Escutar relatos de vítimas de abuso sempre foi uma grande barreira para Jungkook, ele costumava fugir de qualquer pauta relacionada sobre, e não se metia em relatórios desse tipo. Entretanto agora era impossível fugir dessa situação enquanto está sentado ao lado de Jimin em umas das cadeiras da delegacia encarando seu companheiro de trabalho que anotava tudo que o dançarino relatava.
As mãos do loiro tremiam e o pânico era evidente em seu olhar tendo que relembrar tudo que ocorrerá a minutos atrás, Jungkook tentava passar algum conforto o abraçando de lado respirando fundo.
O policial não conseguia impedir que as lembranças nostálgicas invadissem sua mente, memórias doloridas que escondeu na parte mais escura do seu cérebro. Sentado ao lado de Jimin o acalmando se lembrou de quando se sentou ao lado de sua própria mãe, tinha apenas oito anos quando aconteceu.
A mulher que mais amava na vida destruida ao seu lado, com os olhos cheios de dor, corte profundo no lábio, marcas roxas em todo corpo e muitos outros detalhes que ele não se atentou na época, não queria olhar, não queria lembrar de ver sua amada mãe em um estado tão desesperador.
E naquele dia Jungkook decidiu que se tornaria policial, não para escrever relatórios de abuso mas para que pegasse os criminosos antes que tivessem a chance de machucar alguém.
Mas agora nessa situação ele se sente inútil, não consegue fazer nada além de sussurrar palavras de conforto. Se tivesse notado os sinais que o abusador de Jimin deu, se prestasse mais atenção e não ficasse alheio a outros assuntos conseguiria ter impedido.
Porém o que vale pensar isso agora? O que aconteceu aconteceu, e se sente aliviado por nada pior ter acontecido com o dançarino.
Ele sabe que as marcas da tentativa não de apagará tão fácil da mente do loiro e tem consciência que essa não foi a primeira vez.
Não foi a primeira vez que algo assim aconteceu com Jimin.
— Nome?— O policial perguntou aguardando uma resposta, e Jimin olhou de soslaio para Jungkook.
— Park Baek.
Jungkook continuou abraçado a Jimin, não precisa questionar o dançarino do porque usar um nome falso. Ele não irá fazer isso.
— Obrigado, já podem ir. Como ele foi pego em flagrante vai ficar detido por aqui, enfim não vai voltar a incomodar ninguém Yao cedo.
Jungkook agradeceu e se despediu do seu colega se levantando com Jimin. Caminharam juntos até o lado de fora da delegacia e em passos lentos alcançaram um banco que ficava do outro lado da rua e se sentaram.
— Eu sei que já agradeci mas...Obrigado de novo.— Jimin disse baixo e se atreveu a tocar o braço de Jungkook.— Você se machucou tentando me ajudar.
— Ah isso não é nada, já tive contusões piores.— Ele explicou com um sorriso mínimo, não queria que Jimin se preocupasse com nada nesse momento.— Não vou falar nada como espero que fique bem, já sabe que eu quero que fique mas sei que não deve ser tão fácil.
Jimin ficou em silêncio e concordou com a cabeça.
— Mas...Posso te ajudar com o que precisar, sério.— Começou a dizer procurando boas palavras.— Disse que somos amigos então fique a vontade para me ligar se não conseguir dormir, se sentir medo, ou sei lá...Enfim, eu não sei mas me preocupo com você.
Jimin abaixou a cabeça um tanto envergonhado. Jungkook é um cara legal e caras legais não merecem serem usados e enganados, isso deixa sua situação mais difícil. Entretanto por mais que o policial pareça uma pessoa decente ele não pode se deixar enganar tão fácil.
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PARADISE ° Jikook
FanfictionJungkook é um policial dedicado, que resolve investigar um homicídio intrigante que o conduz até a boate Paradise. Ele acaba conhecendo Jimin um enigmático dançarino que parece esconder mais do que seus movimentos sedutores sugerem.