Maré Alta.

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Organizei algumas papeladas na estante e me virei para o sr. Egoísmo, que estava no mesmo lugar de sempre. — Ei Ego, pode me passar a ficha técnica do número 1, número 2 e a de Yoichi Isagi?

Ele me olhou por cima do ombro. —, Por quê o súbito interesse? Nunca quis saber de ninguém em específico.

Dei de ombros. —, Sabe da minha opinião sobre Isagi, e eu quero saber sobre o top 1 e 2.

Ele me encarou por alguns segundos e suspirou.

— Tá, vou te enviar por e-mail. — Fez uma pausa —, Outra coisa, Anri-chan disse que a JFA quer falar com você. Parece que não gostaram que veio pro Blue Lock.

Fiz uma careta. —, Sabe se falaram com o Noel?

— Provavelmente sim. —, bufei.

— Então eu vou pra lá agora. Anri está lá ainda?

Ele assentiu e eu sai.

Não é a primeira vez que saio do Blue Lock, muitas vezes eu e Ego saímos daqui para ir pra casa da Anri, já que basicamente estamos morando lá. — Olho ao redor. —, realmente dei sorte, estou vivendo lá de graça e ainda ganho um salário até que bom. Uma pena que isso sai principalmente do bolso da Anri, tomara que o Blue Lock Eleven ganhe e acabe com esse governo inútil.

— Táxi! — Chamei um que estava próximo e entrei; meu celular começou a tocar.

Peguei meu celular e imediatamente reconheci o nome que estava me ligando. — Blue Lock [Nome]?

Oi Noel.

Achava que não se interessava em futebol, nunca nem mostrou se importar.

Abri um sorriso sarcástico —, É, mas quem não iria se interessar em vários adolescentes presos juntos?

Ouvi ele estralar a língua. — Sério, você não tem jeito.

— Essa sou eu. — Apoiei minhas costas no banco e relaxei. — Ainda está treinando no time da Alemanha?

— Sim. Estou ajudando meus prodígios a treinarem.

— Já achou algum pupilo em específico? além de Kaiser, é claro.

Não, quem dera. — Sinto que ele abriu um sorriso. —, Mas quem sabe um dia, você está bem?

— Sim, estou vivendo ridiculamente bem aqui.

Fico feliz.

Olhei para o GPS do taxista, já estávamos bem perto de chegar. — Estou indo pra JFA agora, eles não gostaram que estou apoiando o projeto.

É, eu soube. — Ele suspirou. — Não dê bola pra eles, faça do seu jeito. Sei que não é burra nem nada.

Valeu. — Chegamos. Paguei o Táxi e agradeci, saindo do carro. — Ei, pode me enviar uma grana?

Ficou alguns segundos calado. — Não está recebendo salário por trabalhar como auxiliar?

Bufei. — Caramba esses caras da JFA te contaram tudo. Que sem graça. — Troquei meu celular de mão, para abrir a porta do edifício. —, Mas não é isso, pode ou não?

Posso, mas não quer realmente me dizer o motivo? — Perguntou e neguei grunhindo. — Beleza, depois a gente se fala maninha.

— Sim, tchau Noel.

Encerrei a ligação e me dirigi a moça que estava no balcão, olhei ao redor algumas vezes enquanto ela terminava de falar com alguém. Debochei mentalmente do lugar, ao invés deles focarem em progredir com o esporte, eles simplesmente usam tudo que tem para financiar coisas bestas e edifícios.

Dreamers, Itoshi Sae.Onde histórias criam vida. Descubra agora