Ane ficou nos braços de Rowena por tempo o suficiente para se acalmar. Embora ela tivesse milhares de anos de lembranças ao lado dela, os sentimentos que tinham pela bruxa eram diferentes dos de Ane. Ane a via como uma grande amiga, alguém que poderia contar nas horas difíceis e que viria para salvá-la quando estivesse em perigo, mesmo que jamais houve a encontrado pessoalmente. E embora agora que estava nos braços dela, podendo sentir pessoalmente seu cheiro de mel e alecrim e sua pele tao macia quanto um pessego, e o doce aroma do seu hálito fresco, e compreendesse o porque Ane não conseguiu evitar de amá-la como amava, pra ela, Rowena ainda era apenas Rowena, e nada mais.
Após um tempo ela finalmente se sentiu segura para se soltar dos braços da bruxa e rapidamente pensou no obvio.
- Rowena, como você chegou até aqui? Se Afraim te encontrar...
- Se acalme Ane - Rowena parecia tão serana quanto ela se lembrava - Seu amigo não pode sentir a minha presença aqui, não se preocupe - ela parecia despreocupada e tranquila sobre o que estava dizendo e Ane assentiu de maneira confiante - mas eu posso sentir a presença dele, e ele está muito longe agora.
- Rowena, eu tenho tantas perguntas - Ane se sentia feliz e aliviada por encontra-la ali, e ao mesmo tempo sua mente foi atingida por uma infinidade de perguntas que queria fazer.
- Ane - Rowena a segurou gentilmente pelos ombros, fazendo com que ela a olhasse nos olhos - eu sinto muito por tudo o que fizemos com você, por todas as dúvidas, por tantas perguntas sem resposta - Rowena parecia triste ao dizer isso - nós falhamos tantas e tantas vezes em compreender as coisas, e no final, se não fosse por você, tudo estaria perdido.
- Rowena...
- Ane nós não temos tanto tempo quanto eu gostaria que a gente tivesse, então eu preciso te contar muitas coisas, muitas das quais vão acabar por responder algumas de suas perguntas e muitas das quais eu não tenho orgulho e não sei se podera nos perdoar depois, mas encontrar você aqui me deu esperança.
- Como sabia onde me encontrar? Afraim diz que nem mesmo o emissário conseguiria me sentir aqui.
- Sinceramente eu não sabia. Quando você morreu na Fortaleza de Pedra, eu disse a Ane que ela precisava te encontrar no mundo dos mortos antes que o emissário a encontrasse, mas Ane disse que isso não seria preciso, e que eu deveria procurá-la aqui, no mundo dos vivos.
- Como ela sabia?
- Ela disse que você era teimosa demais pra morrer - ambas riram disso - então eu comecei a procurar e sinceramente eu não esperava te encontrar aqui, mas fiquei feliz quando percebi onde estava - Rowena se sentou em seu balanço novamente - Afraim nao mentiu pra você, o emissário realmente não tem poder aqui.
- Você o conhece?
- Afraim? - Ane assentiu - não, nunca nos encontramos, mas ele é tolo se acha que o tanto de poder que emana desse lugar passaria despercebido.
- Ele nunca me diz onde estou exatamente...
- Literalmente acima da Floresta das Bruxas Ane - Ane a olhou espantada.
- Então não estamos em outro mundo ou um domínio parecido com o seu?
- Não Ane, eu não compreendo completamente o que é esse lugar, mas é como se fosse um pedaço do próprio planeta, um pedaço que por algum motivo foi separado e escondido do mundo por um poder muito além do meu ou de qualquer coisa que eu ja tenha visto - Rowena olhava admirava para tudo em volta delas - eu sempre soube da existência desse lugar, mas o poder que existe aqui foi o suficiente pra me manter longe.
- Acho que eu nunca imaginei que houvesse algo mais poderoso que você.
- Você ficaria surpresa com o tamanho da lista de coisas mais poderosas que eu Ane.
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As Crônicas de Luz e Sombras - A Ascensão dos Deuses
FantasíaEm a Ascensão dos Deuses seguimos a história de onde o primeiro livro parou.