Capítulo 6 - Proteção

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Eu sempre vou cuidar de você...

mesmo estando longe, mesmo estando tão distante,

mesmo que  a gente não se veja, mesmo estando do  outro

lado do mundo, mesmo que a gente não se fale

Eu sempre vou te proteger....


— Como esse cara pode não dar o valor que elas merecem

— Filho — A mulher chama atenção do rapaz — Existem pessoas assim, Luciana deu uma chance a alguém que não presta, não podemos fazer muito. Também não gosto de vê-la sofrer, gosto dessa menina, sempre gostei, a filha dela é uma fofa — Júlio sorri ao pensar nas duas, ainda as observava, caíram no sono

— Ela é uma princesinha mesmo — Recostou o queixo na janela — Elas são lindas, não são?

— São sim, filho, muito lindas — A mãe confirma — E se eu fosse você, iria até lá

— Eu vou reconquistá-la, mãe — Ele afirma — Não sei como, mas vou

— Será que você um dia a perdeu? — A mãe pergunta reflexiva — Mas independente, filho, acho que todos os dias você a conquista um pouco mais, você só não percebeu

— Ela nem sabe que sou eu que dou os presentes

— Você não sabe — Ela rebate — Mas eu não falo disso — Júlio não entende

— "Quem meu filho beija, minha boca adoça" — Dalva recita — Você já ouviu essa frase? Sabe o que ela significa?

— Mais ou menos, eu nunca entendi o sentido dela

— Essa frase, Júlio, ela quer dizer que quando você agrada a Helena, quando brinca com ela, compra alguma lembrança pensando na menina, você está agradando também a Luciana, você está tendo cuidado e sendo carinhoso com a coisa mais importante do mundo dela, me entende?

— Acho que sim

— Filho — A mãe respira fundo para tentar explicar — O que você sentiu quando soube da Helena

— Primeiro eu senti meu peito rasgar, Helena era o meu sonho, mas não era eu o pai desse sonho, isso me deixou abalado — Ele começa — Depois me contentei em ser o vizinho legal — Ele solta uma risada ao pensar, olhando para as duas, já haviam adormecido — Aí a Lúcia me contou que ele não ficou feliz quando soube que era uma menina e eu senti raiva, muita raiva, eu queria muito bater nele, queria defender a Luciana e a Helena e eu nem sabia o nome dela. Depois eu passei a ver a Luciana indo e vindo com aquele pequeno pacotinho todo rosa e queria muito ver o rostinho dela, até que eu vi — Ele sorri saudoso — Devia ter uns dois aninhos, estava brincando ali na garagem, era linda, parecia a Lú. Com os cabelinhos mais claros, mas era a cara dela, e ainda é — Júlio limpa a lágrima que caía do próprio rosto — Eu me apaixonei, era a criança mais linda do mundo, ainda é a menina mais linda do mundo, cada dia que passa se parece mais a mãe dela

— Foi aí que começaram os presentes?

— Não — Ele nega — Foi aí que eu comecei a descer e ser o tio legal, brincava com ela, com a autorização da Lúcia. Aí por onde eu andava que via algum brinquedo, lembrava dela e acabava comprando, foi aí que começaram os presentes

— E hoje, o que sente?

— A amo, genuinamente a amo, como amo Luciana, é um amor diferente, claro, mas igualmente forte, é como se

HELENA - O TEMPO NOS DEVOLVE TUDO O QUE A NÓS PERTENCEOnde histórias criam vida. Descubra agora