Dreamers, Itoshi Sae.

SAE ITOSHI's Special: O Motivo.

- E S P E C I A L -
Sae Itoshi's thoughts.

Outubro 10.

A vida é uma realidade inimaginável, ou particularmente, é apenas minha opinião que muitas vezes pode ser considerada ignorante aos olhos de outros.

Quando crianças, sonhamos em coisas impossíveis de se alcançar, almejávamos carregar pessoas especiais lado a lado para toda a vida, quando adolescentes; se formos um pouco mais realistas e não ousarmos confiar cegamente nos ideais, conseguimos ter um pouco mais de noção de que nada é para sempre, nenhum pensamento é para sempre, nenhum amor, amigo, sentimento, confiança ou até sonho é para sempre.

Confiança e sonho, foram as coisas de que eu me encarreguei de levar em minhas costas para sempre, assim como também fiz Rin as carregar.

E assim como eu as estilhacei, também fiz meu irmão as estilhaçar.

Ao contrário do que muitos pensam, eu reconheço que a causa da nossa péssima relação é totalmente minha culpa. Foi algo que eu comecei a escrever mas ao invés de pelo menos apagar com uma borracha, eu rasguei a folha e a joguei no lixo.

E para ser sincero, não me arrependo.

Na minha viagem à Espanha eu carreguei ambas as emoções com orgulho, imaginando que realmente poderia acontecer isso, jurando... ou melhor, acreditando fielmente nisso. Todavia, o mundo é imprevisível e os seres humanos que aqui habitam são mais imprevisíveis ainda.

Meus sonhos, minha crença de ser o melhor do mundo, foi estilhaçada como se fosse papel, humilhado por aqueles que tinham habilidades superiores as minhas que eu acreditava que eram as melhores do mundo. Esculachado por gênios da World New Generation XI, odiei eternamente cada segundo daquilo, não por causa do bullying e choque de realidade mas sim por causa de que eu era ingênuo o suficiente para acreditar em sonhos idiotas.

Talvez parte disso tenha sido minha culpa, não deveria ter achado que o caminho seria fácil, ou talvez parte disso seja culpa deles que me amaldiçoaram eternamente com palavras e ações de desgosto. De qualquer forma, não é como se eu pudesse os contrariar já que eles não estavam errados, além de que, eles só foram realistas. Coisa que na época eu não tinha nem noção do quão impactante é.

Com os anos que passei lá, senti que estava aos poucos virando outro alguém e em algum momento, já havia mudado e não percebera disso. Independentemente das ações do passado, não me incomodei pela mudança de personalidade, é algo natural que simplesmente ocorre.

Pessoas idealistas, virarão vestígios de ex-sonhos que se tornarão correntes e as prenderão eternamente.

Seguindo o tempo fluir, desisti de ser um centroavante e virei um meio-campo. Um atacante pode até ter um chute impactante, forte, preciso e direto, porém ele não será porra nenhuma caso não souber orquestrar uma jogada. E isso é um alívio para eles, já que o verdadeiro maestro do futebol é o meio-campista.

Não importa que os atacantes tenham marcado gol, eles só ficaram com os restos necessários. Quem controlou o jogo inteiro foi o meio-campista, quem controlará o jogo inteiro será aquele que souber orquestrar uma banda para tocar em melhor ritmo e em sincronia.

Esse será o melhor meio-campo do mundo.

Que "inesperadamente" sou eu, o melhor do mundo. E bem, se eu sou o melhor meio-campista do mundo a lógica é que eu tenha passes perfeitos, né?