VI

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Kimi pov

Oliver me chamou para ir à casa dele para discutirmos estratégias para a próxima corrida, mesmo ela sendo apenas mês que vem. Cheguei no horário combinado e bati na porta dele. Quem abriu foi Alycia.
- Oi Aly, seu irmão está?
- No banho, entra, ele desce daqui a pouco.
Ela falou em tom seco e rude, como se eu fosse a última pessoa no mundo que ela desejasse na casa dela. Não a culpo. Não queria estar ali. Eu me sentei no sofá e ela se sentou nos bancos da ilha da cozinha. Ela gritou algo para o irmão e colocou o fone de ouvido, ela estava fazendo alguns rascunhos de sabe-sei-lá-o-que em um caderno enquanto escutava algo (provavelmente musica) no fone.

Oliver saiu e nos falamos sobre pista, pneus, carros, pilotos, adversários e no meio disso Alycia pediu uma pizza, quando a comida chegou ela colocou no balcão da cozinha e subiu.
- Ela ta estressada?
Perguntei para Oliver, que estava analisando o circuito.
- O jogo dela de basquete é amanhã de noite, o que tinha sido adiado. O time dela precisa ganhar se ela quiser ficar na liga, foi o que ela falou.
Deixei o assunto de lado e voltei as estratégias.

●●●

O dia estava lindo, era o dia do jogo de basquete que Alycia iria participar. Ela passou quase 3 meses treinando, apenas para esse dia.

Luiza me arrastou até a casa de Oliver, denovo. Ela disse que deveríamos apoiar Alycia e que Oliver era péssimo em fazer isso, então nós tínhamos que fazer que fazer isso. Eu só queria ficar em casa, cara. Era pedir muito? Mas eu aprendi a nunca tentar brigar ou discutir com Luiza, ela sempre tinha o melhor argumento.
Acontece que, chegando na casa dos Bearman, Alycia não quis sair do quarto e ficou trancada até a hora de sairmos para o jogo.
Alycia estava com o uniforme do time, um casaco preto, um nike air preto e vermelho e o cabelo preso em um rabo de cavalo alto. Ela pediu que esperassemos ela pegar uma garrafa. Quer dizer, ela não pediu, ela parou, pegou a garrafa e aí nos seguimos para o carro de Oliver.

Chegamos faltando uma hora para começar o jogo. Alycia foi se alongar e se aquecer. Nós ficamos nas arquibancadas, mas eu me sentia agitado de mais para ficar sentado.

O jogo começou. O primeiro tempo, set, ah! Que se dane, vou falar tempo. O primeiro tempo foi parado demais para o meu gosto, o time adversário ficou no chinelo. Alycia fez duas belas sestas do meio da quadra. Dei vários gritos a plenos pulmões.
- VAI ALYCIA! É ISSO PORR*!
O segundo tempo foi mais animado, o time adversário pareceu acordar e tentou pontuar, mas Alycia estava com tudo, fez uma sesta de fora do garrafão, duas enterradas e mais umas três no meio das adversárias. Intervalo. Está na metade do jogo e o time de Alycia estava ganhando! Eles pararam para intervalo. Alycia se isolou e não deixou nenhum de nós entrar, nem mesmo o Oliver.
- Nem eu? - Oliver parecia ofendido, mas Luiza disse para ele não se preocupar porque isso era normal com pessoas sobre pressão.

O terceiro tempo começou e o time adversário fez várias substituições, e eu percebi Alycia ficar mais tensa do que o normal. O time estava melhor, eles estavam ganhando com as novas jogadoras. O terceiro tempo foi das adversárias, o placar estava 2 x 1 para o time de Alycia, e ela não parecia nada bem, Alycia estava pálida e suando muito mais que o normal. O quarto tempo foi o pior. Ele começou com o time adversário cometendo várias faltas, mas o pior foi quando Alycia estava com a bola e estava pronta para marcar uma sesta, até uma garota do outro time dar um empurrão nela, Alycia caiu e ficou imóvel, imóvel. Desci correndo as arquibancadas e fui direto para a quadra. Não esperei ninguém dizer o que pode ou não, fod*-se. Parecia que um avião estava em cima do meu peito, meu coração parecia ter explodido em mil pedaços. Peguei Alycia no colo, Oliver vinha correndo atrás de mim. Notei que o joelho dela estava em um ângulo estranho, ela quebrou a perna. O coração dela ainda batia e ela ainda respirava, mas ela estava inconsciente.
- Quem foi!? Apareça!
Uma garota com cara de valentona empurrou as outras para que eu visse que tinha feito isso com Alycia.
- Você não tem ideia do que eu posso fazer! Eu posso comprar sua alma sua garota inútil!
Se eu não estivesse com Alycia no colo, eu teria pensado seriamente em partir para a briga com aquela garota. Me virei para Oliver.
- Me da a chave.
Ele estendeu e eu a peguei, fui correndo em direção ao carro dele. Coloquei Alycia no banco de trás é dirigi direto para o hospital mais próximo.

Abri as portas do hospital com um chute, corri em direção a recepção gritando por um médico.
- Socorro! Ela quebrou a perna!! AJUDEM!!!
Imediatamente dois homens saíram do corredor com uma maca e eu coloque cuidadosamente Alycia nela.
- Qual o nome dela rapaz?
- É Alycia Bearman. E eu sou o acompanhante, Kimi Antonelli.
Minha voz falhou ao falar o nome dela. Eu estava em pânico e estava segurando o choro. Fiquei andando em círculos enquanto os médicos faziam algo para ajudar Alycia, um tempo depois Oliver e Luiza chegaram com as coisas dela. Oliver veio correndo até mim.
- Onde ela está?
Apontei para o corredor para indicar que tinham levado ela. Luiza pegou a chave do carro para colocar as coisas de Alycia dentro da mala. Eu me sentei e enterrei o rosto nas mãos, e... comecei a chorar. Oliver passou um braço em torno do meu ombro. Luiza chegou e vendo a cena vai até mim e me abraçou. Eu fiquei lá, apenas chorando e pensando nas possibilidades.

MAMMA MIA // Kimi AntonelliOnde histórias criam vida. Descubra agora