O que nós somos?

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Oiiii
Tudo bom?

Sim, a vossa escritora problemática voltou. Quem diria, não é. Mas enfim, bom proveito.
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Como eu estava?

Cansado, dolorido, mas muito satisfeito, como se tivesse vivido a parte gostosa que os livros dos contos de fadas omitem. Depois de uma longa estadia no banheiro, bote "longa" mesmo. Eu pude me permitir descansar em seu peitoral desmudo.

- Ryo? - O chamei aproveitando o facto de ele estar de bem para o mundo.

- O que foi? - abriu os olhos lentamente, eu sei que o mesmo não tinha adormecido ainda.

Estávamos em seu quarto, o comodo era frio, mas ao mesmo tempo o calor intenso ainda não tinha abandonado os nossos corpos depois daquela transa intensa.

- Eu lembrei de uma coisa que a Uraume me contou, ela disse que uma vida brotaria dentro de mim. Isso é verdade?

Seus olhos vidrados em mim se fecharam por longos minutos.

Como diz o ditado: "quem cala consente" e foi isso que ele fez.

- É! Eu preciso de um filho.

- Então tu me quiseste por isso? - Digo incrédulo.

- Não foi por isso, eu nem te quis à princípio. Foi seu pai quem te deu para mim, lembras?

- Eu sei, - Disse baixo, já arrependido de o ter acusado, - mas eu só queria saber o que nós somos, o que eu sou? Porquê tudo isso. Eu sempre achei que fosse um conto urbano.

Ryomen passou a mãos no cabelo, sem frustração, era de uma calmaria sombria. E sorri com escarnio no final.

- Eu acho que tu já sabes o que eu sou, eu sou um demonio, um ser do mal. Impuro, Megumi, eu sou o monstro que o Toji disse.

- Mas, Uraume disse que eu posso te ajudar com isso. - Olhei no fundo dos seus olhos.

- Aquela louca fantasia demais. Eu sou o que sou e nunca irei mudar.

- Tu tens cicatrizes, eu sei disso de alguma forma, deixa eu te ajudar. Eu preciso entender suas razões.

- Minha mãe era como tu, um homem, seu nome era Jin, ele era amável e parecia brilhar na imensidão daquela casa preta e vermelha, ele era tudo de bom que eu tinha naquele lugar, até eu completar 3 anos e lembrar dele pedindo perdão para mim, eu pedi para ele dormir comigo, algo me dizia que seria a última vez que eu o veria. E bem que a minha intuição não mentiu. Kenjaku, aquilo que eu posso chamar de pai, sempre foi do mais vil e estrema baixaria, um homem fútil e frio, eu sei que Jin não iria embora da minha vida sem mais nem menos, eu só gostaria de saber que tipo de ameaça sobre mim Kenjaku fez para ele ter sumido sem mais nem menos.

Eu já chorava com o que parecia ser só o começo da história.

- Até aos 5 anos, eu soube o que é matar alguém, soube o que são pesadelos vivos, conheci a maldade assim como tevi que executa-la vezes sem conta. Cada vez mais sucumbi a minha tão almejada natureza maligna, pelo meu pai. Meu eu humano se perdeu faz tempo. Estou seco por dentro e Kenjaku soube melhor do que ninguém que eu era uma ameaça para sua existencia então aos 14 anos ele armou feio para mim, como se não pudesse ficar pior, eu descobri a existencia de Yuji, então surgiu um maldito acordo para poder proteger o último fragmento que Jin deixou nesse mundo. Ele manteve a minha mãe em cativeiro, a estuprou dia após dia e isso foi para manter seus filhos a salvo, ele firmou um contrato com o diabo, Kenjaku abusou da sua fragilidade e amabilidade, ele sabia que nunca teria o amor de Jin, o que não supria o seu ego dominador, e que nada melhor do que se vingar dele, mantendo a sua mente em alerta por ter filhos.

- Sua história começou com um pé esquerdo, mas nós podemos ser felizes. Eu não me importo de gerar filhos seus, eu não me importo com que tipo de ser ti identificas. Eu só quero o teu coração, eu quero o teu bem, o nosso bem.

- Megumi, se eu disser que te amo, como a porra dos dramas que tu assistes, eu seria um mentiroso, porque eu não te amo daquela forma. É completamente doentio, sombrio, sem vestigios de bem, é mais no sentido de seres meu querendo ou não, meu ego sobrepõe a tua opinião. Mesmo que um dia todas as paredes se quebrem, as chapas caiam, os muros desabem sobre nós, eu ainda estarei lá e tu continuaras a ser meu. Mesmo que o teu coração passe a me odiar, até mesmo se tentares me matar, continuaras a ser inteiramente meu. Eu te amo ao ponto de não te dar opção.

- Eu sei, mas tu não és o teu pai, estás longe de ser esse monstro que ele te fez acreditar seres, eu acredito em ti. Seja lá o que for e como for, eu estarei aqui ao teu lado. Tal como disseste: "Mesmo que um dia todas as paredes se quebrem, as chapas caiam, os muros desabem sobre nós eu ainda estarei lá e eu continuarei a ser seu. Mesmo que o meu coração passe a te odiar, até mesmo se eu tentar te matar, continuaras a ser inteiramente seu" Eu te amo Ryomen, e espero que um dia o teu coração se abra novamente para poderes entender o significado disso. - Acariciei seu rosto.

- Tu vais te arrepender por essas escolhas, eu não sou isso que tu pensas, eu não te mereço, o pior é que eu sei disso, mas eu sou egoísta e louco suficiente para quebrar as tuas pernas se um dia quiseres passar pela grande porta daquilo que chamamos de nossa casa, alegando que já estás farto de tudo e que já não podes mais. Não me orgulho do que seria capaz de fazer por esse sentimento avassalador que abita a minha alma desde que os nossos olhos se cruzaram. Eu sempre soube que era capaz de tudo, uma vez que fui criado assim, mas o medo de te perder me consome dia e noite. Porque bem lá no fundo, eu sei o que abita dentro de mim e sei que isso será o que pode nos destruir.

- Podes fazer o que quiseres comigo, eu sei onde me estou a meter, já sou crescido o suficiente para fazer as minhas próprias escolhas, por mais que ellas me causem dor, eu sei que tu ainda iras ferrar muito com essa relação, mas eu estou disposto a esperar, eu quero te conhecer ao ponto de poder entender cada escolha sua. Eu sei que tem muita coisa que só diras com o tempo e para mim está tudo bem, eu serei paciente, porque já vendi minha alma para ti, "meu diabo." - O beijei como um idiota beija.

Entre o beijo ele solta "já não há volta" E eu melhor que ninguém, estava disposto a conhecer esse homem.

Ele prensa o meu corpo dolorido por baixo do seu e pude sentir a excitação que outrora foi adormecida, não esperava menos dele, uma das primeiras coisas que aprendi nesse tempo de convivencia, é que as suas promessas nunca eram fazias. Mas eu estava disposto a me entregar, não importa o quão machucado eu fique,

Me julguem, mas o meu amor também não é adorável como os dramas que eu vejo, eu tenho a obsessão e ele a possessão, não acham um par perfeito?

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⏰ Última atualização: Sep 05 ⏰

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Uma metade de nós dois (Sem Escolha) || SukuFushi.GoyuuOnde histórias criam vida. Descubra agora