Kimi pov
Demorou quase umas quatro horas para me deixarem ver Alycia. Eu estava entrando em desespero, não acredito que isso aconteceu. E o pior nem era isso, eu me sentia culpado pelo que aconteceu com ela, e eu me sentia responsável pela segurança dela. Estava a ponto de enlouquecer quando uma enfermeira chamou pelo acompanhante de Alycia. Me levantei tão rápido que fiquei tonto, mas isso não importa agora, o que importa é ela.
- Onde ela está? Ela está bem?
- Sala A34, ala C, corredor E.
Fui em disparada para a sala, me perdi três vezes, tive que voltar e refazer o caminho para poder achar a sala. Quando finalmente encontrei, eu estava suando e minhas mãos estavam tão brancas como papel. Dei três batidas e abri a porta bem devagar, mesmo com as mãos tremendo muito. Alycia parecia bem, até você olhar para a perna suspensa e enfaixada. Ela parecia estar dormindo, pensei em sair e deixá-la dormir, afinal, sabia que ela estava bem, mas ela abriu os olhos bem lentamente e abriu um sorriso fraco.
- Tá fazendo o que aqui, Andrea?
Andrea. Ninguém nunca me chamava de Andrea, nem mesmo meus pais, eu odiava aquele nome porque sempre confundiam com André ou Andrew, mas por alguma razão, meu coração se contorceu e parecia que estava acontecendo um GP no meu estômago. A voz dela estava rouca, como se ela andasse chorando, isso me trouxe de volta a realidade. Eu fechei a porta atrás de mim e me sentei na cama dela.
- Você tá bem?
Perguntei sem fôlego, minha voz estava igual a dela, rouca, como se andasse chorando. Ela balançou a cabeça afirmando, mas mudou de ideia e negou. Eu peguei a mão dela e entrenlacei com as minhas. Ela hesitou. Eu senti a sua pulsação, estava lenta e fraca, mas parecia constante.
- Andrea, o que você está fazendo aqui?
- Aly, eu vim te ver! Céus, o que mais eu faria aqui!?
Ela deu uma fraca risada, que eu achei fofo. Uma parte de mim perguntava: mas que porr* Você está fazendo? Cale a boca.
- Eu não queria que você perdesse seu tempo comigo, Andrea, você tem mais o que fazer.
Toda a minha angústia foi embora e foi substituída por um alívio enorme.
- Três coisas a declarar. Primeiro: não ligo para o que você quer. Segundo: você importa sim. E três: eu perderia todo o tempo do mundo se fosse para ficar com você.
Ela deu um sorriso sofrido.
- Andrea, como que você não se importa para o que eu quero mas se importa comigo ao mesmo tempo?
- Porr* Alycia! Não estraga o momento!
Ela reprime um sorriso e fecha os olhos. Uma lágrima solitária escorre por sua bochecha, eu estendo a mão e enxugo ela carinhosamente.
- Se tem algo te incomodando, pode... pode contar comigo.
Ela balançou a cabeça negando, e eu fiquei triste novamente.
Mas que porr* está acontecendo comigo!? Eu não sei.●●●
Saio do quarto de Alycia e volto para o saguão da recepção, ela tinha dito que precisava de um tempo. Oliver se adianta e me pergunta o que aconteceu. Eu explico à ele mas ele se assusta quando digo que ela chorou, como se fosse... incomum da parte dela.
- Oliver, por que você, tratou o fato dela chorar incomum?
Ele olhou para Luiza que balançou a cabeça como se afirmando ou permitindo algo.
- É que... ela não gostaria que eu falasse tudo, mas... é incomum ela chorar por que, ela tenta fingir ser durona e inabalável.
Parecia que ele estava escondendo algo, mas preferi não comentar.●●●
Passei a semana indo visitar Alycia, o que pareceu deixá-la desconfortável, ela já podia andar com auxílio de muletas, ou pessoas. Eu achei ela mais distante e cautelosa. Hoje em especial era uma sexta-feira, ela iria receber alta para poder deixar o hospital, mas ainda iria precisar do gesso para cicatrizar a perna. Oliver e eu viemos buscar ela. Luiza queria vir, mas ela tinha curso de espanhol.
Oliver tinha levado algumas roupas e coisas que ela gostava, como livros, o fone de ouvido, as joias dela e tals. Ele me deu a mochila com as coisas dela e chegando no quarto ele ajudou Alycia a se arrumar para irmos para casa. Ela parecia estar me evitando.
-Ta se sentindo melhor, Aly? - perguntei esperando uma resposta, mas ela se limitou a balançar a cabeça e murmurar algo como "uhum". Ela estava definitivamente me evitando.
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MAMMA MIA // Kimi Antonelli
Fanfiction⚠️PAUSADA⚠️ Alycia Bearman é uma garota com problemas familiares e emocionais que acaba conhecendo o piloto italiano Kimi Antonelli. Eles desenvolvem uma relação passivo-agressiva e ela enfrenta traumas e problemas enquanto decide se continua com es...