The proof of Balas (A prova de Balas)

Capítulo 14: Último aviso.

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Levi

O sol mal tinha nascido, mas eu já estava de pé, com a mente decidida. A noite passada me trouxe clareza, e eu sabia que não poderia mais esperar. Silas precisava entender que suas ações não ficariam sem resposta, e eu era o homem para dar essa lição. Cada pensamento da noite passada se solidificou enquanto eu me preparava para sair.

Minha determinação era como uma armadura, e eu não estava disposto a deixar que esse covarde continuasse atormentando a vida de Rosella. Olhei para o lado da cama onde ela ainda dormia, o rosto tranquilo, sem os traços de medo que vi no dia anterior. Eu precisava garantir que ela nunca mais experimentasse esse terror.

Peguei minha espingarda e ajeitei o coldre com o revólver. Silas era um homem perigoso, e eu não podia subestimá-lo. Não estava planejando matar, mas feri-lo o suficiente para que ele soubesse que não era intocável. A lição seria dada, mas de forma que ele não pudesse revidar sem revelar seu próprio envolvimento no ataque a Rosella.

Saí sem fazer barulho, as botas batendo suavemente contra o chão de madeira. O sol começava a iluminar as colinas, e a fazenda estava tranquila. Maria e Rodrigo ainda dormiam, e eu não queria que se preocupassem com o que eu estava prestes a fazer. Isso era algo que eu precisava fazer sozinho.

Montei no meu cavalo e cavalguei em direção à cidade. O caminho era longo, e minha mente vagava entre as lembranças da noite anterior e o que estava por vir. Cada metro que eu avançava me aproximava do momento decisivo, e eu precisava estar no controle. Silas não podia saber o quanto eu estava furioso; isso era uma vantagem que eu planejava usar.

Quando cheguei a Red Rock, a cidade ainda estava despertando. Silas era um homem de hábitos, e eu sabia que poderia encontrá-lo na taverna local, onde ele gostava de tomar café da manhã antes de ir para seus negócios. Eu parei o cavalo a uma distância segura e desmontei, prendendo as rédeas a um poste. Respirei fundo, ajustando meu chapéu antes de entrar.

A taverna estava quase vazia, exceto por alguns homens sentados em mesas dispersas. No fundo, como eu esperava, lá estava Silas, com seu olhar arrogante e um sorriso presunçoso enquanto conversava com dois de seus capangas. Minha presença não passou despercebida, e ele me olhou com uma sobrancelha levantada.

— Ora, ora, veja quem decidiu aparecer — disse ele, com uma voz carregada de sarcasmo. — Não esperava vê-lo por aqui tão cedo, Harper.

Eu me aproximei lentamente, mantendo a mão no coldre, mas sem sacar a arma. Minha expressão era fria, calculada. — Precisamos conversar, Silas. Só eu e você.

Silas sorriu, se inclinando para frente. — Sobre o que exatamente?

A taverna ficou em silêncio, e os poucos homens presentes pararam para assistir. Sabiam que algo estava para acontecer, e todos queriam ver o desfecho. Eu mantive meus olhos fixos nos de Silas, a tensão no ar era palpável.

— Você sabe do que estou falando. O que fez ontem à Rosella não pode passar impune — disse, a voz baixa, mas carregada de ameaça.

Silas se endireitou na cadeira, o sorriso desaparecendo. — Ah, então é sobre isso? A garotinha se queixou com você? — Ele riu, mas havia algo de sombrio em seu olhar. — E o que você pretende fazer, Levi? Desafiar-me aqui, na frente de todos?

Eu avancei um passo, reduzindo a distância entre nós. — Não vim para brigar, Silas. Vim para te dar um aviso. Se você chegar perto dela de novo, se sequer pensar em tocá-la novamente, não será apenas uma conversa que teremos da próxima vez.

Silas me olhou por um momento, como se estivesse ponderando minha ameaça. Seus capangas, que antes estavam relaxados, agora pareciam tensos, prontos para agir se necessário. Mas antes que qualquer um deles pudesse se mover, Silas levantou a mão, sinalizando para que ficassem parados.

— Você é corajoso, Harper. Sempre foi. Mas está cometendo um grande erro ao se meter nos meus assuntos. Rosella... ela é apenas uma diversão para mim. Não pretendo deixar que um peão de fazenda como você estrague isso — disse ele, a voz venenosa.

Minha mão deslizou para o revólver, mas eu me segurei. Ele estava tentando me provocar, fazer com que eu perdesse o controle. Eu sorri de forma fria e firmei o olhar. — Isso não é um pedido, Silas. É um aviso. — Apertei o cabo do revólver, mas sem sacá-lo. — Se você tocar nela de novo, não vai ter um segundo aviso.

O silêncio na taverna era ensurdecedor. Silas e eu nos encaramos por um longo momento, até que ele finalmente recuou, ainda sorrindo, mas com uma raiva contida.

— Vamos ver até onde sua coragem vai, Harper. Mas lembre-se, você está lidando com algo maior do que pode controlar. — Ele se levantou, fazendo um gesto para os capangas o seguirem. — Nos veremos por aí.

Eu fiquei parado, observando-o sair da taverna. O clima tenso começou a se dissipar, e as pessoas aos poucos retomaram suas conversas. Eu sabia que aquilo não tinha acabado, mas pelo menos por enquanto, Silas pensaria duas vezes antes de se aproximar de Rosella. E se ele ousasse... bom, eu estava mais do que disposto a seguir com minha promessa.

Montei no meu cavalo novamente, o ar fresco da manhã batendo em meu rosto enquanto eu cavalgava de volta para a fazenda. Meu coração ainda estava acelerado, mas havia uma sensação de alívio por ter enfrentado Silas de frente. A guerra ainda estava longe de acabar, mas aquele era um passo importante. Eu precisava proteger Rosella, não apenas das ameaças que vinham de fora, mas também das que vinham de dentro. E garantir que ela soubesse que não estava sozinha.

Quando finalmente avistei a fazenda no horizonte, senti uma determinação renovada. Rosella não saberia dos detalhes do que aconteceu na taverna. Não havia necessidade de preocupar mais do que já estava. Mas eu estava pronto para qualquer coisa que viesse, e com Silas devidamente avisado, nossa luta pela liberdade dos indígenas e pela paz na fazenda continuaria.

Ao chegar, Rosella estava na varanda, com uma expressão preocupada. Quando me viu, correu até mim, os olhos buscando os meus em busca de respostas.

— Está tudo bem, Rosella. — Disse, descendo do cavalo e segurando suas mãos nas minhas. — Ele não vai mais incomodar você.

Ela soltou um suspiro de alívio, mas seus olhos ainda estavam cheios de preocupação. — E se ele voltar?

Eu sorri, tentando tranquilizá-la. — Então ele terá que lidar comigo novamente. E da próxima vez, eu não serei tão gentil.

Ela assentiu, finalmente relaxando um pouco. — Obrigada, Levi.

Acariciei seu rosto suavemente. — Não precisa me agradecer. Estou aqui para você, sempre.

E com isso, a batalha contra Silas continuava, mas eu sabia que não estava sozinho. Juntos, iríamos superar isso e proteger tudo o que era importante para nós.