisam seguir aquele acordo, eu já disse que ele é ridículo...— Obito respondeu, ele não parecia nervoso...

— É um pacto— Zombou, qual é a dele? Esse sarcasmo não é legal...— Mas ah...uma última dúvida, a garota no celular...— Ele me encarou, e sua expressão se tornou tão sombria que fez meu coração errar uma batida, seus olhos se tornaram escuros e malignos — Por acaso ela era você?

            O que?

— A S/n?— Izumi soltou uma risada alta — De onde tirou isso? Esses dois são quase irmãos, eles fazem até as unhas juntos, isso não faz nenhum sentido Itachi...

— Responde a merda da pergunta...— Ele ignorou a Izumi— Era você?

— É claro que não — Obito me olhou rapidamente — Você sabe que eu não a vejo dessa forma, sinceramente é até ofensivo, e convenhamos que vocês seriam os primeiros a saber se algo assim estivesse acontecendo, o que não é o caso.

— E provavelmente nunca vai ser— Falei em seguida— É melhor não insinuar isso de novo, somos amigos, eu não estragaria isso.

— Amigos, claro...

— Assim como você e a Izumi, certo?

— Se você diz...— O moreno revirou os olhos — Eu só acho toda essa merda estranha, vocês ficaram super distantes dois meses atrás e agora voltam a se falar como se nada tivesse acontecido, e ninguém sabe o motivo daquilo já que nenhum dos dois falou algo sobre o assunto, eu não duvidaria se estivessem transando por aí como uma maneira de alívio.

— Você...qual é a porra do seu problema?? Onde na sua cabeça discussões se resumem em transar depois?— Por que ele está questionando sobre isso justo agora?? Parece querer culpar alguém por algo que nem sabemos o que é — E isso nem tem haver com a gente, não tem nada rolando aqui — Apontei para mim e ele — Não teria motivos para ter, somos amigos, nada mais que isso.

— Tanto faz S/n...mas fico feliz que não esteja, caso contrário seria muito filha da puta da parte de vocês dois.

— ... você é quem está sendo um filho da puta aqui — Me levantei — Eu tenho mais o que fazer do que ficar ouvindo essa merda...

[...]

                  

                   Itachi e Izumi foram embora.

            Eles e o Obito conversaram até anoitecer enquanto eu fiquei no meu quarto. Aquele garoto é bom em perceber as coisas, não é? Cacete...

— Ah...— Soltei uma risada— Merda...— Precisamos tomar mais cuidado de agora em diante, caso contrário ele vai arranjar confusão e eu garanto que não será com o Obito.

— Você está bem?— O moreno apareceu na porta do meu quarto, falando nele... — Ou...

— Eu tô legal, não precisa se preocupar...— Me sentei na cama — Os seus pais ainda estão na sala? Eu não ouvi mais vozes faz algum tempo.

— Estão se despedindo dos seus, iremos embora em dez minutos, pelo jeito eles estão bastante animados para o próximo domingo, nossas mães tiveram a ideia de fazer hambúrgueres, estavam debatendo isso até agora.

— Você não vai ficar? Nem um pouquinho?— Sinto falta de estar nos braços dele...

— Eu voltarei mais tarde...— Ele se sentou perto de mim — Deixa a janela aberta, tá? — Eu assenti com a cabeça — Agora, sobre o Itachi...

— Que se foda o Itachi, sério...ele só...falou um monte de merda hoje, não entendo porque rolar algo entre eu e você seria tão horrível, qual é o problema? O que ele disse não foi legal.

— Ele estava com ciúmes.

— Ele que engula esses ciúmes então, não tenho nada com ele, tenho só com você...— Me arrastei pelo lençol até ficar mais próxima dele, sinto que estou tão carente que não me importaria com nada agora...eu quero ele, e quero tanto que mal consigo raciocinar direito. Itachi nunca me deixou assim.

— S/n...

— Itachi disse coisas que não faziam nenhum sentido...

— Ele gosta de você, e... provavelmente sente que está te perdendo na medida em que a gente se aproxima, estamos fazendo ele se sentir mau...

—...e? Tenho certeza que o que eu sinto também importa, e no momento eu só quero você...— Lhe dei um beijinho na bochecha — Por favor... a gente só não pode ignorar o Itachi? É tão mais fácil.

—...talvez você possa mas eu não — Me encarou — Gosto de você assim como ele, isso não é justo...eu não quero ter que ficar com você desse jeito para sempre, sem ninguém saber e como se fossemos dois criminosos, quero poder te beijar em público também...

— Obito...

— ...os meninos estavam combinando de jogar uma partida hoje, e você vai comigo.

—...quer mesmo provocar ele?

— Eu quero ficar com você, só isso, estamos ficando, não é? Isso não deveria ser um segredo, pelo menos agora eu não quero mais que seja.

              Sem segredos...