VII. O que é real?

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Felix duvidava um pouco menos da probabilidade de estar ficando insano, afinal, se Chris fosse uma alucinação, seria bizarro pensar que subiu numa moto, andou aquele caminho todo e ainda por cima entrou semi-nu na agua sozinho.

Preferia acreditar que o Bang era real e que estavam mesmo vivendo aquele fim de mundo juntos, por mais perturbador que aquilo fosse.

E quando sairam da agua, já estava escurecendo, mas, nenhum dos dois rapazes tinha a menor vontade de sair da beira da praia, mesmo que soubessem que o caminho era longo até voltarem à seu ponto de partida.

-Podiamos entrar em um desses hotéis caros pra caralho...- Christopher sugeriu com um sorriso daqueles de quem 'tá pronto pra aprontar.

-Isso não é invasão de propriedade privada...?- O Lee questionou sério.

- Duvido muito que vá aparecer algum policial pra prender a gente.- Chris deu de ombros, fazendo pequenos circulos com seus dedos na areia fofinha.

Nisso ele tinha razão, se uma pessoa qualquer não aparecia, não ia ser logo um policial que iria aparecer do nada para lhes prender... e outra, fim do mundo, fim das leis.

Felix apenas concordou, mas sequer fez menção de que iria se levantar, ficou apenas observando o céu de tons alaranjados. Vez que outra se perguntava se aquilo não era só um sonho bizarro ou algo do genero... Não era tão criativo para pensar naquilo.

-Ei, hyung.- Chamou baixo, vendo Chris se virar para encara-lo. -E se nada disso for real...?

Christopher não sabia bem como responder aquilo, quer dizer, obvio que vez que outra pensava isso também, mas... Se aquilo não fosse real, Felix também não seria, certo?

Ele não queria que Felix fosse apenas fruto da sua imaginação.

Há dois meses atrás, estava andando perdido por Busan, e depois, caminhando pelas ruas desertas de Gangnam, rezando para qualquer deus que atendesse à suas preces para encontrar alguém vivo... Foi ai que o Lee apareceu, tão perdido e assustado quanto ele.

Era bizarro pensar que tudo ao seu redor havia sumido enquanto seu maior desejo era que apenas ele sumisse... Mas, agora, Chris queria mais que tudo sobreviver, queria poder descobrir onde estavam os outros, o que tinha acontecido com sua familia.

Agora, mais que nunca, ele ansiava por um futuro.

-Vamos, pequeno?- O loiro se ergueu, estendendo a mão para o menor.

-Eu sou do seu tamanho, dá pra não me chamar assim?- Felix resmungou, birrento como sempre, mas, aceitou a ajuda para se erguer.

-É um jeito de ser carinhoso, seu mini-ogro.- Chris murmurou. -Te chamo de pequeno por que dá vontade de te proteger, não por causa da sua altura.

Ele até teria mantido o tom de repreensão, mas ver o biquinho do Lee ao ser chamado de "Mini-ogro" foi o melhor de tudo. Ele era tão fofo que dava vontade de esmagar!

Felix não disse nada, só começou à andar na frente, por que se ouvisse Christopher lhe chamando de coisas daquele genero de novo, ia acabar descendo o braço nele.

E não era brincadeira quando Chris falou sobre um hotel caro, eles foram para o mais caro daquele lugar, e era enorme. O Bang correu até o balcão, olhando todo sorridente pro Lee.

-Senhor Lee?- Forçou um tom de voz grosso. -Devo lhe acompanhar até seu quarto?

-Idiota.- O ruivinho riu baixo, se dirigindo as escadarias. -A suite presidencial é minha.

-Nem queria ela mesmo.- O Bang deu de ombros. -Mas, hoje!- Sorriu animado. -Eu vou cozinhar.

-Vai me matar intoxicado?- Felix zombou, sem olhar para trás.

Surgit •ChanlixOnde histórias criam vida. Descubra agora